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Entrevista Flashscore a Tiago Alves: "Japão é o sítio mais especial que encontrei na minha vida"

Tiago Alves cumpre segunda época no Montedio Yamagata
Tiago Alves cumpre segunda época no Montedio YamagataMontedio Yamagata
Em cada canto do mundo há um português. No Japão há mesmo só um. Pelo menos no que toca ao futebol. Tiago Alves é o único representante luso nas ligas profissionais nipónicas e vai jogar agora o play-off de acesso à J-League, principal divisão daquele país asiático, isto numa época em que tem sido figura de proa do Montedio Yamagata.

Play. Pause. Stop. A carreira de Tiago Alves tem sido uma montanha-russa de emoções. A chegada à formação de um dos ditos grandes do futebol português deu-se num ápice, mas nem tudo foi um mar de rosas neste viagem até aos dias de hoje.

A dispensa dos leões foi o primeiro golpe numa caminhada pautada pela "resiliência". O pensamento de deixar para trás o futebol pairou algumas vezes na sua cabeça, embora a mãe o tenha sempre chamado à razão: "Depois de tantos anos queres mesmo deixar?" Não deixou.

Viveu momentos que ainda hoje não consegue explicar, preferiu ir para a 3.ª divisão da Polónia a ficar pelo Campeonato de Portugal e foi o melhor que lhe aconteceu. Depois da saltar para a Ekstraklasa mudou-se para o Japão, onde voltou a "ser feliz". Com o 10 nas costas, Tiago Alves é adorado pelos adeptos do Montedio Yamagata. Tudo isto (e muito mais) nesta entrevista ao Flashscore.

De Coimbra para Lisboa: "Era uma criança"

- Como é que o futebol aparece na sua vida?

- Aparece muito cedo. Ao que parece, por aquilo que os meus pais me contam, eu quando via uma bola pedia logo para eles comprarem para poder jogar. Acho que esse gosto nasceu mesmo comigo. Comecei aos sete anos num clube ao pé de minha casa, o Avelarense, através de um convite de uma pessoa numa festa de anos.

Tiago Alves recorda período antes de decidir emigrar pela primeira vez
Tiago Alves recorda período antes de decidir emigrar pela primeira vezMontedio Yamagata/Opta by Stats Perform

- E surge logo muito cedo a possibilidade de ir para o Sporting.

- Sim, aos 9 anos, através de um olheiro do clube. Não encarei como algo tão grande na altura. Era muito novo, ainda nem sabia bem o que queria, mas lembro-me de começar a treinar lá e sentir uma diferença de realidades muito grande. 

- No Avelarense era o Tiago, no Sporting eram 10-11 Tiagos...

- Não estava habituado a ser daquela forma. Foi um choque.

- O que é que essa ida para o Sporting implicou na sua vida? Vai logo para Lisboa?

- Estive cinco anos e meio no Sportong, os dois últimos a viver na Academia. Durante essa transição tinha de fazer muitas viagens para treinar durante a semana e jogar ao fim de semana. Era bastante cansativo, pois saía da escola e ia para Lisboa e só chegava a casa à meia-noite. Era pesado para uma criança, mas sempre tive o apoio da minha família.

Tiago Alves passou pelas camadas jovens do Sporting
Tiago Alves passou pelas camadas jovens do SportingArquivo Pessoal

- Foi dura a separação com a família no momento de ir para a Academia?

- Já era um pouco mais crescido, mas nao deixava de ser uma criança com 13 anos. Acho que é bastante prematuro sair do ambiente familiar nessa idade, deixar escola e amigos de infância, mas desde cedo o futebol traz essa responsabilidade e maturidade, mais do que é normal. Houve momentos difícieis. Não sentia que fosse rigído, mas havia regras para respeitar.

- Nessa altura já se sonhava com a chegada a profissional? Nem que não fosse por ver os jogadores profissionais lá na Academia...

- Quando entras para a Academia, já estás num ambiente diferente, já tens horários... Depois há sempre aquele momento em que vês os jogadores séniores a passarem pela zona da formação. Isso alimenta o teu sonho e leva-te a perceber onde estás e a dar valor a isso.

