Arbitragem vai às escolas em projeto para recrutar e reter jovens para o setor
“O principal objetivo deste projeto é humanizar a figura do árbitro e fazer com que se consiga recrutar e reter mais jovens. A retenção é a nossa principal dificuldade, mas eu acredito que este projeto irá ser mais uma peça que iremos colocar ao dispor do setor para podermos ter mais jovens. Se nós tivermos mais jovens na base, vamos ter mais e melhores árbitros. Os jovens irão ter outra ideia do que é ser árbitro e das dificuldades inerentes à função”, explicou o presidente da APAF, Luciano Gonçalves, aos jornalistas.
Na apresentação, que se realizou no Campus do Jogador, pertencente ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), em Odivelas, Luciano Gonçalves descreveu as atividades que os jovens poderão fazer na carrinha deste projeto, que fará todo o país.
“O objetivo é irmos a escolas, a clubes e onde formos requisitados. Os jovens vão ter a oportunidade de se sentarem numa cadeira e ter a oportunidade de decidir lances de jogo, tanto no futebol como no futsal. Acabam por perceber a dificuldade, pois alguns lances não são tão simples como se pode pensar. Há também uns óculos de realidade virtual, onde terão a oportunidade de ser um árbitro e vão ter de decidir situações de jogo, ter diálogos com os jogadores e vão criando reações”, detalhou ainda o dirigente.
Presentes na cerimónia estiveram também o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) José Fontelas Gomes, o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, ou o diretor da FPF Rui Manhoso.
“É mais um momento de alegria, ao pormos em prática mais um projeto diferenciador por parte da APAF. Há um grande investimento da FPF neste tipo de projetos, porque é fundamental o recrutamento de árbitros e este projeto vem ajudar nessa necessidade. É um projeto muito bem pensado, que nos vai ajudar bastante e vem complementar e, se calhar, atrair muito mais árbitros para o futebol nacional”, apontou Fontelas Gomes.
Pedro Dias também discursou na apresentação e considerou que é decisivo continuar a ajudar e qualificar o desenvolvimento desportivo do país, onde se incluem os árbitros, sendo as escolas “um local privilegiado e muito importante na sociedade” para o fazer.
“Fiquei sensibilizado com o interesse manifestado pelas instituições de ensino superior em colaborarem com os agentes desportivos e contribuirem no desenvolvimento desportivo. A arbitragem é uma área em que devemos fazer uma análise e reflexão do contributo que pode ser dado. Temos aproximadamente um árbitro para 50 atletas. É apenas um número, mas merece reflexão”, realçou também o secretário de Estado do Desporto.