Liga Europa: Leverkusen a caminho do primeiro título desde 1993?
Já se passaram quase 35 anos desde que o Bayer Leverkusen conquistou o último e até agora único troféu europeu. Nessa altura, ainda vigoravam outras leis do futebol: A final da Taça UEFA de 1987/88 contra o Espanhol foi disputada a duas mãos. Depois de perder a primeira mão por 3-0 na capital catalã, quase nenhum adepto apostou no Werkself. Mas o clube recuperou, venceu a segunda mão no Reno por 3-0 e, finalmente, ganhou no desempate por grandes penalidades graças ao guarda-redes herói Rüdiger Vollborn.
Pode ser visto como um pequeno paralelo o facto de o onze do Bayern ter experienciado um rejuvenescimento semelhante. Na primeira metade da época, a equipa parecia estar psicologicamente em baixo, quase nenhum dos muitos jogadores de qualidade da equipa foi capaz de se exibir a bom nível. No entanto, após a mudança de treinador, do infeliz Gerardo Seoane para Xabi Alonso, os farmacêuticos deram a volta à situação. Desde que o espanhol assumiu o comando, a equipa chegou a conseguir uma série de 13 jogos sem perder e apenas três equipas da Bundesliga somaram mais pontos.
E há ainda a Liga Europa: depois de ultrapassaram os belgas Royale-Union Saint-Gilloise nos quartos de final, o Bayer 04 tem uma oportunidade real para seguir o exemplo da equipa lendária de 1988 e levar o primeiro título deste milénio para Leverkusen. Para tal, terá de defrontar um adversário muito difícil nas meias-finais da competição europeia, na quinta-feira à noite (20:00): a AS Roma de José Mourinho.
Depois de dois bons terços da época, a Roma - ao contrário do Bayer Leverkusen - joga para não perder de vista os objetivos no campeonato. Com apenas dois pontos nos últimos quatro jogos na Serie A, a equipa da capital italiana está em crise. A Liga Europa pode ser um remédio para esta situação, uma vez que o clube ganhou uma reforço de confiança importante na vitória dramática sobre o Feyenoord nos quartos de final.
No duelo direto com o Leverkusen, não há um favorito estatístico: Até agora, os dois clubes enfrentaram-se quatro vezes na Liga Europa, com uma vitória para cada lado e dois empates. Os romanos venceram o último encontro por 3-2 contra o Bayer, em Novembro de 2015 - os nomes dos marcadores da Roma parecem um "quem é quem" do futebol europeu: Edin Dzeko, Miralem Pjanic e Mohamed Salah.
Há muito que as equipas italianas são conhecidas por darem muita importância a jogadores com personalidades maduras. Acontece que a média do onze giallorossi na competição até agora é quatro vezes mais velha do que a do Werkself. Num duelo em que se defrontam duas equipas de qualidade indiscutível, o factor experiência poderá fazer a diferença no final.
Pelo menos é essa a opinião de Juan, que já atuou como defesa central tanto no Leverkusen como na Roma. Vê os italianos como favoritos porque têm mais "jogadores de elite como Pellegrini e Dybala". Para ele, a atmosfera única do Estádio Olímpico também desempenha um papel importante. Depois há também Mourinho, que nos últimos dias foi colocado na rota do Paris Saint-Germain, mas Juan gostaria de vê-lo continuar por Itália: "É o homem certo para o trabalho na Roma. É importante que ele fique, porque a Roma precisa de continuidade."
Preocupações defensivas para a Roma - será Dybala suficiente?
A continuidade acima mencionada começa já na baliza dos romanos: com Rui Patrício têm o recordista da Liga Europa entre os ferros. Os italianos atravessam uma vaga de lesões: na defesa, para além de Rick Karsdorp e Diego Llorente, também Marash Kumbulla está de fora, depois de ter sido operado ao ligamento cruzado na terça-feira.
Os tifosi contam com a disponibilidade do defesa Chris Smalling, que começou a semana de treinos com dores, mas deve estar apto para o jogo contra o Bayer. À sua frente, a dupla de médios defensivos formada por Bryan Cristante e Nemanja Matic é praticamente certa, com o vencedor da Liga dos Campeões Georginio Wijnaldum a ficar, por enquanto, no banco.
No ataque, Paulo Dybala saiu do banco nos jogos com o Monza (1-1) e na derrota caseira com o Inter Milão (0-2), depois de recuperar de uma lesão contraída com o Feyenoord na eliminatória anterior. Para Mourinho, a possibilidade de jogar de início é também uma questão de avaliar os riscos. O capitão Lorenzo Pellegrini e Tammy Abraham completam o trio ofensivo.
Nos germânicos, a situação é muito mais tranquila. Por lesão, o Leverkusen só não pode contar com o guarda-redes suplente Andrey Lunev e o avançado Patrik Schick. Na defesa, terão, provavelmente, uma linha defensiva estável de cinco jogadores na primeira mão, por isso Mitchel Bakker deve assumir a titularidade.
Com o regresso de Exequiel Palacios, o meio-campo está definido em parceria com Robert Andrich. A única questão em aberto é se o checo Adam Hlozek ou o francês Amine Adli terão preferência na frente de ataque. Hlozek traria um pouco mais de força física para o jogo, Adli, por outro lado, poderia causar mais problemas para os robustos, rígidos e às vezes um pouco lentos, defesas dos anfitriões em situações de um para um.
Seja qual for a decisão de Xabi Alonso, vai tentar colocar na balança a própria experiência com José Mourinho: o antigo médio jogou sob o comando do técnico português no Real Madrid durante três temporadas, entre 2010/11 e 2012/13. A partir de quinta-feira, veremos se tira as conclusões corretas e acaba a triunfar sobre os campeões da Liga Conferência.
Previsão do XI inicial:
AS Roma (3-4-2-1): Rui Patrício; Ibañez, Smalling, Mancini; Spinazzola, Cristante, Matic, Zalewski; Pellegrini, Dybala; Abraham
Bayer Leverkusen (3-4-2-1): Hradecky; Hincapié, Tah, Tapsoba; Bakker, Andrich, Palacios, Frimpong; Adli, Diaby; Wirtz