Recorde as incidências da partida
Sem perder há três jogos, e depois de ter empatado a zero no terreno do Farense, na última jornada, o Estrela da Amadora, no primeiro jogo da história contra o Arouca, subiu ao relvado do Estádio José Gomes com duas novidades: Kialonda Gaspar regressou após castigo, ocupando o lugar de Hevertton na defesa, enquanto no ataque André Luiz entrou no lugar de Kikas.
Do lado do Arouca, que não perdia há quatro jogos, tendo vencido o Gil Vicente, com um hat trick de Mújica, na 14.ª jornada, Milonavov regressou, após lesão, para o lugar de Weverson, enquanto Sylla, após ter cumprido castigo, voltou a ser titular, relegando Vitinho para o banco.
Ação tricolor e reação do lobo
O Estrela entrou ao ataque e logo aos cinco minutos, após boa jogada pelo flanco direito, André Luiz, em posição privilegiada, rematou por cima da baliza do Arouca.
Aos 11 minutos, porém, surgiu mesmo o golo da equipa da casa e na sequência de uma bola parada. Jean Felipe bateu o canto da esquerda e Kialonda Gaspar, de regresso ao onze, saltou mais alto que a concorrência e inaugurou o marcador.
O Arouca tentou reagir e aos 23 minutos, também numa bola parada, Cristo González, de livre, rematou muito por cima, antes de Mújica, no minuto seguinte, cabecear fraco e ao lado da baliza dos tricolores.
Aos 32 minutos voltou a surgir André Luiz, também ele de regresso à titularidade, mas com um remate sem a melhor direção.
A primeira ocasião sobreana para o Arouca restabelecer a igualdade surgiu logo depois, aos 34', quando Sylla serviu Jason, que rematou à barra da baliza do Estrela da Amadora. O mesmo Sylla, aos 36', beneficiou de livre em boa posição mas atirou contra a barreira.
Aos 38 minutos Rafa Mújica marcou mesmo, de cabeça, mas houve falta do avançado sobre o guarda-redes Dida, anulando o 1-1.
Nos cinco minutos de compensação mais duas ocasiões, uma para cada lado: aos 45+2' Mújica esteve perto do golo, impedido pelo corte de Shinga, com Tiago Esgaio, na recarga, a atirar por cima. Respondeu o Estrela, aos 45+3', com Léo Cordeiro a demorar na decisão e a permitir o corte de Sylla.
Respirar antes de responder
Sem alterações para a segunda parte, no que aos onzes diz respeito, a mudança deu-se, quase no imediato, no marcador. E pelo suspeito do costume no Arouca. Aos 47 minutos, Tiago Esgaio ganhou espaço na esquerda e cruzou para Rafa Mújica, mais rápido, antecipar-se e finalizar de primeira, e de pé esquerdo, fazendo o 1-1 na Reboleira.
Aos 52 minutos, em transição, Rafa Mújica não marcou mas assistiu Cristo González, valendo a mancha de Dida a negar a reviravolta antes da bandeirola do auxiliar impossibilitar outro cenário.
Sérgio Vieira não gostava do que via e ainda antes da hora de jogo mudava os protagonistas, e em dose dupla, lançando Manuel Keliano e Ronaldo Tavares nos lugares de Léo Jabá e Vitó.
Aos 66 minutos foi Ronald a fugir, em velocidade, e a entrar na área do Arouca, caindo perante Arruabarrena. Havia, porém, fora de jogo e o possível penálti transformou-se em livre para a equipa visitante.
O azar de uns para o brilho de outros
Já depois de Sérgio Vieira ter feito a terceira alteração, promovendo o regresso à competição de Pedro Sá, três meses depois, para o lugar de João Reis, houve mesmo um penálti na Reboleira, com direito a expulsão, com contornos caricatos e tremendamente penalizador para o Estrela da Amadora: Dida, após uma boa defesa, quis sair a jogar rápido e, importunado por Rafa Mújica, atingiu o avançado do Arouca com o braço. Vermelho direto para o guarda-redes do Estrela, penálti para o Arouca e a estreia absoluta de Edmilson Cambila na Liga, ocupando a baliza tricolar, no lugar de Ronald, ao mesmo tempo em que Kikas entrou para o lugar de André Luiz.
Aos 21 anos, na primeira chamada à equipa principal, e logo com palco de Liga, Edmilson Cambila voou para negar o penálti de Cristo González e ainda fez a mancha na recarga. Para mais tarde recordar. Foi o segundo penálti que o Arouca beneficiou na Liga e o segundo desperdiçado, depois de Sylla ter falhado diante do Famalicão.
Reviravolta que se adivinhava
A festa de Edmilson, e das bancadas da Reboleira, porém, não durou muito tempo, uma vez que aos 77 minutos Cristo González redimiu-se do penálti falhado, entrou na área após jogada pela esquerda e rematou forte para Edmilson Cambila, sem conseguir segurar a bola, ver Jason operar a reviravolta na recarga.
Três minutos depois do 2-1, o Arouca fechava mesmo a questão do vencedor da partida. Edmilson Cambila ainda desviou a cabeçada de Kouassi, a bola foi à barra mas, na recarga, Javi Montero estreou-se a marcar para o Arouca, apontando o 3-1 aos 80 minutos.
Aos 85 minutos, já depois de Edmilson Cambila ter provocado um susto, devido ao seu adiantamento em campo, foi Kikas a surgir isolado junto à baliza do Arouca, a rematar ao lado mas já em fora de jogo.
Era a altura de Daniel Sousa mexer no onze pela primeira vez, refrescando o ataque aos 85 minutos com as entradas de Bukia e Benji Michel nos lugares de Rafa Mújica e Jason. Três minutos depois, aos 88', outras duas, retirando Sylla e David Simão para colocar Pedro Santos e Lawal.
Já dentro do primeiro de sete minutos de compensação, seria mesmo um dos suplentes, Bukia, a assinar o 4-1 final, com uma abertura de Cristo González, na direita, para a finalização do extremo. Tudo pareceu fácil perante a superioridade numérica e permissividade defensiva do Estrela.
Com esta vitória o Arouca, que era lanterna vermelha aquando da chegada de Daniel Sousa ao comando técnico, iguala os 16 pontos do Estrela da Amadora, no 9.º lugar da classificação. 2024 promete na Serra da Freita.
Homem do jogo Flashscore: Rafa Mújica (Arouca)