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O confronto europeu entre AC Milan e Roma: mais do que um clássico, mais do que uma qualificação

Antonio Moschella
Stefano Pioli, treinador do AC Milan
Stefano Pioli, treinador do AC MilanAFP
Por um lado, Stefano Pioli tem de tentar calar as más línguas sobre o seu desempenho. Por outro, Daniele De Rossi ambiciona uma renovação. O desafio entre os Rossoneri e os Giallorossi na Liga Europa será de alta tensão.

Nos últimos tempos, com exceção de uma ocasião, na época de 2003/2004, AC Milan e Roma nunca se defrontaram por um título. Nessa ocasião, os dois rivais, que vão disputar o acesso às meias-finais da atual edição da Liga Europa, disputaram o campeonato no jogo ganho em San Siro pelos rossoneri graças a um golo de Andriy Schevchenko.

E, quase dez anos depois, o destino voltou a colocar frente a frente os Rossoneri e os Giallorossi, representantes de duas formas opostas de encarar o futebol e a vida.

De um lado, o esforçado e vencedor AC Milan, que, apesar de não lutar pelo Scudetto, ostenta um estatuto muito importante na Europa. Por outro lado, a apaixonada Roma, que pretende tornar-se um ator importante na segunda competição continental, depois de ter vencido a Liga Conferência sob o comando de José Mourinho. A Liga Europa é uma taça que nem os meneghini nem os capitolini alguma vez ergueram. Porque, apesar do seu grande currículo europeu, o AC Milan não tem a antiga Taça UEFA na sua coleção de troféus, e a Roma só esteve perto no ano passado, na final contra o Sevilha.

O duplo desafio marcado para abril será, portanto, crucial para ambos, embora as razões sejam diferentes.

A glória do diabo

Partindo do princípio de que é impossível subestimar o compromisso europeu, a equipa de Stefano Pioli começa talvez com uma ligeira vantagem psicológica. É o facto de já ter praticamente assegurado a qualificação para a Liga dos Campeões, um torneio crucial para manter a competitividade a médio prazo através das receitas. E depois de ter praticamente passeado contra o Slavia Praga, fazer a grande voz no continente não é apenas um capricho, mas um verdadeiro objetivo para a época.

A impressão que fica é que os rossoneri vão apostar forte na passagem da ronda, precisamente porque um eventual triunfo, ou pelo menos uma excelente prova, acrescentará prestígio e glória a um ano em que chegar ao pódio em Itália já representa um upgrade em relação ao ano passado.

Os abundantes reforços no mercado, de facto, poderão ser totalmente assimilados no próximo ano. Um excelente desempenho conjunto em Itália e na Europa poderá ser o trampolim ideal para o futuro imediato. Além disso, Stefano Pioli sabe que o glamour europeu pode ajudá-lo a manter um lugar que é muito discutido pelos adeptos.

A fase recente do AC Milan
A fase recente do AC MilanFlashscore

A redenção da Lupa

A derrota na final do ano passado, em Budapeste, contra o Sevilha, deixou uma ferida aberta na casa da Roma. Sobretudo pela forma como aconteceu. Quase 40 anos depois da infame derrota em casa contra o Liverpool, na então Taça dos Campeões, os Giallorossi viveram outro pesadelo de sabor inglês, desta vez com o árbitro Anthony Taylor no papel de vilão.

Ter perdido a oportunidade de ganhar a Liga Europa do ano passado foi um fardo pesado para toda a tropa giallorossi, que também teve de carregar nos ombros a arrogância excessiva de um José Mourinho que foi expulso devido à exaustão do ambiente.

A revolução posta em prática por Daniele De Rossi deu até agora excelentes resultados. Antes de mais, uma acalmia da situação geral, que se traduziu num melhor jogo e numa subida gradual na classificação, onde os Giallorossi estão agora em quinto lugar, a apenas três pontos do Bolonha. Na Europa, no entanto, a vitória por 4-0 no jogo da primeira mão dos oitavos de final, contra o Brighton de Roberto De Zerbi, fez os olhos de todos arregalarem-se. Nunca nos últimos anos a Roma tinha sido tão dominante. E, por isso, além dos valores do plantel no papel, porque não tentar ultrapassar o obstáculo?

A forma recente da Roma
A forma recente da RomaFlashscore

Clássico e Bayer no horizonte

Um clássico em cenários europeus é sempre mais difícil de decifrar do que um nos confins patrióticos. Especialmente quando se trata de uma partida com duas mãos. A partida no San Siro e a segunda mão, no Estádio Olímpico, são duas circunstâncias a serem levadas em conta, especialmente porque antes do jogo em Milão os Capitolini terão o clássico contra a Lazio, um confronto em que não poderão economizar força física e mental.

Depois do jogo da segunda mão, por outro lado, o AC Milan terá o dérbi contra o Inter. Um "verdadeiro" dérbi para ambos que poderá, de alguma forma, condicionar a gestão de forças para este embate da Liga Europa com as meias-finais em jogo.

E no cenário avançado paira sinistramente a sombra do Bayer Leverkusen, que a Roma já desafiou no ano passado, precisamente nas meias-finais, saindo vitoriosa após um confronto absoluto no jogo da segunda mão.

Este ano, no entanto, a equipa de Xabi Alonso está a impor a lei na Bundesliga e ainda não sofreu uma única derrota em toda a temporada. Isso faz com que os alemães sejam os grandes favoritos, tanto no confronto com o West Ham quanto no próximo confronto.

No entanto, por enquanto, ainda é muito cedo para fazer tal afirmação. É preciso afiar as armas para um duplo confronto "fratricida" que pode embelezar a temporada.