A pressa quase que foi inimiga: Sporting vence Farense (3-2)
Reveja aqui as principais incidências da partida
Inspirado pela vitória diante do Benfica, o Sporting recebia o Farense para tentar regressar aos triunfos e pressionar os encarnados na liderança do campeonato, antes do clássico que marca a 24.ª jornada. Após o dérbi, Rúben Amorim tinha admitido que iam existir mudanças devido ao cansaço e prometeu. Nomes como Morita, Coates, Quaresma ou Catamo ficaram no banco, com Daniel Bragança a assumir a braçadeira de capitão e St. Juste a regressar à titularidade.
No lado do Farense, José Mota viu-se privado de algumas peças importantes como Mattheus Oliveira, Bruno Duarte, Rui Costa ou Talocha. Zé Luís foi titular pela primeria vez, Fabrício Isidoro entrou para a frente de um duplo pivô formado por Cláudio Falcão e Caseres, numa estratégia já utilizada diante do FC Porto.
Pressa de resolver
O duelo com o Farense motivou muita conversa pela calendarização. Situava-se entre o dérbi da Taça de Portugal (quinta-feira) e a primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa, com a Atalanta, antecipada para quarta-feira devido ao facto de o Benfica também jogar em casa na primeira mão. Manteve-se no domingo, mas o calendário estava decerto na cabeça de um leão que entrou com pressa de resolver.
Com um trio de centrais novos, o Sporting cedo percebeu que existia liberdade para construir, sobretudo do lado onde estava Zé Luís. Titular pela primeira vez, o avançado cabo-verdiano mostrava alguma dificuldade na altura de pressionar e dava tempo para os defesas pensarem.
É, de resto, assim que surge o primeiro golo. Um passe de St. Juste para Edwards desmonta a defesa algarvia e foi Daniel Bragança que aproveitou um mau alívio para colocar a bola no fundo das redes por intermédio de um potente disparo. É o quinto golo da época, o melhor registo da carreira do jovem médio.
Depois, surgiu o sujeito do costume para descansar os adeptos que tinham ficado frustrados com as bolas aos ferros de St. Juste (aos 24’, num canto batido por Pedro Gonçaves) e Talys (que ia fazendo autogolo na sequência de um cruzamento de Nuno Santos). Aos 29 minutos, Nuno Santos combinou com Pedro Gonçalves e o internacional português colocou na área onde Gyökeres se antecipou a Muscat e meteu Alvalade com as mãos à frente da cara, num festejo incontornável da temporada.
Os sustos
Com 2-0, respirava-se fundo na casa do leão. O domínio era evidente, o Farense parecia controlado e os três pontos no saco. Mas como tem sido apanágio da equipa leonina, o que parece fácil, nunca é.
O Farense não é uma equipa que se apoquente com a falta de posse de bola e aposta no virtuosismo dos extremos, entre os quais está Belloumi, uma das boas surpresas do campeonato. Foi dele o primeiro remate do Farense na partida e só precisou de um para calibrar a mira.
Aos 32 minutos, o Sporting perdeu a bola num raro momento de pressão alta do Farense. Assistido por Zé Luís à entrada da área, o extremo desferiu um remate impossível de defender para Franco Israel. Renascia a esperança do Farense, crescia a apreensão em Alvalade.
E menos descansados ficaram os adeptos nos acréscimos do primeiro tempo, quando Franco Israel ficou caído no relvado após uma disputa de bola com Zé Luís e Matheus Reis. O guarda-redes uruguaio foi atingido pelas chuteiras do adversário e do colega de equipa e pareceu em mau estado. Sem Adán no banco (lesionado) a alternativa era o jovem Diogo Pinto, que chegou a equipar-se, mas não foi preciso.
Caça-fantasmas
O segundo tempo começou com um Farense melhor e apostado em trazer de volta alguns dos fantasmas leoninos. A etapa complementar arrancou com uma bomba ao poste de Zé Luís. Mais tarde, o cabo-verdiano viu Franco Israel negar-lhe a recarga depois de uma defesa apertada a um livre de Elves Baldé. A terceira , contudo, foi de vez.
Canto batido no lado direito pelo Farense e foi Zé Luí quem se elevou mais alto e empatou a partida, silenciando Alvalade.
Depois de um empate cinzento com o Rio Ave, o Sporting via-se agora confrontado com fantasmas que tinham potencial para crescer. Rúben Amorim preparou a entrada de Trincão, Morita e Eduardo Quaresma. Soava o alarme, era preciso regressar à vantagem.
Eis que então surgiu um verdadeiro caça-fantasmas: Pedro Gonçalves. O internacional português respondeu ao cruzamento de Ricardo Esgaio na direita e colocou a bola no fundo das redes. Tinham passado três minutos do empate.
Após mais um período de alguma loucura, o jogo acalmou. O Farense acertou a marcação ao Sporting, com José Mota a inverter o meio-campo (Falcão ficou como pivô defensivo, com Vítor Gonçalves e Caseres como interiores), o que facilitou a pressão. Os leões também baixaram a intensidade e apostaram mais nas saídas de Gyökeres (que aos 87 minutos ainda é capaz de fazer uma jogada impressionante), de forma a manter o bloco mais coeso.
Paulinho (79’) foi lançado para os instantes finais e esteve perto de marcar, quando Bragança roubou uma bola e serviu o avançado português, mas foi o período de maior frisson até ao apito final.
Com estes três pontos, o Sporting assume provisoriamente o primeiro lugar com 59 pontos, mais que o Benfica e 10 que o FC Porto, que se defrontam no clássico da 24.ª jornada. O Farense está na 11.ª posição, com 26 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Daniel Bragança (Sporting)