Artur Jorge admite: "Há uns tempos fui abordado pelo Spartak de Moscovo, e não só"
Esta semana falou-se em Daniel Sousa, treinador do Arouca, como eventual sucessor na próxima temporada - “não me incomoda nada, hoje estou cá eu, já estiveram outros de muita qualidade e virão outros a seguir a mim” -, e do alegado interesse de clubes estrangeiros no seu concurso, o que Artur Jorge confirmou.
“Há uns tempos fui abordado pelo Spartak de Moscovo, e não só, também por outros clubes, e a minha disposição foi sempre a de negar porque estou comprometido com um projeto com o Sporting de Braga, que reforcei há muito pouco tempo renovando pelo que é inequívoca a minha vontade e de quem acreditou em mim para continuarmos o projeto. Sou treinador do Sporting de Braga até 2025, quero continuar a ganhar aqui, e até que não me queiram cá continuarei”, disse na conferência de imprensa de antevisão da receção ao Gil Vicente, sábado, da 26.ª jornada da Liga.
Artur Jorge admitiu ter “muitos sonhos por concretizar”, mas frisou ser “prematuro” falar sobre o assunto.
“Tenho um compromisso com o SC Braga, poderiam ser projetos interessantes (Spartak Moscovo e outros), mas vêm no timing errado. O que me move aqui dentro é muito mais do que dinheiro, é um projeto de vida que vi concretizar e não tenho intenção de o deixar cair”, disse.
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O técnico bracarense disse ainda partilhar da opinião de Carlos Carvalhal, igualmente natural de Braga e também antigo jogador e treinador dos arsenalistas, sobre o SC de Braga ser ‘boa madrasta e má mãe’.
“Partilho, claramente. É isso que acabamos por sentir. Sou tão braguista como o Carlos Carvalhal, sou amigo dele e sei perfeitamente o que foi a sua passagem aqui. Ganhamos todos e perdemos só nós (treinadores) e quando sentimos a camisola que vestimos somos mais cobrados. É a realidade. Se concordo com ela? Não concordo nada, acho que não têm que ser nada assim, mas isto é como é”, disse.
Para Artur Jorge, “é preciso ter uma autoconfiança muito grande, a roçar o egocentrismo”, voltando a lembrar o interesse de outros grandes clubes, mas confessou a “mágoa” de ter visto os adeptos agitarem lenços brancos três dias depois de terem ganho a Taça da Liga.
O treinador admitiu que possa haver “alguma desconfiança de quem está completamente de fora do projeto”.
“Percebo que haja sempre uma grande exigência, mas não é maior do que a que tenho para mim próprio. Posso aceitar algum desconforto, mas conquistámos um terceiro lugar, superámos todos os registos históricos, 78 pontos (melhor pontuação de sempre do SC Braga no campeonato), é um número impressionante e muito difícil de bater”, disse.
Artur Jorge lembrou ainda a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões e a conquista da Taça da Liga para frisar que “este é um projeto ganhador”
“Podemos fazer melhor, mas o futebol não é linear”, disse.
Para segundo plano ficou o jogo com o Gil Vicente, com o treinador a recordar a partida da primeira volta, em Barcelos (3-3).
“Foi um jogo que nos marcou de forma especial pelo contexto em que tivemos de ir em busca do resultado. Temos a ambição, o crer de uma equipa que tem uma energia positiva para podermos vencer o jogo e somar três pontos, que nos fugiram na primeira volta”, disse.
Na última jornada, os bracarenses empataram no terreno do Rio Ave (0-0), interrompendo uma série de três vitórias consecutiva e perdendo terreno para o terceiro classificado, o FC Porto (estão a cinco pontos dos dragões), e vendo o quinto, o Vitória SC, aproximar-se (os vitorianos estão agora a três pontos dos arsenalistas).
Ricardo Horta continua de fora, lesionado.
SC Braga, quarto classificado, com 50 pontos, e Gil Vicente, oitavo, com 28 pontos, defrontam-se a partir das 18:00 de sábado, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Iancu Vasilica, da associação de futebol de Vila Real.