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José Rodríguez, depois de ter fugido: "Seguro, mas sempre ligado a Israel"

José Rodríguez
José RodríguezProfimedia
O futebolista espanhol do Hapoel Tel Aviv falou à Marca pouco depois de ter chegado a Espanha vindo de Israel.

Se há alguém que sabe o que foi viver o início dos terríveis acontecimentos que tiveram lugar em Israel e na Palestina, esse alguém é José Rodríguez. O médio espanhol, que joga no Hapoel Tel Aviv, conseguiu fugir do primeiro destes dois países, mas não sem antes passar por momentos muito maus.

"Agora estou em casa, em Espanha", começa por dizer, aliviado. "Tenho sentimentos contraditórios. Por um lado, sinto-me bem por ter conseguido sair, mas, por outro lado, estou sempre a pensar no que se passa lá. Tenho muitos amigos na zona. Tenho lá toda a minha vida. Estou em segurança, mas estou sempre ligado a Israel", acrescentou na conversa com a Marca.

O jovem salientou que não é a primeira vez que passa por uma situação semelhante, mas desta vez sentiu algo diferente: "Tudo começou no sábado às 5 da manhã. Os alarmes dispararam. Temos alarmes de emergência em todo o país para estes casos. Sendo tão cedo de manhã, ficamos mais assustados. Se fosse a uma hora diferente, talvez não nos assustássemos tanto, porque estamos habituados. Estou lá há quatro anos. Já vivi situações complicadas com mísseis, mas nunca nada como isto", afirmou.

O antigo jogador do Real Madrid explicou depois o procedimento que seguiu quando ouviu os alarmes: "Quando as sirenes tocam em todo o país, dependendo da zona, temos um certo tempo para entrar no bunker. Na minha zona, que fica a 60 km da Faixa de Gaza, temos um minuto e meio a partir do momento em que o alarme soa para entrar no bunker. Não é alarmante porque demoramos três segundos a entrar no bunker. E depois temos o mesmo tempo para sair quando o alarme pára de tocar", disse ele.

"As pessoas ficam confusas porque não sabem realmente quanto tempo se está lá dentro. Não são dias ou horas, são 5 ou 10 minutos no máximo. Quando os alarmes param de tocar, contamos mais um minuto ou minuto e meio e voltamos a sair", acrescentou.

Para José Rodríguez, o que está a acontecer entre Israel e a Palestina é muito difícil: "Não me quero meter em política. Dizem que temos de parar agora. Mas não se trata de parar agora. O que está em causa é o facto de em Israel não terem sido mortas pessoas, mas sim assassinadas. Não é a mesma coisa. Compreendo que, em algumas guerras, morrem inocentes e isso faz parte. Mas pegar em crianças e decapitá-las é algo que não tem nome", afirmou.

"Vi vídeos em que eles dizem que querem ser donos do mundo e estamos a falar de terroristas. Israel não está a lutar com a Palestina, quero que se entenda, está a lutar contra o terrorismo. Israel quer acabar com o terrorismo, que é algo que é do interesse de todos nós", concluiu.