As dúvidas do Benfica antes do clássico: Jurásek, Morato e Neres
O Porto industrial contra a Lisboa abastada é um dos temas mais frequentes do futebol português há quase um século.
O futebol já se jogava no Porto antes disso, uma vez que o jogo popular foi trazido para Portugal, a norte, por marinheiros britânicos. Mas o Benfica teve o seu Eusébio na década de 60 e foi durante esse período que conquistou muitos troféus e ganhou vantagem sobre os seus rivais.
Desde 1982, quando Pinto da Costa assumiu a presidência, o FC Porto voltou a brilhar. O dirigente, hoje com 85 anos, lidera os azuis e brancos há mais de quatro décadas e foi também por ter trazido José Mourinho que os dragões conquistaram a Liga dos Campeões. Na véspera do jogo com o Benfica, o Porto celebrou o 130.º aniversário da fundação do clube (28 de setembro de 1893).
No século XXI, as equipas têm-se revezado na conquista de troféus. O FC Porto venceu seis dos seus últimos 10 jogos e está atualmente em melhor posição na tabela do que o seu rival. Os azuis têm o mesmo número de pontos que o líder Sporting, tendo perdido o seu único ponto após um empate em casa (1-1) com o Arouca.
As águias começaram o campeonato com uma derrota diante do Boavista, mas desde então ganharam cinco jogos seguidos e estão no terceiro lugar da tabela. Ainda não passaram dois meses desde o jogo da Supertaça, mas muita coisa mudou, sobretudo no Benfica.
A equipa está a mudar rapidamente
A principal foi, sem dúvida, a saída do guarda-redes Odysseas Vlachodimos, que foi tentar a sua sorte no Nottingham Forest, da Premier League. Apesar de o clube ter testado primeiro o jovem Samuel Soares, Anatoly Trubin, do Shakhtar, parece ter-se tornado o novo titular.
O avançado Gonçalo Ramos, que marcou 19 golos na época passada, foi para o PSG e o clube contratou Arthur Cabral. No entanto, o brasileiro tem estado apagado até agora, pelo que o croata Petar Musa aproveitou a oportunidade. O antigo avançado do Liberec e do Slavia é agora o segundo jogador mais produtivo da equipa, a seguir a Angel Di María.
Enquanto Musa conseguiu convencer o treinador Roger Schmidt, David Jurasek perdeu o seu lugar na equipa titular depois de um início de sonho. Mas o motivo foi, principalmente, uma lesão no tornozelo. E como o rival do lateral checo, Juan Bernat (que chegou do PSG no verão), também ainda está a recuperar os índices físicos, o norueguês Fredrik Aursnes instalou-se no lado esquerdo da defesa.
Outro jogador com experiência no campeonato checo, Alexander Bah, já reservou para si o lado direito. À semelhança da recuperação de Bernat, é também aguardado o regresso de Gonçalo Guedes, que jogou pela última vez pelo Benfica em maio, depois de ter chegado emprestado pelo Wolverhampton no inverno.
Jurásek está pronto
As boas notícias chegaram do Estádio da Luz na última semana: David Jurásek deixou o departamento médico e já fez 45 minutos com o Portimonense.
"Todos os jogadores têm treinado e só precisamos de afinar os pormenores. Estamos preparados, vamos jogar em casa contra um concorrente direto e queremos três pontos neste jogo. Sabemos que vamos ter de dar o nosso melhor porque o FC Porto também vai estar preparado", disse Roger Schmidt.
No entanto, muito mais do que a titularidade de Jurásek, os adeptos do Benfica estão interessados em saber se Angel Di María e David Neres poderão ser titulares. Schmidt sempre foi parcimonioso com a opção de uma equipa com extremos puramente ofensivos.
"É sempre uma questão de equilíbrio, da forma dos jogadores, da abordagem tática e um pouco da tática do adversário. Também é preciso ter diferentes opções no banco, mas tudo é possível. Mesmo que estejam juntos em campo, a equipa deve ter sempre equilíbrio e jogar um futebol taticamente sólido. Foi por isso que fomos campeões na época passada", explicou Schmidt.
O FC Porto também tem caras novas no seu plantel. Desde agosto, a equipa foi reforçada com os médios Iván Jaime e Alan Varela e com o regresso do avançado Francisco Conceição, que chegou do Ajax no início de setembro.
"Temos respeito, mas também temos a ambição de ir ao Estádio da Luz e ganhar. Na Supertaça, foram duas partes diferentes e demos a vitória ao adversário depois dos nossos erros. O Benfica deveria ser o favorito, pois investiu o dobro do que nós no verão. Mas a nossa equipa tem qualidade e estabilidade, os orçamentos não contam", afirmou o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, que lidera os Dragões desde 2017.