"Foi uma etapa perdida da minha vida, um deixar ir..."

- Acabas por regressar a casa, então para a Académica. O que motivou a saída do Sporting?

- No último ano de Sporting tive três lesões e isso dificultou muito o meu ano desportivo. Naquela altura davam uma avaliação no final de cada época ao jogador por aquilo que fazia na escola e também à parte desportiva. Tive positivo nos dois, só que acabei por ser dispensado. A meio do ano andei bastante triste, lembro-me de ligar aos meus pais e dizer que queria ir embora, mas acabei por ir até ao final.

- Duro?

- Recordo-me de receber a notícia de que estava dispensado e de ser duro. Foi quando percebi onde estava e para onde ia. Isso mexeu comigo e a minha vida tranformou-se completamente.

- Que Tiago recomeça em Coimbra?

- Chega a Coimbra um rapaz de 15 anos, que na cidade de Coimbra não tinha base de amigos. Tive de criar novas amizades. Foi o sair de uma realidade completamente diferente para viver com a minha avó e o meu primo. Interessante para me desenvolver mais como homem do que propriamente como jogador. Felizmente, acabei por jogar nesse ano num escalão acima, nos sub-17, em que joguei campeonato nacional, e nesse aspeto foi muito bom para mim. No Sporting era mais extremo e ali passei a jogar mais como 10.

- O sonho de chegar a profissional muda com esse regresso a Coimbra?

- Manteve-se! Obviamente, são realidades diferentes e sente-se o descer de patamar, mas dei muito valor ao facto de ter ficado na equipa dos mais velhos, a disputar campeonato nacional, e não senti uma regressão muito grande. Até fui jogar a Alcochete nesse ano e foi bom. Deu para rever as pessoas com quem vivia e aquelas que cuidavam de nós.

Tiago Alves vive capítulo feliz no Japão
Tiago Alves vive capítulo feliz no JapãoMontedio Yamagata

- Académica, União e Belenenses. Como correu a etapa final do processo formativo?

- A Académica não soube, mas no segundo ano cheguei a ir alguns dias ao SC Braga para fazer a pré-época. Acabei por decidir não ficar, porque não queria uma nova mudança na minha vida. Voltei à Académica, mas não correu como desejava e fui para o União. Andava desanimado e pensei inclusive em deixar de jogar futebol. Lembro-me de ter uma conversa com a minha mãe e de ela me perguntar se eu queria mesmo deixar de jogar futebol depois de tantos anos. Felizmente, acabo por encontrar no União o treinador que tinha estado comigo na primeira época na Académica e com a ajuda dele voltei a gostar de futebol. Depois acabo por ir para o Belenenses fazer o meu último ano de júnior.

Varzim foi o primeiro clube enquanto sénior
Varzim foi o primeiro clube enquanto séniorArquivo Pessoal

- E o primeiro ano de sénior é na Póvoa de Varzim. Como foi a mudança?

- Difícil numa fase inicial. Eu estava muito bem no Belenenses. Comecei a treinar com a equipa principal, era presença regular nos trabalhos do mister Lito Vidigal e em janeiro chegou a proposta para assinar contrato profissional. Mas de forma misteriosa não chegou com os valores que tínhamos acordado. Disseram que tinha sido um erro e que iam reformular o contrato, mas a verdade é que nunca mais apareceu. Foi um choque... Em seis meses passei de estar a assinar para jogar na Liga para só ter propostas do Campeonato de Portugal, uma delas do Varzim. Acabei por aceitar por o Varzim ter a equipa principal na Liga 2.

- A estreia na equipa principal na Liga 2 acaba por ser um ponto positivo nessa caminhada.

- Uma caminhada de altos e baixos. Aí assino o meu primeiro contrato profissional e...

- ... Vai para o Salgueiros, no Campeonato de Portugal. Difícil?

