Viram-se gregos e foram salvos por um: Pavlidis dá vitória ao Benfica perante Farense
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Parecia mais fácil do que foi na realidade. O Benfica viajou até ao Algarve para defrontar o Farense, que decidiu receber os grandes fora do São Luís para conseguir mais receita de bilheteira. As decisões financeiras de um clube dizem respeito aos responsáveis do próprio clube, pelo que não se pretende julgar essa escolha, mas deu a sensação que o Farense podia ter tido outra sorte a jogar na verdadeira casa.
Como é habitual, os benfiquistas fizeram uma romaria ao Algarve e os primeiros minutos trouxeram sinais positivos. Alguns erros da defesa algarvia deram ideia que a equipa de Bruno Lage poderia ter algo como umas férias fora de época, mas a verdade é que pareceu faltar energia a alguns jogadores dos encarnados.
De regresso ao onze, Di María tomou uma péssima decisão quando não ofereceu o golo a Aktürkoglü, que ficaria isolado na cara de Ricardo Velho, ficando a sensação que esse tipo de lances iriam voltar a repetir-se. Só que não foi bem assim.
Tozé Marreco deu liberdade a Miguel Menino e Elves Baldé e foi com espaço pelos flancos que o Farense conseguiu criar as primeiras ocasiões. A confiança chegou e com ela veio o primeiro golo da partida. Poveda (15') aproveitou uma jogada simples da equipa algarvia e finalizou solto de marcação o cruzamento perfeito de Pastor, aproveitando a desorganização defensiva das águias.
A eficácia faz parte do jogo e o Benfica estava a mostrar uma face que fazia lembrar os últimos tempos de Schmidt. Com pouca intensidade, apesar da facilidade a encontrar espaços para visar a baliza de Ricardo Velho, as águias desperdiçavam bons lances de ataque. Nesse sentido, Aktürkoglü foi sempre o elemento mais esclarecido.
O extremo turco assumiu o papel de assistente nesta partida e entregou a bola a Carreras (21') para um golo simples, que parecia facilmente repetível. Apesar das boas tentativas dos Leões de Faro, a equipa de Tozé Marreco não estava a conseguir estabilizar defensivamente, mas Ricardo Velho e alguma displicência ofensiva adiaram a reviravolta encarnada - Di María procurou a baliza em excesso e somou más decisões.
Ainda com muita primeira parte para ser disputada, o Benfica controlou o jogo, mas o ritmo lento e a falta de intensidade prejudicaram a equipa de Bruno Lage, que voltou para os balneários sem uma vantagem que parecia bem ao alcance das águias.
Se os primeiros 45 minutos fizeram lembrar, em parte, os tempos de Bruno Lage, a saída de Bah ao intervalo e a passagem de Aursnes para lateral trouxeram suores frios aos adeptos benfiquistas (o dinamarquês terá saído com problemas físicos), mas a entrada até podia ter sido positiva.
Em apenas um minuto, Benfica e Farense estiveram muito perto do golo. Pavlidis voltou a rematar com pouca força e nem o desvio de um defesa do Farense evitou que Ricardo Velho fizesse uma defesa espetacular para negar o 1-2. Na resposta, (mais) um erro de Otamendi quase deu a Poveda oportunidade de devolver a vantagem à equipa da casa. Faltaram pernas.
O avançado espanhol foi uma espécie de espelho da equipa. O Farense mostrou menor disponibilidade física na segunda parte, Menino e Baldé deixaram de esticar o jogo e o Benfica acabou mesmo por conseguir a reviravolta. Aktürkoglü, claro, assistiu Pavlidis (54'), que desta vez atirou fora do alcance de Ricardo Velho para fazer o terceiro golo nos últimos dois jogos. Uma vez mais, a chave esteve nos pés do extremo turco.
Tozé Marreco ainda tentou agitar novamente a partida com três mexidas de uma assentada, mas o último classificado da Liga Portugal não conseguiu encostar o Benfica à sua área e acabou por entregar o jogo sem dar grande luta, embora Carreras tivesse de fazer um corte decisivo nos últimos segundos do encontro. A equipa de Bruno Lage não foi espetacular, mas alcançou a quinta vitória consecutiva para o campeonato mesmo a jogar num ritmo baixo. Seria já a pensar no Bayern Munique?
Homem do jogo Flashscore: Álvaro Carreras (Benfica)