Foi difícil, mas correu tudo bem Ruben: Sporting dá a volta ao SC Braga
Reveja aqui as principais incidências da partida
E se corre bem? A frase vai ser repetida ad eternum quando se fala da passagem de Ruben Amorim pelo Sporting. Em março de 2020, o treinador fez esta profecia aquando da apresentação e deu início a um ciclo que teve nos dois campeonatos a epítome. Mas mais de quatro anos depois, na despedida, parecia que não ia correr bem.
10 vitórias em 10 jogos. De longe o melhor ataque (35 golos) e a melhor defesa (3) no campeonato, a que se juntava uma vitória sobre o Manchester City (4-1). Era esta o cartão de visita com o que o Sporting chegava a Braga para o adeus definitivo a Rúben Amorim, na casa que o lançou para a ribalta.
Mas perante algumas caras bem conhecidas de um tempo em que não sonhava ainda com o banco do Manchester United, o treinador do Sporting viu-se superado por um astuto Carlos Carvalhal que lançou no empate com o Elfsborg (1-1) as bases de um ardil tático que visava domar o leão.
Com três centrais a retirar a profundidade a Gyökeres e os médios interiores a controlarem Francisco Trincão e Pedro Gonçalves, o SC Braga travou a máquina ofensiva. No ataque, Roger ia criando desequilíbrios no lado esquerdo, com Bruma e Ricardo Horta a provocarem o caos. O golo acabou por chegar aos 20 minutos, quando Debast não esteve bem ao afastar uma bola perdida para os pés de Ricardo Horta que rematou para uma baliza desguarnecida de Franco Israel, abalroado por um adversário.
Tudo ficou pior para os leões seis minutos depois, quando Pedro Gonçalves saiu lesionado em lágrimas. A sina de um jogador nem sempre escolhido por Roberto Martínez, mas que quando tem oportunidades é traído pelas questões físicas. Sem a criatividade do médio, o Sporting continuou a sentir dificuldade e o SC Braga aproveitou para desferir mais um golpe. Moutinho recuperou a bola, lançou Bruma que isolou Ricardo Horta (45’) e o capitão bisou. Pela primeira vez o Sporting sofreu dois golos num só jogo.
A segunda parte trouxe um Sporting renovado. Amorim não se queria despedir com desaire, lançou St. Juste, Conrad Harder e Morita para mexer com o jogo e foi recompensado. Dois minutos depois de entrar, o médio nipónico marcou, na sequência de um cabeceamento ao poste do central neerlandês. Renascia a esperança.
Os minutos avançavam, a ansiedade aumentava, o SC Braga estava entrincheirado. Era preciso um berro e ele surgiu do capitão. Hjulmand teve espaço à entrada da área e disparou uma bomba que explodiu nas redes do SC Braga. Estava feito o empate, mas o guião ainda não tinha sido finalizado.
Conrad Harder não era a primeira opção de Amorim para suceder a Paulinho, mas foi quem chegou. E o dinamarquês não desiludiu o treinador. Um remate cruzado aos 89 minutos e a reviravolta estava completa.
Ainda houve tempo para o bis do jovem avançado aos 90+4’ e a festa com Amorim.
O Sporting somou a 11.ª vitória e igualou o melhor arranque de sempre, para seguir isolado na liderança, antes de ver um ou dois rivais perderem pontos no clássico.
Sim, Ruben. Correu tudo bem.
Homem do jogo Flashscore: Morten Hjulmand (Sporting)