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O futebol apareceu na vida de Zidane Banjaqui ainda antes de ele sequer imaginar que ia fazer dele vida. O pai é um apaixonado pela modalidade e o nome dos filhos confirma isso: Zidane e Figo. E ainda há os primos Maldine e Rivaldo. Zidane era para ser (Predrag) Mijatović, mas acabou por ter o nome da lenda francesa porque a mãe "não conseguia pronunciar" o nome do antigo internacional montenegrino.
Hoje, aos 25 anos, Zidane triunfou no mundo do futebol e é profissional no Feirense. O médio tem estado em destaque em Santa Maria da Feira e o bom desempenho na Liga 2 abriu-lhe de novo a porta da seleção da Guiné Bissau.
"Sinto-me feliz por estar de volta à seleção"
- O Zidane está de volta à convocatória da Guiné-Bissau. Como se sente?
- Sinto-me feliz por estar de volta à seleção. É o sonho de qualquer um representar o seu país. Comecei bem a época, e isto é fruto desse esforço.
- Como é estar em contexto seleção?
- É algo sensacional representar uma nação, com muitas pessoas a apoiar. É um pouco diferente do ambiente do clube. Vocês já sabem como são os africanos (risos), sempre com boa onda. Tem sido fantástico. Nas poucas vezes que fui, sinto-me honrado e espero continuar a ir e ajudar muito a seleção.
- Está curioso para perceber os métodos do novo selecionador, o antigo internacional português Luís Boa Morte?
- Estou ansioso para trabalhar com o mister. Estive a ver os jogos em que o mister esteve, gostei do que vi e estou ansioso para integrar os trabalhos.
- Vão ter dupla jornada de qualificação para a CAN-2022 - Essuatíni (dia 5 de setembro) e Moçambique (dia 10). Que importância tem a presença nesta competição continental?
- Ultimamente, temos conseguido sempre a qualificação. Acho que o objetivo mantém-se: irmos, desfrutar ao máximo, garantir a qualificação e dar alegria à nossa seleção.
- Perante os nomes da convocatória, sente que será difícil agarrar um lugar no onze?
- Temos muita qualidade. É uma competição saudável e faz-nos puxar uns pelos outros. Temos um ambiente muito familiar.
"Estamos muito melhores em relação à época passada"
- Sobre o Feirense. Depois de uma temporada difícil, em que alcançaram a manutenção apenas no play-off, qual é o balanço que o Zidane faz destes primeiros jogos de 2024/25 (uma vitória, dois empates e uma derrota)?
- Coletivamente, acho que a equipa está bem, forte e coesa. Estamos a criar bons fundamentos, e isso tem-se notado no campeonato. Tivemos agora uma derrota, faz parte, mas estamos muito melhores em relação à época passada, que não foi tão boa.
- Como se sente do ponto de vista individual?
- Sinto-me melhor, contente, confiante, e isso transmite-se na equipa. Acho que este ano vamos fazer coisas boas.
- Acredita que podem fazer diferente esta temporada?
- Acredito. A nível interno, SAD e assim, também está tudo muito mais unido e a remar para o mesmo lado, e isso é muito importante.
- O Zidane foi adaptado a extremo neste início de época. Como se sente nesta nova missão?
- Já joguei algumas vezes a extremo. Eu, sinceramente, gosto porque tenho mais liberdade, tenho mais a bola e estou mais perto da baliza. Tenho ganho confiança com os 90 minutos (totalista), a nível físico também, porque o ano passado tinha chegado com algumas mazelas. Sinto-me bem, feliz e estou aqui para jogar.
- O que tem pedido o mister Vítor Martins?
- Acho que notou mais a minha velocidade, a técnica no 1x1 e o remate. Acho que ele quer aproveitar as minhas capacidades para a equipa ter a possibilidade de sair mais em transição, criar triângulos no corredor lateral, e isso favorece o meu jogo. Acho que o mister tem adaptado bem a equipa, e nota-se no campeonato. Sinto-me bem, a equipa sente-se bem e temos todas as condições para fazer um bom campeonato.
- Que avaliação faz à Liga?
- Muito imprevisível. Há equipas candidatas que perdem, mesmo para aquelas que acabaram de subir, ou outras que ninguém esperava e estão no topo. É um campeonato muito competitivo e resume-se a pequenos detalhes. (...) Depois, no final do ano, fazemos as contas. É uma liga que tem crescido cada vez mais e com muita visibilidade. Nós jovens, podemos potenciar o nosso futebol.
- Sente que é uma liga que valoriza e potencia o talento jovem?
- Acho que sim, é um reflexo da Liga. Acho que é uma preparação para chegarmos lá. Tem sido uma catapulta para saltarmos para a primeira liga. Acho que uma equipa que faça um bom campeonato e se os jogadores tiverem números razoáveis acabam por dar o salto. Já vimos isso no ano passado.
"Tive um trajeto meio atribulado, mas necessário"
- Como é que o Zidane se sentes no Feirense?
- Sinto-me bem, estou feliz. Tenho de estar bem fisicamente; mentalmente, sinto-me espetacular, e no final do ano as coisas vão sair naturalmente.
- O Zidane passou pelo Campeonato de Portugal, Liga Revelação, Liga 2 e Liga. Foi um percurso difícil?
- Acho que foi um trajeto meio atribulado, mas necessário. Fez-me crescer, especialmente o primeiro ano de sénior no Campeonato de Portugal, um campeonato mais físico, e deu-me a conhecer mais como jogador e pessoa. Também apanhei grandes treinadores e boas instituições que me ajudaram. O meu trajeto foi um culminar de experiências que me ajudaram a chegar a este nível profissional. Agora é continuar a crescer para chegar às primeiras ligas a nível nacional e internacional.
- A família lida bem com este sucesso?
- A minha mãe, sempre que apareço na televisão, fica muito contente. Consegui chegar ao profissional. O meu pai também está muito feliz, ainda para mais por representar o nosso país. É algo extraordinário e estão muito orgulhosos de mim.
- Estamos na etapa final da entrevista. O que esperas que esta época lhe dê?
- Espero fazer mais números, tentar ter uma melhor época a nível individual, com mais golos e assistências, e que isso se reflita na tabela.
- Que mensagem quer deixar para os adeptos do Feirense?
- Vamos resolver a nossa vida mais cedo.
- Por fim, quais os conselhos que o Zidane gostaria de deixar aos jovens que sonham em atingir o patamar profissional?
- Aproveitem todos os momentos, não desistam e, quando caírem, levantem-se e continuem. Eventualmente, com muito trabalho, vão chegar lá.