Liga 2: Santa Clara campeão (2-0), Nacional em segundo (2-0) e AVS vai ao play-off (0-1)
Santa Clara 2-0 União de Leiria
O Santa Clara dominou a Liga 2 do início ao fim e, na última jornada, não tremeu. A equipa açoriana ainda esteve por alguns minutos em segundo lugar, mas conseguiu vencer a União de Leiria para segurar a liderança e sagrar-se campeão da Liga 2 pela segunda vez na sua história.
A primeira parte foi animada e podia ter contado com golos para os dois lados. Bruno Almeida por pouco não abriu o marcador de livre direto, mas desde as bancadas surgiram as más notícias: o Nacional estava a vencer.
Apesar dos maus ventos vindos da Madeira, os açorianos, habituados a lidar com intempéries, não tremeram e continuaram a ameaçar a baliza de Kieszkek.
Depois de várias tentativas, ao minuto 63 a União de Leiria cedeu. Bruno Almeida cobrou um canto à direita, Kieszek afastou, mas Pedro Ferreira apareceu para fazer o 1-0 em grande estilo e devolver o Santa Clara à liderança virtual.
Num misto de festa e ansiedade, o Santa Clara geriu o resultado, mas os mais de 7 mil adeptos do Santa Clara presentes nas bancadas só começaram a festejar verdadeiramente depois de Bruno Almeida (80 minutos) resolver a partida.
Gabriel Silva ganhou a linha e cruzou rasteiro para a finalização de Bruno Almeida, que tinha descido à Liga 2 com os açorianos e está de volta à Liga Portugal, agora com a medalha de campeão da Liga 2.
Nacional 2-0 Mafra
Os méritos da equipa orientada por Tiago Margarido já não podiam ser retirados, mas a equipa madeirense sonhava em colocar a cereja no topo do bolo com o título de campeão da Liga 2. E, durante alguns minutos, esse sonho esteve perto de ser uma realidade.
Ao contrário do que aconteceu nos Açores, o Mafra não conseguiu dar réplica ao Nacional, que já tinha confirmado a subida à Liga Portugal, mas deu tudo por tudo para alcançar o 2.º campeonato do 2.º escalão.
A verdade é que o dia dificilmente podia ter começado melhor. Logo aos 4 minutos, Diao tocou com a mão na bola dentro da área e Chuchu Ramírez, melhor avançado do mês de abril, abriu o ativo para a equipa madeirense.
Virtualmente na liderança do campeonato, os insulares olhavam com atenção redobrada para o arquipélago dos Açores, onde, nessa altura, encontravam boas notícias.
Depois de Gustavo Silva acertar ao poste (44'), novo penálti cometido por Diao e convertido por Chuchu Ramírez (45') deixou o Nacional mais confortável antes do intervalo.
A segunda parte já foi mais equilibrada, mas o jogo que verdadeiramente interessava sofreu uma mudança decisiva. O Santa Clara marcou e o Nacional, impotente, nada podia fazer. A equipa de Tiago Margarido segurou o resultado, mas viu o Santa Clara sagrar-se campeão. Os madeirenses têm oportunidade de vingança em 2024/25, quando encontrarem os açorianos na Liga Portugal.
Oliveirense 1-3 Leixões
No Estádio Carlos Osório, o Leixões alcançou uma vantagem confortável com dois golos de Bruno Ventura, aos 32 e 49 minutos, tendo Jaiminho reduzido para a Oliveirense, aos 67, antes de Mozino confirmar a vitória da formação de Matosinhos, aos 83.
Com o triunfo, o Leixões termina a Liga 2 no 14.º lugar, com 37 pontos, enquanto a Oliveirense conclui a prova no 15.º, com 34.
O equilíbrio foi evidente na primeira parte, mas o Leixões acabou por se colocar em vantagem aos 32 minutos, com um golo de Bruno Ventura, que desviou um remate de Rafa para o fundo da baliza da Oliveirense.
Antes do intervalo, o Leixões quase marcava o segundo, mas o poste evitou o golo de Rafa, que rematou forte e de longa distância.
A equipa de Carlos Fangueiro foi mais eficaz e ampliou a vantagem no início da segunda parte, com Bruno Ventura a aproveitar um erro da defesa da Oliveirense e a surgir à entrada da pequena área para bater Rui Dabó, aos 49 minutos.