- Bastante desmotivado. Não fui eu mesmo durante essa época. Não estava feliz, não me sentia compreendido, não me sentia valorizado e não estava num sítio onde quisesse estar. Tenho o máximo respeito pelo Salgueiros, isso não estava em causa, mas eu ambicionava outras coisas para mim. Acho que a parte mental mexeu muito comigo. Olho para todo o trajeto e acho que foi uma etapa perdida da minha vida. Foi um deixar ir... Não me senti valorizado, nem me valorizei enquanto jogador.

Tiago vestiu as cores da equipa sub-23 da B SAD
Tiago vestiu as cores da equipa sub-23 da B SADArquivo Pessoal

"Espero que o Neca saiba que valorizei muito aquela conversa"

- Antes da ida para o estrangeiro ainda vai à B SAD.

- Sim, no primeiro ano de Liga Revelação. Mais uma coisa que não consigo explicar. O presidente e o diretor desportivo eram os mesmos que estavam durante a minha passagem pelos juniores do Belenenses. Estava a fazer as coisas bem nos sub-23, novamente a ir à equipa principal, e o Neca (treinador), em outubro, vem ter comigo e diz-me que a direção não queria que eu jogasse mais a titular. Honestamente, não tenho uma resposta para o que aconteceu. Em janeiro, o Neca vem novamente ter comigo e aí teve uma conversa sincera e que eu valorizo bastante, espero que ele saiba disso, em que me diz que não tinha nada a ver com as escolhas dele, mas que o presidente não queria que eu jogasse mesmo. 

- E o que faz?

- Não estava a contar com aquilo. Em janeiro tinha possibilidades de Campeonato de Portugal, mas não queria nem por nada. Falei com algumas pessoas e apareceu-me a proposta da 3.ª liga polaca. Achei melhor abrir horizontes num mercado novo do que ficar estagnado em Portugal. Precisava de algo mais para mim e foi como um reviver para o futebol.

Tiago Alves jogou no Piast, da Polónia
Tiago Alves jogou no Piast, da PolóniaPiast Gliwice

- Abre-se depois a porta da primeira liga polaca.

- Eu não podia ingressar num clube de Portugal com o qual não me sentisse representado. Então, se não pudesse ser na Liga 2 em Portugal, então que fosse no estrangeiro. Acabo por ir para o Olimpia e ajudo a equipa a subir para a segunda divisão. No final desse ano tenho logo proposta de um clube da primeira da Polónia, mas a direção do Olimpia cai e o negócio também. Ainda início os trabalhos, faço seis jogos na segunda liga e aparecem dois clubes de primeira, um deles o Piast, que nesse ano tinha sido campeão. Em seis meses estava muito mal e de repente estou muito bem. Só prova que não podia estar naqueles níveis, que precisava de algo mais para estar feliz.

- Qual o balanço que faz da sua etapa na Polónia?

- Gostei bastante dos primeiros seis meses, mas não gostava muito da cidade. Depois no Piast entro para uma equipa campeã e que tinha um treinador com uma ideia já muito enraizada. Não foi sempre do jeito que queria e sinto que houve momentos injustos. Sentia que a equipa técnica não gostava de mim, mas não me deixava sair. Todos os mercados tinha propostas para sair por empréstimo, mas o treinador dizia que não... Mas também não me metia a jogar. Depois acabo por renovar um ano, embora ciente de que não era bem aquilo que eu queria, e há um momento em que tenho de sair do clube e abre-se a janela do Japão.

Tiago Alves é adorado pelos adeptos do Montedio Yamagata
Tiago Alves é adorado pelos adeptos do Montedio YamagataMontedio Yamagata

"Em Portugal não temos ideia do que é o futebol na Ásia"

- Tinha algum conhecimento sobre o futebol no Japão?

- Não conhecia. Em Portugal não temos a ideia daquilo que é o futebol na Ásia, pois os jogos não são transmitidos. Tinha ideia de alguns jogadores que estavam cá - Iniesta, por exemplo -, mas temos muito pouco acesso.

- Como recebeu a proposta?

