Benfica-FC Porto: Dúvidas canhotas e a consolidação de um sistema
Passou um mês e 20 dias desde o primeiro clássico da temporada. A 9 de agosto de 2023, Benfica e FC Porto encontraram-se em Aveiro para disputar a Supertaça e o resultado acabou por ser uma vitória para as águias por 2-0.
Olhando para os onzes lançados por Roger Schmidt e Sérgio Conceição existem algumas ausências forçadas (Vlachodimos e Ristic saíram do Benfica, Marcano está lesionado no FC Porto, Pepe corre contra o tempo e Otávio joga agora no Al Nassr), contudo não são as únicas alterações que podemos ver esta sexta-feira no Estádio da Luz, no reencontro, a contar para a sétima jornada da Liga.
Dúvidas canhotas
No segundo ano à frente do Benfica, Roger Schmidt tem um sistema bem consolidado. Esta sexta-feira não deverá fugir ao 4x2x3x1 que apresentou em Aveiro, mas desta vez espera-se que com um ponta-de-lança na frente (Petar Musa ou Arthur Cabral) ao invés de Rafa Silva e o ataque móvel que não tiveram grandes resultados no primeiro tempo da Supertaça.
A grande dúvida para Roger Schmidt parece surgir no lado esquerdo da linha defensiva. Antes de mais, impõe-se uma decisão sobre o parceiro de Otamendi. António Silva parecia, até agora, ter o estatuto de indiscutível, mas a expulsão diante do Salzburgo fez balançar as coisas. Ficou no banco diante do Portimonense e sabendo-se que não vai jogar em Milão, na quarta-feira, Roger Schmidt deixou no ar a utilização de Morato diante do FC Porto para ganhar rodagem tendo em vista aquele que, na teoria, será o jogo mais complicado da fase de grupos da Liga dos Campeões.
A faixa mais à esquerda também continua sem um dono definido. Em Aveiro, Ristic e Jurásek tiveram direito a uma parte cada, sendo que nenhum deslumbrou. Com a lesão do checo e as dúvidas em relação à preparação física de Bernat, Roger Schmidt tem usado a sua batata, Fredrik Aursnes como lateral-esquerdo titular. E se é certo que o norueguês (destro) não desilude, tem acrescentado pouca profundidade a um flanco onde já está João Mário, que naturalmente deriva mais para o centro do terreno quando em posse.
Jurásek somou 45 minutos diante do Portimonense, os primeiros desde que regressou de lesão, Bernat ainda espera a estreia oficial. Resta perceber se Schmidt optará por um dos dois mais naturais no primeiro teste de fogo na Liga, ou se dará primazia à opção mais segura.
A consolidação do sistema
O FC Porto apresenta uma mudança estrutural em relação à derrota na Supertaça. Em Aveiro apresentou-se como o habitual 4x4x2 que Sérgio Conceição habituou os adeptos, contudo, agora, o treinador dos dragões tem dado primazia a um sistema com três médios em campo.
Alan Varela tema atuado como pivô mais recuado, com Eustaquio na meia-direita a promover equilíbrios, Iván Jaime na esquerda a pegar na batuta do ataque. Taremi desempenha o papel de ponta-de-lança, com André Franco a surgir na ala direita, no mesmo papel de Otávio, enquanto Galeno estica todo o flanco esquerdo.
Este será o primeiro teste de fogo do novo sistema tático do FC Porto e dará para perceber se é este o caminho pelo qual Sérgio Conceição vai enveredar para o resto da época, depois de ter perdido margem de manobra para a solução de três centrais que tentou nos minutos iniciais do jogo com o Estrela da Amadora.
Condimentos interessantes para um clássico já de si vibrante.