Benfica-FC Porto: Jorge Ribeiro vê águias melhores a partir do Bessa
“O Benfica já tem uma dinâmica da época transata e continua a praticar bom futebol. Fez contratações sonantes em termos de valor de mercado e está cada vez a melhorar mais desde o jogo no Bessa. Acho que o Benfica é sempre uma equipa a temer. É a realidade das coisas. A do FC Porto também é. Por isso, vai ser um desafio muito bom, no qual as equipas estão preparadas e já sabem mais ou menos aquilo que os treinadores querem”, antecipou à agência Lusa o ex-defesa das águias, entre 1999 e 2002 e de 2008 a 2011.
O Benfica, terceiro colocado, com 15 pontos, recebe o FC Porto, que reparte a liderança com o Sporting, ambos com 16, na sexta-feira, a partir das 20:15, no Estádio da Luz, em Lisboa, no primeiro encontro entre grandes da nova época a contar para o campeonato.
Os campeões nacionais saíram derrotados em nove dos 20 clássicos realizados na Liga desde a abertura do novo recinto encarnado, mas Jorge Ribeiro sente que esse dado só entra no subconsciente dos dragões, que até iniciaram 2023/24 a perder com o conjunto treinado pelo alemão Roger Schmidt na Supertaça Cândido de Oliveira (2-0), em Aveiro.
“São duas equipas muito boas, que vão procurar sempre alcançar um resultado positivo. Isso é o normal, apesar de a Supertaça ter sido só um jogo e numa fase inicial da época. Agora, não há jogos iguais. Estamos a falar do campeonato, há mais minutos nas pernas de cada equipa e prevejo um jogo muito interessante, no qual o Benfica tem o fator casa para explorar mais”, vincou, detetando maior entrosamento dos reforços “com a ideia do treinador” para que a pressão alta do FC Porto possa ser superada “de forma diferente”.
A janela de transferências ficou marcada pelo regresso de Ángel Di María à Luz 13 anos depois, com o extremo a ser o segundo elemento mais preponderante das águias, logo atrás do avançado Rafa, com cinco golos marcados e duas assistências em sete duelos.
Durante a sua segunda passagem pelo Benfica, Jorge Ribeiro coincidiu com o campeão mundial pela Argentina, cuja ausência no êxito na visita ao Portimonense (3-1), da última ronda, por lesão, devolveu à titularidade o brasileiro David Neres, que marcou e assistiu.
“Estamos a falar de atletas de grande qualidade. O Benfica tem um plantel vasto e toda a gente quer jogar, mas só podem atuar 11. Não estou lá para ver o trabalho dia a dia, que mostra quem jogará no fim de semana, mas presumo que o Roger Schmidt faça por isso. Agora, há jogadores com propósitos ofensivos que não defendem tão bem. Pode ser por aí , mas cabe ao treinador antever essa situação”, observou.
O ex-defesa internacional português, de 41 anos, vê João Neves e o turco Orkun Kökçü, contratação mais cara da história do clube, a “partirem na frente” para comporem o meio-campo das águias, que viram sair três referências da reconquista do título de campeão.
Se o espanhol Bernat “é uma mais-valia” para substituir o compatriota Grimaldo no flanco esquerdo da defesa, o guarda-redes ucraniano Anatoliy Trubin, que foi titular nos últimos três jogos, e o avançado brasileiro Arthur Cabral “ainda precisam de ambientação” para pacificarem as sucessões do grego Vlachodimos e de Gonçalo Ramos, respetivamente.
“Eu acho que o Vlachodimos era um excelente guarda-redes. O Trubin é jovem e requer tempo para se adaptar ao país e à Liga, sendo que defendeu um penálti no último jogo. Quando fui jogar para o estrangeiro, a minha adaptação não foi fácil. As pessoas têm de compreender isso, mas, com esse tempo, penso que ele pode ser um excelente guarda-redes e um caso sério”, definiu o vencedor de uma Taça da Liga pelo Benfica (2008/09).