Scamacca rejuvenesce e procura a glória europeia com a Atalanta a tempo do Euro-2024
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Avançado clássico, Scamacca teve uma primeira temporada irregular de volta a Itália com a Atalanta, mas está na melhor forma da sua vida às vésperas do jogo da segunda mão das meias-finais da Liga Europa contra o Olympique de Marselha, na quinta-feira.
O jogador de 25 anos marcou 10 golos e fez uma assistência nas últimas 12 partidas. Na semana passada, o seu remate rasteiro fez com que a Atalanta saísse do Velodrome com um empate 1-1.
Scamacca será o ponto central do ataque da Atalanta em Bérgamo, que mais uma vez viu o seu clube destacar-se nas competições europeias. O avaçado marcou 18 golos em todas as competições esta temporada, sendo que a maior parte desses golos aconteceu depois de ficar de fora da convocatória de Itália para os particulares com a Venezuela e o Equador.
Foi dispensado por Luciano Spalletti depois de o técnico da Azzurra, em entrevista à Gazzetta Dello Sport em fevereiro, ter criticado os jogadores de futebol que "jogam PlayStation até as quatro da manhã".
Spalletti não citou nomes numa inesperada tirada contra a aparente falta de compromisso dos jogadores modernos com o futebol, mas os olhos imediatamente se voltaram para Scamacca, que foi deixado de fora apesar de Itália ter um problema antigo de encontrar avançados de confiança.
Conversa fiada e boatos
Scamacca, natural de Roma, tem uma presença rude devido ao seu tamanho e ao conjunto de tatuagens e já lidou com manchetes embaraçosas envolvendo a sua família.
Em março de 2021, o pai destruiu carros - incluindo um da polícia - à porta do campo de treinos da Roma sem qualquer motivo aparente e, alguns meses mais tarde, o seu avô entrou num bar no bairro de Fidene, onde Scamacca cresceu, e ameaçou as pessoas com uma faca.
"Tive de lidar com o preconceito desde os 16 anos, mas sei que tipo de pessoa sou e só preciso de o mostrar às pessoas que gostam de mim", disse Scamacca depois de marcar um golo na vitória da Atalanta por 3-0 sobre o Nápoles, em março.
"Não dou importância a conversas e rumores", atirou.
A forma de Scamacca chegou no momento perfeito tanto para o clube quanto para o país, já que Itália defende o Europeu este verão, na Alemanha, depois de falhar o segundo Mundial consecutivo.
A Atalanta, por sua vez, que tem sete títulos da Serie A e a Taça de Itália de 1963, quer fazer melhor do que em 1988, quando chegou aos quartos de final da Taça das Taças enquanto jogava na Série B.
A equipa de Gian Piero Gasperini, tal como Scamacca, tem sido inconsistente durante grande parte da época, mas está de olho num final de época histórico, com uma final da Taça de Itália com a Juventus na próxima semana e a qualificação para a Liga dos Campeões também em jogo.
Scamacca marcou um golo na difícil vitória da Atalanta sobre a já despromovida Salernitana na segunda-feira, o que levou a equipa à quinta e última vaga da Serie A para a competição mais importante de clubes na Europa.
A próxima quinzena vai decidir se a Atalanta vai finalmente ganhar um troféu que seria a justa recompensa por anos de investimento e desenvolvimento que levaram o clube do nada à possível glória europeia.