Vítor Bruno afasta pressão e fala sobre Martim, Mora e Navarro: "Merece cada cêntimo"
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Hoffenheim marca em todos os jogos e sofre muito: "Tentamos procurar ao máximo o equilíbrio entre momentos ofensivos e defensivos, sermos robustos para não sermos apanhados em contra-pé quando perdemos a bola. O Hoffeinheim é uma equipa muito vertical, forte na transição. Queremos levar o jogo para onde queremos, tirar a bola a um adversário que não se sente cómodo quando tem de andar atrás dela. Depois, temos de evitar um erro a que nos treinadores recorremos, olhar para o plano estratégico e descurar o que é nosso. Não podemos desvirtuar o que é nosso, muito intensos, agressivos e um grande equilíbrio, vai ser esse o segredo".
Experiências na Taça de Portugal: "Fiz experiências na defesa e meio-campo, são jogos com realidades diferentes. Nada é comparável, cada jogo tem uma história diferente, o adversário de amanhã (quinta-feira) é muito diferente, não há grande coisa comparável, nem a nível estrutural. Resolvemos o jogo da Taça, agora queremos resolver o jogo de amanhã e vamos levar para o jogo o que melhor se adapta ao nosso adversário".
Favoritismo: "Quanto ao favoritismo na competição já falei e não volto a falar. Sobre o jogo, não somos favoritos a nada, somos candidatos a atacar o jogo como queremos. Há jogos com graus de dificuldade diferentes, não podemos embriagar-nos pela classificação atual na Bundesliga, há duas semanas estiveram a ganhar até ao último minuto perante uma equipa que ontem ganhou à Juventus em Turim (Estugarda). Isto é tudo muito relativo, podemos desvalorizar o que fazem a nível interno, mas estão numa fase ascendente e temos de estar atentos porque corremos o risco de perder o controlo. Somos candidatos a atacar o jogo, é isso".
Mudança nas dinâmicas com João Mário ou Martim Fernandes: "Boa pergunta, porém não posso dizer tudo aqui porque posso dar sinais do que se vai passar amanhã. Mas depende muito do adversário e também de quem joga à frente do lateral, essa é uma condição importante. O Martim está a fazer o seu percurso, a crescer normalmente, até o João Mário o elogiou e disse que tinha um grande futuro pela frente, para mim é um sinal de unidade quando um colega de posição diz isto. Sentem a qualidade de quem têm ao lado que os obriga a competir ao mais alto nível. São tão importantes os que jogam de início como os que entram a partir do banco, às vezes o jogo pede que um comece para depois outro entrar no seu lugar. No último jogo, o Martim teve nuances que não tem levado tanto a jogo e sentimos que era uma boa altura para testar, o João Mário é mais vertical, é algo inato, oferecem coisas diferentes. Queremos que sintam as dificuldades que têm para tentar melhorá-los, com o João caminhamos num sentido, com o Martim caminhamos noutro".
Trabalho durante a pausa internacional: "Não conhecemos outra palavra-chave que nos guie que não seja o trabalho diário, foi isso que fizemos durante 15 dias. Preparámos o Sintrense durante esse tempo, não o Hoffenheim, não fazemos isso. Nessas duas semanas, vi muito pouco do Hoffenheim, mas assim que acabou o jogo em Sintra, agarrei-me a esse jogo. Tivemos três dias de treino, amanhã temos outro".
Travar Kramaric: "Olhei para o Nico, não que tenhamos feito algo, mas porque ainda há pouco falamos de que ele pode não jogar. Olhar para o jogo tendo como plano de base o ataque a um jogador apenas é arriscado, porque ele pode não jogar também. Tentamos evitar ao máximo que isso aconteça, olhamos para nós, não descurando o adversário, percebendo como podemos explorar como defende, os perigos como ataca, há umas quantas nuances que podem ser diferentes, pode não jogar o Kramaric e jogar o Hlozek atrás dos avançados. Não podemos é fugir do que somos, pedi isso ao grupo hoje, que não se desviem e procurem adaptar, tentando tirar máximo partido do que o adversário está a oferecer".
Impacto na abordagem os seis golos sofridos e um ponto conquistado: "Não tem nenhum, sinceramente. Quem olha de fora vê um ponto, duas jornadas, é preciso escalar na classificação. O jogo com o United retratou muito o que somos, a nossa energia e como nos atiramos às situações adversas, mas é atacar o jogo como o mais importante de todos só por uma razão: porque é o próximo. Não há jogos de vida ou morte, não gosto de dramatismo, quero que os jogadores desfrutem, com responsabilidade e bravura. Eu peço isto diariamente, o Nico está aqui e pode jogar em vários posições, à frente ou atrás, pedimos coisas diferentes, mas inegociável é o compromisso total, bravura e atitude. Bastava olhar para o jogo do Bodo/Glimt e ver alguns comportamentos do Rodrigo Mora e depois comparar com o Arouca e perceber onde está a diferença. É muito giro ouvir que o Mora podia ter minutos aqui e ali, com o Gil Vicente, o Rio Ave e o Farense mas ele não estava na ficha de jogo em alguns desses jogos. As pessoas têm de ter cuidado com a forma como informam, o que me interessa é a atitude inegociável que têm de ter. É o mesmo com o Fábio Vieira neste último jogo a perder a bola contra o Sintrense e o André Franco a ajudar os centrais, isso é o que faz mais significado no futebol, ver jogadores que se ajudavam, que podem e devem errar, mas que o espaço para lidar com o erro é muito curto. Depois é atacar e resolver o problema".
Dúvidas quanto ao onze: "Criam-me dúvidas os centrais, da mesma forma que o Fábio Vieira também me deu dúvidas pelos sinais que foi dando - apesar de não estar em pleno depois da pancada que sofreu -, como deu o Ivan Jaime, como deu o Wendell no pouco tempo que esteve em campo, como o Fran Navarro - que merece cada cêntimo que aufere aqui no FC Porto. Todos eles me criam dúvidas, é isso que lhes peço, que compitam com adversários e eles próprios para me tornarem a vida difícil. Depois se joga o Djaló, o Neuhén, o Zé Pedro ou o Otávio depende de muita coisa, de como joga o adversário, de como queremos jogar. Dinâmicas há muitas, queremos dificultar a abordagem do adversário, sem nunca desvirtuar o que é nosso".