Reencontro com José Mourinho é um lembrete de como pouco mudou no Manchester United
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O atual treinador do United, Erik ten Hag, respirou fundo após a vitória por 2-1 sobre o Brentford no sábado, quebrando uma série de cinco jogos sem vencer, mas o neerlandês continua sob forte pressão, já que o Manchester United está na metade inferior da Premier League.
Com apenas dois pontos nos dois primeiros jogos da Liga Europa, uma derrota às mãos de Mourinho na quinta-feira seria mais um golpe prejudicial na luta de Ten Hag pela sobrevivência.
Em 2016, o United escolheu Mourinho, na esperança de que o special one pudesse rivalizar com Pep Guardiola no Manchester City e Jürgen Klopp no Liverpool.
Durante os dois anos e meio em que esteve em Old Trafford, Mourinho aumentou o número de troféus ao vencer a Taça da Liga e a Liga Europa na sua primeira época no comando. Na segunda temporada, o United ficou em segundo lugar, atrás do City de Guardiola, que estabeleceu um recorde na Premier League com 100 pontos, mas na terceira temporada, o ex-técnico do Chelsea foi demitido antes do Natal.
Tendo em conta a turbulência que se viveu em Old Trafford ao longo do seu reinado, Mourinho afirmou mais tarde que o segundo lugar com o United em 2017/2018 foi dos "melhores trabalhos da carreira".
O comentário foi considerado como mais uma declaração típica de Mourinho, que fez dos comentários extravagantes a sua imagem de marca durante três décadas a gerir vários dos principais clubes europeus.
No entanto, Ole Gunnar Solskjaer, Ralf Rangnick e Ten Hag passaram pelo Teatro dos Sonhos desde então, sem nunca terem devolvido o Manchester United à sua antiga glória.
Seis épocas depois, os 81 pontos conquistados por Mourinho continuam a ser, de longe, o melhor desempenho do United na Premier League nos 11 anos sem título desde que Alex Ferguson se retirou em 2013, numa série que não dá sinais de terminar tão cedo, com o City e o Liverpool ainda muito à frente do United.
"Não se trata apenas desta época, mas desde que ganhámos o último campeonato em 2013, o clube tem estado num caos", disse Patrice Evra, antigo defesa do United, à BBC.
"Ele é um vencedor"
Por outro ladao, Ten Hag trouxe os troféus de volta a Old Trafford depois de uma seca de seis anos, com o triunfo na Taça da Liga, na época passada, frente ao Manchester City, que acabou por ser decisivo para que o neerlandês mantivesse o cargo.
À entrada para a sua terceira época no comando técnico, ainda há poucos indícios de que Ten Hag imponha um estilo de jogo reconhecível, apesar de ter gasto quase 700 milhões de euros no mercado de transferências, parte das quais relacionadas com os seus antigos jogadores do Ajax.
No entanto, os anos que se seguiram à separação entre o Manchester United e Mourinho também não foram bons para o técnico português.
Mourinho regressou ao futebol inglês no Tottenham, onde não conseguiu conquistar um troféu pela primeira vez desde a curta passagem pela União de Leiria, no início da sua carreira de treinador.
Nos seus dois anos e meio na Roma, o português voltou aos troféus ao conquistar a Liga Conferência, em 2022. Um ano mais tarde, porém, depois de ter chegado à final da Liga Europa, foi demitido em janeiro, o que abriu caminho para a sua primeira incursão no ambiente frenético do futebol turco.
Porém, a experiência do Special One não está a correr bem, com o Fenerbahçe a oito pontos do Galatasaray na luta pela liderança da Superliga Turca.
Mas a visita do Manchester United dá ao treinador de 61 anos o palco de um grande jogo que ele deseja para responder aos seus críticos, principalmente aqueles que se voltaram contra ele durante o seu tempo no clube.
"É um grande jogo para nós os dois", disse Ten Hag no início da semana.
"Ele é um vencedor. Ganhou muitos troféus e, penso eu, é um exemplo para muitos treinadores. Por isso, gosto muito de jogar contra ele", continuou.
Ten Hag não se pode perder com Mourinho na quinta-feira para evitar alimentar a especulação sobre quanto tempo ainda tem na cadeira quente de Old Trafford.