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André Villas-Boas: "Somos um clube difícil de negociar"

Bruno Henriques
André Villas-Boas falou aos jornalistas
André Villas-Boas falou aos jornalistasFC Porto
Após a inauguração da casa do FC Porto de Arouca, o presidente dos dragões falou sobre os tópicos que tem marcado o verão. Confirmou que não existiu proposta por Francisco Conceição e assumiu contatos por David Carmo.

Francisco Conceição: "O mercado está parado, existe pouca atividade. Recebemos algmas sondagens por jogadores do FC Porto, mas somos um clube difícil de negociar. Temos sido abordados por clubes, mas nada em concreto. Estamos satisfeitos com o plantel, mas temos necessidades de encaixe financeiro para corresponder às exigências por parte da UEFA e encargos até ao final do ano. Vamos continuar atentos, com consciência dos ativos que temos. Estamos relativamente tranquilos nesta fase. O mercado, infelizmente, opera sempre mais tarde. O que importa nesta fase é estarmos prontos para substituir alguém que possa sair."

David Carmo: "A proposta concreta que tivemos foi a do David Carmo. O Olympiacos tinha direito de compra, mas também interesse no atleta. O jogador está confortável e com um rendimento ótimo na pré-época, é um bom ativo. Não existiu acordo com o Olympiacos. O jogador está tranquilo, a dar tudo. Foi o único que teve contactos efetivos."

Internacionais do FC Porto: "Conto com eles todos. E o Vítor Bruno também. É preciso respeitar o devido descanso após terem competido no Europeu e na Copa América e no regresso já estarão com a mente fresca e prontos para preparar a Supertaça."

"Mais mulheres no dirigismo"

O presidente do FC Porto disse hoje que quer mais igualdade de género no clube, apelando ao reforço do número de mulheres na prática desportiva, nas bancadas e também no dirigismo azul e branco.

André Villas-Boas apresentou essa intenção na inauguração da Casa do FC Porto de Arouca e no contexto do agradecimento à presidente dessa estrutura, a professora Cristina Saavedra, que, apesar de só hoje receber a visita formal de um líder portista, já há dois anos gere a referida coletividade e aí vem dinamizando a cultura ‘azul e branca’.

No nosso seio temos milhares de mulheres, mas estamos muito longe da paridade desejável e não esgoto a minha análise apenas no campo numérico: temos de ter mais mulheres na primeira linha do clube e queremos ver mais jovens meninas e mulheres a praticar desporto connosco, a transformarem-se em atletas campeãs, a assumirem mais cargos de destaque no clube e nas empresas do grupo FC Porto, e a darem o seu contributo qualificado e informado para o associativismo”, declarou Villas-Boas.

O líder dos portistas espera que essa ambição se reflita também num maior número de sócias para o clube e deu como exemplo o caso da própria Casa do FC Porto de Arouca.

Entre os 298 sócios da casa, apenas 18 são sócios do clube. Temos de concluir que, apesar de aqui haver de facto portismo, não há verdadeiras vantagens nem motivações para alguém ser sócio da casa e também sócio de pleno direito do clube”.

Assumindo que “é responsabilidade da direção do FC Porto e das casas portistas” alterar essa realidade e garantir o crescimento da comunidade azul e branca, Villas-Boas realça, contudo, que todos estão “alinhados na necessidade de mudanças efetivas” e que isso se tem “traduzido numa afluência histórica aos lugares anuais no estádio e em novos sócios do clube”.

Cristina Saavedra, que dirige a representação dos dragões arouquense, revelou que o anterior presidente do clube “não teve oportunidade” de inaugurar a estrutura nos dois anos que essa já leva de funcionamento, mas afirma que isso não impediu a casa de “ir crescendo aos poucos” em número de sócios e simpatizantes.

Sem revelar qual o investimento envolvido na criação dessa coletividade mas realçando que esse foi assegurado “pela generosidade de 130 sócios fundadores”, a mesma responsável propõe-se agora dinamizar a casa portista de Arouca de forma a proporcionar “um bom espaço de convívio” aos seus 298 sócios.

Quanto aos jogos em que o FC Porto defrontar o Arouca, Cristina Saavedra garante: “Quem quer que esteja em campo, eu sou sempre do FC Porto. Mas se o Arouca lhe ganhar, nesse caso não choro”.