Reveja aqui as principais incidências da partida
Depois da goleada ao Farense (5-0) e do empate com o Celta de Vigo (2-2), o Benfica disputou o primeiro jogo no estrangeiro e garantiu novo triunfo, desta feita diante ao Almería que desceu ao segundo escalão de Espanha.
Marcos Leonardo
À semelhança do que fez contra o Farense, o Benfica voltou a entrar em campo com um 4x4x2 declarado. Marcos Leonardo voltou a atuar ao pé de Vangelis Pavlidis na frente de ataque e destacou-se.
Não tão veloz como Rafa Silva, ou um 10 tão declarado como foi Prestianni no encontro com o Celta de Vigo, Marcos Leonardo é um jogador com boa relação com a bola e até uma visão de jogo interessante, que lhe permitiram ligar várias vezes com o colega da frente. Muitas vezes recua para atuar entre linhas e encarar a partida de frente.
Assistiu Pavlidis para o primeiro golo e esteve sempre em ação.
Pavlidis
Começamos por um avançado, temos de falar de outro. É pré-época, os jogos particulares têm de ser sempre lidos com uma cuidado-extra, mas Vangelis Pavlidis apresenta números que fazem os adeptos sonhar.
Em três jogos pelo Benfica já marcou quatro golos, sendo que diante do Almería esteve limitado pela fratura no polegar direito, da qual está a recuperar. À capacidade de finalização junta ainda um sentido de trabalho que agrada a Roger Schmidt, já que é quase sempre ele a iniciar a pressão. Um pouco à semelhança de Gonçalo Ramos.
A faixa direita
O lado direito do Benfica neste momento é uma incógnita. Bah e Di María estão a gozar dos respetivos períodos de férias e, teoricamente, serão eles os escolhidos para ocupar essa vaga. Contudo, Tiago Gouveia e David Neres têm mostrado uma parecia interessante.
Numa altura em que o Benfica continua sem alternativa para Alexander Bah, e as questões físicas do dinamarquês têm sido uma constante, o jovem extremo recuou e tem dado boa conta como lateral-direito. Jogador de faixa, aproveita o espaço deixado por Neres para atacar a profundidade. Sente naturais dificuldades a defender (falhou o tempo de salto no lance que resulta no golo do Almería), mas pode evoluir nesse aspeto.
À sua frente, David Neres mostra que o habitat natural é a direita. Canhoto, o brasileiro deriva para um espaço mais central onde consegue dar outra qualidade ao ataque, quer seja com cruzamentos, quer seja com combinações (lança Marcos Leonardo no golo de Pavlidis). No fundo, aquilo que Di María também faz. Uma dor de cabeça (boa) para Schmidt.
Nota para Diogo Spencer, que foi utilizado como lateral-direito no segundo tempo e mostrou bons pormenores, sobretudo em termos ofensivos.
Uma estreia
Este jogo também permitiu o primeiro vislumbre de Jan-Niklas Beste. Relativamente desconhecido dos adeptos portugueses, o alemão chegou para ocupar o lado esquerdo da defesa.
Um homem de vocação ofensiva, mostrou propensão atacar e foi mais esclarecido que Álvaro Carreras em muitas ocasiões (demasiados cruzamentos, muitos sem a direção correta). Acaba por sair valorizado com uma assistência para João Mário, no terceiro e último golo da partida.
Arthur Cabral
Parece ser o elefante na sala do Benfica. Contratado no verão passado para render Gonçalo Ramos, quando nunca pareceu ser a primeira opção, mal-amado pelos adeptos, com uma utilização errática por Roger Schmidt durante a temporada, o avançado brasileiro parece estar a mais no plantel das águias.
Foi utilizado pelo terceiro jogo nesta pré-época e acabou por celebrar o melhor golo da tarde, com um chapéu com medidas perfeitas após um desentendimento entre Luís Maximiano e a defesa. A forma como (não) celebrou mostra também que a relação já viveu melhores dias.
A saída parece o cenário mais provável para um jogador que nunca pareceu enquadrar-se naquilo que Schmidt pretende da equipa e sofreu com isso.