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Análise: Como funciona a nova dupla nórdica do Sporting

Bruno Henriques
Harder e Gyökeres festejam
Harder e Gyökeres festejamSporting CP
Foi um dos grandes motivos de interesse do jogo com o AVS (3-0), da sexta jornada da Liga. Se o bis de Vitkor Gyökeres não surpreendeu os adeptos leoninos, o golo e a assistência de Conrad Harder deixou alguma água na boca da tribuna de Alvalade.

Foi a novela de verão do Sporting. A saída de Paulinho para o Toluca obrigava a uma ida ao mercado para encontrar um a alternativa (ou complemento) a Gyökeres. Fotis Ioannidis foi o alvo número um, mas o Panathinaikos venceu o braço de ferro e a escolha acabou por recair no desconhecido Conrad Harder.

Loiro, conhecido pelo físico, com um preço que fez levantar algumas questões e de um campeonato periférico (faz lembrar alguém?), o avançado de 19 anos fez levantar algumas sobrancelhas de desconfiança. Apelidado de um “jogador com potencial” por Rúben Amorim, reconhece características semelhantes entre Gyökeres e Harder e isso desde logo originou questões sobre a utilização em conjunto de ambos.

Contudo, as lesões de Pedro Gonçalves e Marcus Edwards levaram o técnico do Sporting a conceder a primeira titularidade do dinamarquês de 19 anos ao lado sueco de 26 anos, num jogo que acabou por ter resultados práticos imediatos, mas que levou a mudanças no leão.

O XI do Sporting
O XI do SportingFlashscore

Dois avançados

Ao contrário de Paulinho, e também de Ioannidis, Conrad Harder é um ponta-de-lança puro e duro. E isso nota-se nas movimentações que faz. Canhoto, começou na esquerda do tridente ofensivo leonino, mas esteve sempre muito presente em terrenos centrais, várias vezes ao lado de Gyökeres, como se fosse uma dupla de avançados.

E por aí não se atrapalharam, até porque a dinâmica parecia ensaiada: Na altura dos cruzamentos, Harder atacava quase sempre a pequena área, enquanto Gyökeres procurava ficar mais recuado na marca de penálti.

O posicionamento de Harder (19), mais central
O posicionamento de Harder (19), mais centralPatrícia de Melo Moreira/LUSA, Opta by Stats Perform

Pedro Gonçalves, habitual dono do lugar, pensa mais como um médio e procura mais jogo entrelinhas, atrás dos médios contrários, onde consegue ser mais associativo. Esta era uma característica também reconhecida a Paulinho.

Isso também levou a uma modificação do comportamento de Gyökeres. O sueco não procurou tanto a profundidade e tentou colmatar a ausência de Pedro Gonçalves com um jogo mais associativo, deixando o ataque à profundidade para Harder, que apresenta mais dificuldades na questão da decisão e do passe.

Gyökeres trabalhou mais entrelinhas
Gyökeres trabalhou mais entrelinhasOpta by Stats Perform, Sporting CP

Esquerda diferente

O lado esquerdo do Sporting costuma ser o mais forte em termos ofensivos, com grande dinâmica. Gonçalo Inácio oferece qualidade na saída com bola, Pedro Gonçalves e Nuno Santos conseguem combinar bem e permutar entre largura e zona interior, com Morita a atacar a área. Ora, destes quatro, só Nuno Santos foi titular diante do AVS, o que levou a uma diferença na dinâmica.

A rede de passes do Sporting com o FC Porto
A rede de passes do Sporting com o FC PortoOpta by Stats Perform/LUSA

Nuno Santos esteve sempre muito aberto porque Harder não é jogador para dar largura no flanco (pese embora um excelente cruzamento para Trincão, tirando de perto da linha lateral). Matheus Reis esteve mais avançado que Gonçalo Inácio, funcionando como um lateral, enquanto Daniel Bragança não foi tão incisivo no ataque à área como Morita, mas baixou para ajudar na construção e colmatar a falta da qualidade de passe de Gonçalo Inácio.

A rede de passes do Sporting diante do AVS
A rede de passes do Sporting diante do AVSOpta by Stats Perform, Sporting CP

Harder trouxe claramente dinâmicas diferentes para o Sporting, sobretudo junto a Gyökeres, mas também parece mais um émulo do sueco (que não obriga a equipa a mudar a forma de jogar) do que um complemento. Ainda assim, pode ser um plano diferente para equipa leonina, que ganha outras possibilidades.