Arthur Cabral contra o desperdício: Benfica bate Casa Pia (0-1) em Rio Maior
Recorde as incidências da partida
O árbitro Cláudio Pereira ainda estava longe de dar o apito inicial em Rio Maior e já o jogo entre Benfica e Casa Pia fazia correr muita tinta por questões extra-campo. Uma entrevista polémica de Kokçu a um meio de comunicação neerlandês caiu que nem uma bomba em Portugal, com duras declarações do camisola 10 das águias para a forma como tem sido tratado por clube e treinador nos primeiros meses na capital portuguesa, e uma das dúvidas era perceber as consequências no seio do grupo às ordens de Schmidt.
Desde logo, Kokçu ficou fora da convocatória e o treinador germânico optou por manter o núcleo duro e promover apenas uma alteração em relação ao último onze - João Mário entrou para o lugar de David Neres.
Sem qualquer relação com este caso, o Casa Pia só queria voltar aos resultados positivos, depois da primeira derrota da era Gonçalo Santos, e para isso o jovem treinador decidiu mudar três unidades face ao encontro na Reboleira: reforçou o miolo com Segovia e Ângelo Neto e entregou o ataque a Felippe Cardoso.
Trubin, o homem das mãos de ferro
O domínio inconsequente tem sido uma imagens do Benfica de Roger Schmidt nos últimos tempos. A equipa consegue ter bola e dominar perante o adversário, mas revela também sérias dificuldades na definição, sobretudo no último terço. O filme repetiu-se em Pina Manique.
Apesar de entrar por cima, o campeão nacional viu o adversário protagonizar as primeiras oportunidades de relativo perigo no encontro e só não sofreu nos primeiros 15 minutos por manifesto desacerto dos gansos. Logo aos 10 minutos, um canto a favor do Benfica resultou num contra-ataque venenoso do Casa Pia, mas Larrazabal acertou nas orelhas da bola e não conseguiu alvejar a baliza de Trubin.
Pouco depois, aos 15, Felippe Cardoso não aproveitou um bom lance de Leonardo Lelo pelo corredor esquerdo e atirou para fora. Ufff: As águias podiam respirar de alívio.
Muito refém de Di María, sempre muito solicitado pelos companheiros, mas também responsável por várias perdas de bola, o Benfica ainda colocou a bola no fundo da baliza de Ricardo Batista, aos 18, no entanto o árbitro assinalou fora de jogo a João Neves, num lance de difícil análise.
Seguiram-se momentos de algum aperto junto da área do Casa Pia, com Di María e Marcos Leonardo a dividirem as honras, até que uma bomba de Pablo Roberto, que trocou os olhos a João Neves, forçou Trubin a uma defesa apertadíassima, alguns minutos depois da meia-hora de jogo.
Água mole em pedra dura...
Ainda antes das equipas recolherem aos balneários, António Silva fez questão de juntar o seu nome ao desperdício do Benfica e cabeceou fraco para defesa tranquila de Ricardo Batista. Contas feitas ao primeiro tempo, era preciso mais e melhor para as águias desatarem o nó da igualdade na casa emprestada aos gansos.
De cara lavada, o campeão nacional entrou mais autoritário na segunda parte e dificultou o trabalho dos casapianos, que passaram a ter muitas dificuldades para se aproximarem da área contrária.
Rafa Silva teve nos pés a primeira grande oportunidade para abrir o ativo, aos 54 minutos, mas falhou o alvo... Depois foi a vez de Di María não acertar na baliza de Ricardo Batista, aos 58. Por fim, António Silva também não conseguiu melhor do que os companheiros de equipa e cabeceou ao lado. Tudo isto nos primeiros 15 minutos da segunda parte.
Os avisos eram mais do que muitos e o golo do Benfica acabou mesmo por surgir com alguma naturalidade, dado o volume ofensivo dos encarnados, não sem antes haver um momento polémico. Aursnes agarrou a bola junto a Trubin e ficou a dúvida se ela terá ultrapassado totalmente a linha de fundo. Cláudio Pereira não teve dúvidas e mandou seguir jogo.
Já com Arthur Cabral e Neres em campo, que tinham entrado para os lugares de Marcos Leonardo e Florentino, respetivamente, as águias continuaram a carregar e foi dos pés do camisola 9 que saiu o remate indefensável para Ricardo Batista, na sequência de um contra-ataque letal. Um golpe de glória para um avançado que tem passado por muito nesta época de estreia ao serviço do emblema da Luz.
Em vantagem, o campeão nacional geriu o encontro a seu bel-prazer até ao apito final, sem que o adversário tivesse capacidade para fazer mossa. Assim, os três pontos seguem para a capital, um importante reforço na luta pelo título.
Melhor em campo Flashscore: Arthur Cabral (Benfica)