- Não conhecia nada da segunda liga do Japão. Estava em contato permanente com o meu empresário e o interesse começou a ficar forte. Então comecei a fazer alguma pesquisa e percebi que a informação não era muita. Tive de procurar no Kanji japonês e o processo demorou duas semanas. Depois ganhei coragem e aceitei. Tinha de sair do Piast.

Classificação do Montedio Yamagata
Classificação do Montedio YamagataMontedio Yamagata

- Após o final da primeira temporada no Japão, disse que tinha voltado a ser feliz a treinar e jogar. Que importância tem este capítulo na sua carreira?

- Sem querer desmerecer os sítios por onde passei, acho que este é realmente o mais especial que encontrei na minha vida. A realidade é totalmente diferente da que estamos habituados. Há um respeito muito grande por parte das pessoas em relação aos futebolistas. Uma coisa engraçada que percebi é que criam personalidades e identidades em volta daquilo que gostam, nomeadamente animes, e no futebol fazem o mesmo. Os adeptos escolhem um jogador para ser adeptos desse jogador. Claro que são adeptos do clube, mas também são de determinado jogador e inventam tudo: toalhas, camisolas... E as pessoas compram!

- ...

- Vão para o estádio cinco horas antes do jogo e têm momentos muito prazerosos. Outra coisa muito interessante é que marcam posição na fila com fita cola, deixam lá as coisas, vão à vida deles e quando voltam têm o seu lugar marcado. Tudo isto faz com que este país seja muito especial.

Tiago Alves é muito respeitado pelos adeptos do Montedio Yamagata
Tiago Alves é muito respeitado pelos adeptos do Montedio YamagataMontedio Yamagata

- E como são as coisas no clube?

- Eu e o Dellatorre temos um tradutor, que trabalha no clube há muitos anos e ajuda-nos em tudo. Tudo isto é positivo para a adaptação. Depois as coisas também começaram a correr bem no campo e o carinho aumentou bastante. Fiz um festejo que viralizou e sempre que me veem dizem o meu nome e fazem o festejo (n.d.r. continência). Toda a gente adorou. Em relação ao futebol, posso dizer que me surpreendeu muito.

- Começamos a ver vários jogadores japoneses a entrar no mercado português. Como são eles enquanto colegas de equipa?

- Eles são muito aquilo que tu és, aquilo que fazes e a forma como tu os respeitas. Tens de ser respeitoso para que o balneário te acolha. Eu considero-me uma pessoa repseitosa, com boa educação e não tenho conflitos com ninguém. Acho que gostam de mim. É giro, porque às vezes quase não falamos, mas existe pureza na relação.

- O que pode dizer sobre a competição?

- Totalmente diferente. Não conhecia nada e surpreendeu-me muito a intensidade com que treinam, a qualidade na receção e no passe e a mobilidade deles em campo. Custou-me um pouco apanhar esse ritmo, pois não estava habituado a treinar e jogar de forma tão intensa e a pensar tão rápido. O futebol que se tenta jogar é um futebol positivo e são poucas as equipas que não jogam em construção a partir de trás. Começam a haver muitos jogadores a ir para Portugal, Alemanha e Bélgica. E isso diz muito. Eles têm muita qualidade.

Tiago Alves contabiliza 13 golos na presente temporada
Tiago Alves contabiliza 13 golos na presente temporadaFlashscore

"Tenho os melhores números da carreira"

- Na época passada estiveram no play-off, mas não conseguiram a subida. Este ano voltam ao play-off. Como está a encarar mais uma oportunidade de levar a equipa até à liga?

- Muito entusiasmado. Quando vim para cá o objetivo era subir de divisão, mas o ano passado não conseguimos, infelizmente. Também por culpa de uma vertente que me parece injusta. Por exemplo, o 3.º recebe o 6.º e o 4.º recebe o 5.º e o empate é suficiente para quem joga em casa. O ano passado vencemos o primeiro jogo, depois empatámos 2-2 e ficámos fora. Agora vamos ter um jogo difícil contra o Shimizu, mas se passarmos temos a possibilidade de trazer a final para nossa casa e isso é uma motivação extra. Espero que seja este ano.