A resposta da Oliveirense surgiu dos pés de Jaiminho, que reduziu a diferença no marcador, ao aproveitar uma recarga após defesa de Fábio Matos a defesa de João Paulo Queirós, aos 67 minutos.
Apesar do ímpeto da Oliveirense, o Leixões acabou por sentenciar o triunfo num golo de belo efeito de Mozino, que rematou cruzado e sem hipótese de defesa para Rui Dabó, aos 83 minutos.
AVS 0-1 Tondela
Durante vários meses, parecia que pelo menos o pódio estava garantido, com o AVS quase sempre em zona de subida direta à Liga Portugal. No entanto, um péssimo final de temporada, com apenas duas vitórias e oito jornadas, adiou a decisão do 3.º lugar para a última jornada.
A equipa de Jorge Costa começou por homenagear o goleador Nenê pelos seus 100 jogos ao serviço do clube (combinando Vilafranquense e AVS), mas a fraca primeira parte não foi homenagem para ninguém.
O conjunto de Santo Tirso sentiu dificuldades para lidar com um Tondela tranquilo que foi mais expectante nos primeiros 20 minutos, mas partiu para o ataque a partir desse momento.
Aos 28 minutos, Clayton e Fernando Fonseca facilitaram e Costinha aproveitou para abrir o marcador, apesar dos protestos dos jogadores do AVS, que reclamavam fora de jogo.
O certo é que a situação podia ainda ter ficado pior, isto porque com o nervosismo evidente do AVS só o poste evitou o 0-2, novamente por intermédio de Costinha, que rematou ao poste da baliza de Simão Bertelli.
Depois do intervalo, o AVS não quis ficar na expectativa daquilo que o Marítimo pudesse fazer em Viseu e assumiu, finalmente, o seu próprio destino. Aí começou a aparecer o inevitável Nenê, que viu Ricardo Silva negar-lhe o golo (48'), rematou ao poste (56') minutos mais tarde e ainda lançou Mercado para mais uma grande defesa do guardião do Tondela (79').
Apesar de não ter conseguido ultrapassar o guarda-redes beirão, o AVS fez a festa de apuramento para o play-off graças ao empate do Académico de Viseu com o Marítimo. No duelo com o Portimonense, Jorge Costa já sabe que não vai contar com Luís Silva, expulso por palavras nos descontos da partida.
Académico de Viseu 2-2 Marítimo
Em Viseu, o Marítimo procurava contar com a ajuda do vizinho do Académico para conseguir a subida ao lugar de play-off. Ao contrário do AVS, o conjunto insular fez uma época em crescendo, mas não conseguiu sequer chegar aos lugares do pódio. Ainda assim, o conjunto madeirense chegou vivo à última jornada.
Tal como aconteceu em Santo Tirso, a partida também não começou nada bem para o Marítimo. A precisar de uma vitória para conseguir a subida ao 3.º posto, a formação insular não podia ter pedido pior começo.
Um grande remate de Marquinho (4 minutos) à entrada da área deixou o Marítimo a correr atrás do prejuízo, com a obrigação de marcar dois golos para, depois, contar com ajuda do Tondela.
Mas, ao contrário do que aconteceu com o AVS, a reação maritimista foi própria de uma equipa que ainda não tinha desistido do seu objetivo. Depois de Platiny ameaçar, Xadas resgatou o conjunto madeirense com um golaço bem ao seu estilo (25 minutos) para deixar o jogo empatado.
Ainda era preciso mais um golo para sonhar com o play-off, mas foi preciso esperar que a primeira parte terminasse para a situação virar, pela primeira vez, a favor da equipa de Fábio Pereira.
Xadas volta a estar na jogada decisiva, ao bater o canto que acabou com um autogolo de Henrique Gomes (65 minutos) e deixou o Marítimo virtualmente no 3.º posto.
No entanto, apesar de já ter a época resolvida, o Académico não quis despedir-se dos seus adeptos com uma derrota e resgatou o empate no Fontelo, a sete minutos do apito final. André Clóvis aproveitou o erro de Erivaldo e traçou o destino do Marítimo (83'), que vai continuar na Liga 2.