Nulo com muito sofrimento: Benfica empata em Toulouse e segue em frente na Liga Europa (0-0)
Recorde as principais incidências da partida
Apenas uma semana depois de um penálti em tempo de descontos ter deixado o Benfica na frente da eliminatória contra o Toulouse, as águias viajaram até à cidade francesa para dar andamento aos 16-avos e garantir um dos passaportes disponíveis para os oitavos da Liga Europa.
Entre os dois encontros com o Toulouse, Roger Schmidt aproveitou para rodar a equipa na receção ao Vizela (6-1), um jogo que deu para colocar os níveis de confiança nos píncaros, e fez regressar alguns dos nomes consagrados ao onze para a 2.ª mão. Ainda assim, o treinador germânico surpreendeu com a aposta em Bah na lateral direita, em detrimento de Aursnes, que começou o encontro no banco, e pela escolha de Casper Tengstedt para a frente de ataque.
João Neves, que viveu uma semana duríssima do ponto de vista emocional pela perda da mãe, também foi titular, tal como David Neres, protagonista da goleada imposta aos vizelenses, que partilhou a titularidade com Di María, apenas pela 3.ª vez - a última tinha sido em outubro de 2023.
Toulouse sem nada a perder
Em desvantagem na eliminatória, o Toulouse sabia de antemão que precisava de marcar, pelo menos um golo, como de pão para a boca. O 13.º classificado da Ligue 1 entrou destemido e focado em fazer recuar o Benfica no terreno, até descobrir o espaço necessário para chegar à baliza de Trubin, que chegou muito pelo lado de Morato, que mostrou sempre muitas fragilidades defensivas na lateral. Mas, felizmente para a equipa de Schmidt, a qualidade coletiva do conjunto francês ficou evidente nos momentos decisivos e permitiu o arrastar do nulo.
A pressão alta quase inexistente por parte dos encarnados fez com que os primeiros 20 minutos fossem dominados pelo Toulouse, que não tirou grande proveito dessa superioridade territorial e só conseguiu criar um lance digno de registo - remate fraco de Sierro para defesa segura de Trubin, aos sete minutos.
Paulatinamente, o Benfica cresceu no jogo e aproximou-se do último terço, embora sempre com algumas dificuldades para fazer valer a sua clara superioridade do ponto de vista técnico ou táctico, individual e coletiva. Ou seja, a superioridade era notória, mas não se traduzia em campo, um pouco como acontecera no encontro da primeira mão.
Restes a segurar o nulo
O primeiro lance de verdadeiro perigo criado pelo Benfica apareceu apenas aos 24 minutos, altura em que David Neres trabalhou muito bem pelo corredor esquerdo e cruzou atrasado para uma finalização desajustada de Rafa Silva. O início da melhoria das águias no jogo coincidiu com as dificuldades físicas por parte dos homens do Toulouse - Moussa Diarra (24) e Mikkel Desler (30) tiveram de sair em evidentes dificuldades físicas.
Após a meia hora de jogo, o Benfica assumiu o controlo do jogo e só não foi para o intervalo em vantagem por dois motivos muito simples: (falta de) acerto e... Restes! O jovem guarda-redes do Toulouse, uma das grandes esperanças das balizas do futebol gaulês, ofereceu literalmente o corpo às balas para defender o remate de António Silva, que em tempo de descontos apareceu isolado, muito bem lançado por Di María.
O internacional argentino tinha protagonizado momentos antes um desvio quase feliz, depois de um bom cruzamento de Bah pelo corredor direito, com a bola a sair ligeiramente ao lado de um dos postes da baliza de Restes.
Que susto!
Roger Schmidt tinha motivos para estar preocupado ao intervalo. O Benfica estava em vantagem na eliminatória, é verdade, mas um golo do Toulouse poderia mudar tudo. Nesse sentido, o treinador germânico lançou Carreras e Arthur Cabral para os lugares do desajeitado Morato e do desaparecido Tengstedt, respetivamente. Não melhorou... Pelo contrário.
A entrada dos encarnados para o segundo tempo foi absolutamente desastrosa e permitiu que o Toulouse, sem nada a perder, acreditasse como nunca. Em 20 minutos, os franceses criaram cinco (!) oportunidades claras de golo, entre elas uma bola ao poste, e colocaram as águias em sentido.
Sierro rematou fraco para defesa de Trubin, aos 47 minutos; Donnum cruzou para um cabeamento perigosíssimo (mas desenquadrado) de Spierings à boca da baliza encarnada, aos 54; Nicolaisen levou a melhor sobre a concorrência e cabeceou a bola a rasar o travessão, aos 60; Dallinga atirou ao poste, aos 65; e Spierings forçou Trubin a uma defesa por instinto impressionante, aos 67. Ufff, que frenesim!
Apoiado pelos seus fervorosos adeptos, o Toulouse continuou a acreditar até ao fim, mas não foi feliz. Vincent Sierro ainda teve nos pés o sabor doce da vitória, aos 90+2, mas Trubin mostrou que atravessa um excelente momento de forma e segurou o nulo nos descontos com uma defesa estupenda.
Contas feitas, sorri o Benfica, que conseguiu resistir a uma segunda parte que podia ter deitado tudo a perder. O passaporte para os oitavos segue para Lisboa.
Melhor em campo Flashscore: Trubin (Benfica)