Os últimos jogos do Montedio Yamagata
Os últimos jogos do Montedio YamagataFlashscore

- Já se veem algumas bandeiras portuguesas nas bancadas. É reconfortante para quem está a tantos quilómetros de casa?

- Com toda aquela informação que pesquisei antes de vir para cá percebi que era muito comum, por exemplo, com os brasileiros. E o meu pensamento foi: 'será que vão trazer bandeiras portuguesas?' Quando trouxeram foi uma sensação muito boa. Nunca me tinha acontecido e fiquei muito feliz.

- É percetível o impacto que esta mudança para o Japão está a ter na sua carreira.

- Acabei por conquistar a forma como sou visto aqui. Não esperava que isto acontecesse na minha vida. Tenho os melhores números da minha carreira e não interessa muito ser na segunda liga, porque quem conhece a realidade valoriza. Cresci muito como pessoa e a nível futebolístico sinto-me muito mais completo, sinto o meu corpo muito mais capaz e sinto que a minha confiança disparou. Ainda tenho muitas coisas para melhorar, mas sou hoje um jogador muito mais inteligente dentro de campo. O Japão é uma etapa muito importante da minha vida e que me vai ajudar no futuro.

Bandeiras portuguesas nos jogos do Montedio Yamagata
Bandeiras portuguesas nos jogos do Montedio YamagataMontedio Yamagata

"É verdade, sou o único português a jogar no Japão"

- Pela nossa pesquisa, o Tiago é o único português a jogar no Japão. Que significado tem este dado e de que forma a sua presença pode influenciar a vinda de outros?

- Defende-se a cultura de que na Europa é que é bom, mas eu discordo totalmente. A Europa tem as melhores ligas e clubes do mundo, mas há muito futebol além-fronteiras. Sou realmente o único português a jogar no Japão, não sei, sinceramente, se o clube tem em vista outros jogadores portugueses, mas também não sei até que ponto eles estão disponíveis para vir para o Japão. Eu valorizo muito a minha coragem e resiliência, de estar numa realidade tão diferente e distante. Uma coisa é aceitar, outra coisa é estar cá sozinho praticamente o ano inteiro. Não é fácil. O futebol é bonito, o país tem uma cultura especial, mas há momentos difíceis. Ainda assim, muito feliz pela minha escolha.

- Como é a vida para além do futebol no Japão?

- Tenho aproveitado para viajar, muitas vezes sozinho, algo que não gostava e não me atrevia, mas habituei-me e acho que foi a melhor coisa que diz. Aproveito para refrescar a minha mente e sair um pouco para estar bem para o futebol.

Montedio Yamagata defronta o Shimizu no play-off
Montedio Yamagata defronta o Shimizu no play-offFlashscore

- Consegue comunicar bem com os locais?

- Assim que cheguei, tive seis meses de aulas de japonês online e isso ajuda-me na comunicação. Uma coisa que reparei é que os japoneses não falam muito inglês. O meu japonês não é perfeito, mas já me desenrasco em algumas situações. E quando não consigo tenho sempre o Google Tradutor (risos).

- Aos 27 anos, qual a ideia para o futuro? Ficar ou regressar para a Europa?

- Já passaram milhões de sensações pela cabeça. Estou em final de contrato, sei que mais tarde ou mais cedo vão chegar propostas - tenho o meu empresário a tratar disso - e é normal pensar nisso. Mas, sinceramente, não faço ideia. Já tive vontade de ficar, já tive vontade de ir para a Europa, já tive vontade de experimentar a América... Não sei. Muitas vezes sinto-me desesperado por estar longe da minha base (família e amigos) e gostaria de estar mais perto. Mas agora o meu foco tem de estar no play-off e só espero ser feliz com a próxima escolha.

- Apesar dessa incerteza, há uma certeza: vive o melhor momento da sua carreira?

- Sem dúvida! Sinto que esta mudança foi muito benéfica para mim, pois evoluí bastante em muitos momentos do jogo. Estou mais maduro e consigo entender muito melhor o próximo.