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António Miguel Cardoso e a venda de Ricardo Mangas: "Foi a melhor proposta, o jogador queria ir"

Mário Rui Ventura
António Miguel Cardoso, presidente do Vitória SC
António Miguel Cardoso, presidente do Vitória SCVitória SC
O presidente do Vitória SC, António Miguel Cardoso, fez esta terça-feira um balanço do mercado de transferências do clube vimaranense, numa entrevista concedida ao jornal "Desportivo de Guimarães".

O líder do Vitória SC começou por explicar o negócio de Ricardo Mangas, que será oficializado como reforço do Spartak Moscovo nos próximos dias, numa transferência de 2 milhões de euros, mais 500 mil em objetivos.

"Se me perguntarem se eu gostava de ter vendido o Ricardo Mangas por 4 ou 5 milhões, acho que isso é óbvio, mas esta foi efetivamente a melhor proposta. O jogador queria ir e temos que estar abertos e disponíveis para perceber quando é que é o melhor momento de fazer as coisas. Agora, se em termos desportivos estou muito preocupado, vou dizer que não. Na ótica da gestão e na ótica da valorização do ativo, neste momento o Ricardo Mangas nem sequer estava a jogar na sua posição natural", explicou António Miguel Cardoso.

"Grande atleta, grande desportista, um grande homem, mas não acredito que o Ricardo Mangas, se estivesse cá a época toda, sairia daqui a um ano por um valor superior. Com a saída do Mangas, valorizamos automaticamente os laterais da equipa", acrescentou o presidente do Vitória SC, antes de falar da saída de Jota Silva, revelando que houve negociações com o Casa Pia para que o emblema lisboeta receba "à volta de 25% da parte net do negócio" que levou o internacional português para o Nottingham Forest.

"Inicialmente eram 50% e nós tínhamos a opção de comprar mais 20%. Acabámos por fazer à volta de 25% na altura de fechar o negócio. Não foi fácil convencer o Casa Pia e é óbvio que é uma operação de sucesso. Eles foram sensíveis porque também é uma excelente operação para o Casa Pia", explicou o presidente do Vitória, assumindo que em janeiro o clube vai ter de vender mais ativos.

"É evidente. Se um clube tem uma despesa à volta de 25, 26, 27 milhões por ano, com o passivo que tem para trás, com a necessidade que tem de, todos os meses, cumprir com o que está para trás e com o que é corrente, que não tem direitos televisivos, tem de vender jogadores", afirmou.

Confrontado com as críticas que os sócios apontam às vendas por valores abaixo do esperado, António Miguel Cardoso notou que "isso mostra que o clube está ativo e que as pessoas estão interessadas, mas não é isso que me vai fazer tomar ou não decisões".

"As pessoas que criticam deviam candidatar-se e estar aqui para tomar decisões. Muitas vezes é fácil estarmos num computador e dizermos o que temos a dizer, mas depois quando é preciso tomar as decisões é mais difícil. Faz parte daquilo que é a paixão do adepto. Uns dias fala-se bem, outros dias fala-se mal. Uns dias temos uma administração que é bestial, passados poucos segundos temos um presidente que é uma besta", acrescentou.

António Miguel Cardoso termina o mandato de três anos, com as eleições esperadas para março de 2025.

"Não perspetivo ainda o final do mandato. Ainda tenho muito para fazer este mês e no próximo mês e daqui a dois meses. Sempre disse que a seu tempo tomaria a decisão. Neste momento ainda não a tomei. Tenho que pensar, tenho que falar com a minha família e de perceber aqui também com toda a direção e todos os órgãos sociais se faz sentido ou não. E aí sim, tomarei a decisão. O Vitória é muito mais importante do que as pessoas que cá estão. Obviamente que tenho imenso prazer naquilo que estou a fazer e até ao final do ano acredito que tomarei uma decisão", afirmou.