A sociedade desportiva, que disputa a Liga 2, utiliza a instalação municipal em duas vertentes: desportiva, para jogos, e administrativa, porque tem sede no estádio.
Em resposta à agência Lusa, o município avança que, “por cada jogo da equipa profissional realizado no recinto, o valor cobrado é de 1.845 euros”, sendo que “o arrendamento do espaço onde está instalada a sede da SAD tem um custo mensal de 1.700 euros”.
Contudo, “atualmente os pagamentos encontram-se em atraso”, sendo que “o montante da dívida ascende a 141.083 euros”, valor relativo a faturas que remontam ao final de 2022.
O município acrescenta que decorre um “processo de negociação com a SAD para regularizar as dívidas devidas”.
Esta sexta-feira, a União de Leiria manifestou publicamente a insatisfação pela impossibilidade de disputar pelo menos os dois próximos jogos da Liga 2 em casa, em virtude dos danos causados no relvado do Estádio Municipal pelo espetáculo Rockin’1000, realizado no dia 14 de setembro.
A sociedade lamentou a obrigatoriedade de disputar os jogos com o Marítimo e Felgueiras noutro estádio, o de Rio Maior, “apesar das garantias dadas pelo Município (de Leiria) em como a realização do Rockin1000 não iria inviabilizar a realização dos jogos da União de Leiria em casa”.
Eventos como o Rockin’1000, “não pode(m) colidir com a atividade da instituição que nos últimos anos tem sido a bandeira da região Centro por todo o país”, defendeu a União de Leiria em comunicado, em que se “lamenta profundamente esta situação, que muito prejudica este clube, a vários níveis”, lê-se no comunicado.
Em resposta, o Município de Leiria também “lamenta profundamente os transtornos causados e entende a insatisfação expressa pela União de Leiria”: “Defendemos uma relação de cooperação entre as partes. A CML tem envidado todos os esforços para apoiar o sucesso do futebol profissional na cidade. Este sucesso é, indiscutivelmente, importante para o desenvolvimento do nosso território”.
“No entanto”, acrescenta a autarquia, em resposta à Lusa, “é importante recordar que o Estádio Municipal de Leiria é uma propriedade pública de elevado valor, e a sua rentabilização é essencial para o interesse do concelho”.
Confirmando a intenção de “continuar a promover eventos da natureza” do Rockin’1000, pelo “impacto mediático, dinamismo gerado na economia local e visibilidade proporcionada ao nosso território”, o município admite outro cuidado em futuros agendamentos:
“O objetivo é estabelecer uma programação de eventos que equilibre os usos desportivos e não desportivos do estádio, especialmente em articulação com a União de Leiria SAD e outras entidades utilizadoras do estádio, de forma a evitar futuros prejuízos à sua utilização desportiva”, conclui.