Análise: A renovada confiança de Trincão vai a tempo de colocar fim ao jejum intermitente?
Rafael Pontelo e Koba Koindredi, os nomes dos dois reforços do Sporting no mercado de inverno. E se acrescentarmos o de Francisco Trincão à lista?
É certo que o extremo já estava em Alvalade na época passada e que até apresentou bons números na temporada de estreia (52 jogos, 13 golos marcados), mas a verdade é que Trincão, que foi reforço definitivo do Sporting no último verão, parece ter chegado apenas no inverno.
Rúben Amorim sempre foi um admirador confesso do extremo. Afinal, foi o treinador que o fez brilhar em Braga. No entanto, mesmo o técnico leonino acabou rendido às evidências: Trincão não estava a aproveitar os minutos de leão ao peito.
O esquerdino foi titular no primeiro jogo da época, condição que, até meio de dezembro, repetiu apenas mais três vezes, duas para a Liga Europa e uma para a Taça de Portugal, tendo saído ao intervalo na partida em Itália.
Mais do que riscado, Trincão parecia estar a riscar-se a si próprio deste Sporting. Não convenceu nos poucos minutos que foi recebendo e, naturalmente, caiu nas escolhas de Rúben Amorim, que sempre acreditou no potencial do jogador.
O treinador leonino utilizou sempre uma palavra para falar do internacional português: "confiança". De facto, podia ser essa a diferença para a melhor versão de Trincão.
Ano novo, vida nova
Depois de um final de 2023 intermitente, mas com direito a mais minutos, com Liga Europa e Taça da Liga pelo meio, Trincão entrou com votos renovados para 2024. Desde que começou o novo ano, fez seis jogos consecutivos a titular, um a suplente e marcou cinco golos nesse período.
Recuando quatro anos, foi em janeiro que Trincão começou a ganhar mais espaço em Braga, já com Rúben Amorim, que o lançou a titular no primeiro jogo como treinador dos arsenalistas. Esse período marcou um final de época memorável, de tal forma que, depois daqueles sete meses, o esquerdino já tinha acordo com o Barcelona para rumar à Catalunha na época seguinte.
A entrada na equipa do Barcelona não foi fácil. Apesar de ter feito mais de 40 jogos pelos catalães, apenas 10 foram na condição de titular. Com Ronald Koeman, foi no início de fevereiro, frente ao Betis, que marcou o primeiro golo pelos blaugrana, acabando por decidir na vitória por 2-3 em Sevilha.
Desde então, a carreira de Trincão tem sido marcada por altos e baixos. Em Inglaterra, as dificuldades foram claras. O esquerdino não se adaptou ao ritmo inglês e Rúben Amorim viu aí uma oportunidade.
Em Alvalade, a carreira de Trincão também tem sido marcada por períodos longos de irregularidade, mas o esquerdino aproveitou as dificuldades de Edwards (devido a gripe) e a ausência de Morita, que levou Pedro Gonçalves para o meio-campo e abriu uma vaga no ataque, para mostrar que ainda vai a tempo de acabar a época em alta.
No reencontro com o SC Braga, onde fez praticamente toda a formação, tem nova oportunidade de mostrar a sua melhor versão e, quem sabe, ganhar uns pontos junto de Roberto Martínez a poucas semanas da convocatória da seleção nacional.
