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O duelo inaugural da 16.ª jornada colocava frente a frente duas equipas que acabam por ser um espelho. Ambas jogam num 3x4x3 e com rotinas semelhantes, pelo menos em teoria.
No Sporting, Rúben Amorim fez quatro alterações em relação à equipa que venceu o Portimonense, com Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Morten Hjulmand e Daniel Bragança a entrarem para o onze, Luís Neto e Paulinho ficaram no banco, enquanto Morita já está na concentração do Japão (Taça da Ásia) e Diomande com a Costa do Marfim (CAN). Nota para a presença do reforço Rafael Silva Pontelo entre os convocados.
No que toca ao Estoril, Vasco Seabra fez uma substituição forçada e outra mais surpreendente. Koba Koindredi assumiu o lugar de Mateus Fernandes (cedido pelo Sporting e, como tal, proibido de jogar). Na frente, Alejandro Marqués rendeu Cassiano.
Pecado capital
A jogar em casa, o Sporting mostrou desde cedo que queria controlar o jogo. Ainda com muitos adeptos a tentarem ultrapassar o trânsito infernal da hora de ponta da capital para conseguirem chegar aos seus assentos, surgiu o primeiro sinal de perigo com Gonçalo Inácio a aparecer no centro da área a cabecear ao lado.
Foi o sinal de um conjunto leonino que partiu completamente balançado para a frente. Geny Catamo e Nuno Santos a atuarem com autênticos extremos para obrigarem Tiago Araújo e Rodrigo Gomes a defender, com Edwards e Pedro Gonçalves a derivarem mais para o meio de forma a combinarem com Gyökeres.
Contudo, o Estoril ia conseguido suster a pressão ofensiva do Sporting. E à medida que ia ganhando confiança foi traído. Depois de ter feito o primeiro remate enquandrado (um livre de Holsgrove), o conjunto de Vasco Seabra sofreu um golo, no único pecado que não se pode cometer contra o Sporting 2023/24: dar espaço nas costas da defesa.
Numa jogada tantas vezes vista época, Hjulmand avançou com a bola controlada, Pedro Gonçalves puxou Pedro Álvaro e o dinamarquês lançou Gyökeres na profundidade. O sueco bateu Rodrigo Gomes no físico e ao entrar na área assistiu Marcus Edwards (21 minutos) à boca da baliza.
Pecado capital II
O golo deixou o Sporting mais confiante e Geny Catamo (25 minutos) podia ter mesmo ter feito o segundo pouco depois, mas pareceu também desinibir o Estoril. A equipa de Vasco Seabra provocou dificuldades à pressão leonina, conseguiu quase sempre encontrar o caminho certo para fazer a bola sair, mas errava na definição (e aqui muito bem também Gonçalo Inácio com uma exibição de excelente nível quando a equipa mais precisava).
Koba teve um remate por cima, e Alejandro Marqués viu um golo anulado numa jogada em que Guitane teve uma incaracterística falha na hora de decidir e quando fez o passe, Rodrigo Gomes já se encontrava em posição irregular.
O Sporting ia-se aproveitando da maior audácia estorilista. Nuno Santos e Marcus Edwards ficaram perto do golo, mas ainda antes do apito para os balneários, o inglês acabou mesmo por bisar.
O Estoril cometeu novamente o pecado capital: deu espaço a Gyökeres. Geny Catamo lançou o sueco na velocidade e o avançado assistiu novamente Marcus Edwards (45+2 minutos) para fazer o 2-0.
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O conforto
Depois de sofrer um duro golpe a acabar o primeiro tempo, com o 2-0, o Estoril teve outro murro no estômago ao regressar dos balneários. Estavam decorridos 51 minutos, quando, num lançamento, um apanha-bolas foi astuto o suficiente para permitir ao Sporting fazer o lançamento rapidamente. Gyökeres colocou em Nuno Santos que avançou para área, disparou e teve a sorte de a bola desviar em Pedro Álvaro para se aninhar no funo da baliza.
O terceiro golo trouxe definitivamente o conforto para o Sporting. A equipa sentiu que tinha o jogo resolvido, baixou a intensidade, e viu o Estoril crescer.
Se é verdade que a equipa de Vasco Seabra tinha mostrado muita qualidade com a bola e na segunda parte esteve melhor na definição, com Guitane a subir de nível e a mostrar que é sem dúvida um dos melhores jogadores da Liga fora os três grandes. Eduardo Quaresma (54 minutos) evitou o golo do francês e Tiago Araújo (60 minutos) falhou o remate após um belo passe do criativo estorilista.
Com tantos erros…
Mas o Estoril voltou a cair sobre a própria espada. Quando parecia estar a estabilizar e a criar momentos de perigo, um novo erro voltou a ser fatal para a equipa de Vasco Seabra. Koba perdeu a bola para Pedro Gonçalves e o internacional português percorreu todo o meio-campo ofensivo antes de encarar Mangala e colocar a bola fora do alcance de Carné.
A mesma fraqueza
O golo de Pedro Gonçalves deu a sensação de jogo terminado. Rúben Amorim aproveitou para rodar alguns elementos, com as entradas de Luís Neto e Dário Essugo. Vasco Seabra retirou Guitane da contenda. Os treinadores assumiam que os três pontos estavam entregues e o jogo entrou numa toada estranha.
O Estoril não desistiu de procurar o golo, o Sporting ia aproveitando os espaços nas costas sempre que podiam. E acabou por resultar em golos. Depois de ter acertado no poste (na mesma jogada em que Edwards também acertou no ferro), Francisco Trincão acabou por marcar um grande golo. Após (mais uma) assistência de Gyökeres, o extremo arrancou pela meia esquerda e quando chegou à entrada da área disparou, sem hipóteses para Carné.
Parecia um jogo de mão cheia para o Sporting, não fosse o problema de sempre: o golo sofrido. E novamente numa bola parada. Na sequência de um canto, Pedro Álvaro rematou ao poste e Cassiano foi o mais lesto a chegar à recarga, fazendo o tento de honra do Estoril, que foi seguido de muita confusão na área leonina.
Tudo resolvido, o jogo encaminhou-se para o final. O Sporting assegurou a nona vitória caseira e segue na liderança com 40 pontos, mais quatro que o Benfica e seis que o FC Porto (ambos com menos um jogo). Já o Estoril está na nona posição com 17 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Viktor Gyökeres (Sporting).
