A crónica de um campeão anunciado: Sporting vence Portimonense
Reveja aqui as principais incidências do encontro
Depois das muitas mudanças no Dragão, Rúben Amorim repôs alguma normalidade ao onze do Sporting. Viktor Gyökeres regressou à titularidade, com Paulinho a manter a titularidade no lugar do castigado Marcus Edwards. Pedro Gonçalves recuou para o meio-campo, onde fez par com Hjulmand, enquanto Ricardo Esgaio apareceu no lado direito da defesa.
No Portimonense, Seck foi novidade no lado esquerdo da defesa, com Hildeberto Pereira a aparecer a liderar a linha ofensiva, em vez de Tamble Monteiro.
Homenagem
A partida começou com um momento de celebração, mas por motivos menos tristes. Manuel Fernandes, figura maior do emblema leonino está a passar por um momento complicado de saúde e o Sporting não se esqueceu. Uma coreografia improvisada, com uma tarja a agradecer ao eterno capitão enquanto a voz de Jorge Palma entoava: Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar.
Com sete golos, o internacional português é o jogador do Sporting que mais golos fez aos algarvios. Divide a primeira posição com Rui Jordão e atrás deles segue Paulinho, com cinco.
Em noite de relembrar Manuel Fernandes acabou por ser poético que o golo inaugural da partida fosse marcado por Paulinho. Aos 13 minutos, Nuno Santos apareceu pela esquerda e cruzou atrasado para Paulinho fazer o 13.º golo na Liga, sexto com a camisola leonina ao emblema algarvio.
Desperdício
Em vantagem, o Sporting assumiu o controlo completo da partida. Empurrados por um Estádio de Alvalade completamente cheio, a equipa leonina partiu para cima do Portimonense que assumiu o habitual 6x3x1 e que sentia muitas dificuldades em desdobrar-se até à área contrária.
Contudo, por entre grandes defesas de Nakamura a remates de Paulinho, Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves, algum desacerto na finalização de Gyökeres e o poste a negar nova festa, o resto da primeira parte acabou por ser um festival de algum desperdício do Sporting que foi oscilando entre momentos de aceleração (em que desmontava a defesa algarvia) e controlo de uma partida que parecia sentenciada pese embora a vantagem mínima.
Soltem a festa
A segunda parte começou na mesma toada morna, o Sporting a dominar, mas sem acelerar muito e frustrando os adeptos que queriam o segundo golo para fazer a tão ansiada festa numas bancadas engalanadas a rigor de verde e branco.
Aconteceu aos 70 minutos, mais uma vez pela esquerda. Numa combinação entre Paulinho e Nuno Santos, o avançado arrancou pela linha de fundo e colocou a bola mais atrasada onde apareceu Francisco Trincão a colocar para o fundo das redes. Estava batido Nakamura que pareceu um muro intransponível durante muita da partida.
Foi o gatilho para a festa. Um dos grandes contos da literatura mundial é a Crónica de uma Morte Anunciada de Gabriel García Márquez, em que os habitantes de uma aldeia assistem à caminhada de um homem que irá ser morto. O Sporting ainda não é campeão, mas com dois jogos por disputar e uma vantagem mínima de quatro pontos sobre o Benfica parece cada vez mais ser a equipa que vai elevar a taça.
Ouviram-se pedidos de campeão, cânticos a exultar o sportinguismo, a festa em Alvalade. Faltava apenas o troféu, que poderá ser erguido este domingo, se o Benfica for derrotado pelo Famalicão.
A festa subiu ainda mais de tom com o 41.º golo de Gyökeres após passe de Daniel Bragança, já nos descontos.
Quanto ao Portimonense, está no 16.º lugar com 28 pontos, a um do Estrela da Amadora (ainda não jogou) e tem mais duas jornadas para evitar o play-off de manutenção e conseguir ficar na Liga de forma direta.
Homem do jogo Flashscore: Paulinho (Sporting)