Pedro Trigueira diz que "deve" internacionalizações na formação a Rui Patrício
“Tenho um total de 11 internacionalizações por Portugal, entre os sub-18 e os sub-21, mas estes números só foram possíveis porque o Rui Patrício, numa época em que ainda havia o Hugo Ventura (já retirado), foi sempre chamado ao escalão acima”, disse o guarda-redes do AVS à agência Lusa.
Trigueira começou a jogar em Paredes e o AVS é o 14.º clube de uma carreira extensa, mas ainda sem um fim à vista.
“Enquanto o corpo permitir, vou continuar a fazer o que mais gosto. Tenho 35 anos, se calhar, poderei jogar até aos 40 ou 41 e, depois, gostaria de continuar ligado ao futebol. Sou muito tranquilo e não me vejo como treinador principal, mas quem sabe treinar guarda-redes. Também poderei seguir o negócio da família”, referiu, sem esconder que gostaria de ter vivido uma experiência no estrangeiro.
Pelo AVS, atual líder da Liga 2, Pedro Trigueira foi eleito guarda-redes do mês de setembro, repetindo o que já sucedera em agosto, numa acumulação de prémios extensível a outros colegas e ao próprio técnico (Jorge Costa).
“Fico, naturalmente, feliz por reconhecerem o meu trabalho. Estes prémios dão-nos mais alento para continuar a trabalhar, cada vez mais e melhor, sendo também uma forma de mostrarmos a nossa qualidade. Mas isto nunca seria possível se a equipa não estivesse bem e, por isso, também considero tratar-se de um prémio coletivo”, confessou.
Pedro Trigueira defendeu que a “força mental” é “fundamental” entre os futebolistas e ainda mais na posição específica de guarda-redes, receando que nem todos a tenham e por isso desistam.
“Temo que nas gerações novas muitos abandonem a meio por fragilidades psicológicas. Os adeptos das redes sociais hoje podem afetar muito os jogadores, muitos podem não estar preparados para críticas tão agressivas, por vezes, e tão em cima dos acontecimentos, podendo abandonar”, sublinhou o experiente guarda-redes.
Trigueira iniciou a prática desportiva aos quatro anos, trocando a natação por futebol aos 13, pela possibilidade de jogar com os amigos.
“Eu gostava de jogar à frente, mas também gostava de ver o Vítor Baía. Um dia os guarda-redes no Paredes lesionaram-se e o meu treinador, Rui Moutinho, desafiou-me a ir para a baliza, até porque cresci rápido e já na altura media 1,92 metros. Começou assim”, concluiu.