Exclusivo com Clayton: "Quero alcançar a seleção brasileira"
- Qual é o segredo para se marcar assim tanto no futebol português, primeiro com a camisola do Casa Pia, depois com o Rio Ave?
- Acho que é a confiança que recebi dos meus colegas quando cheguei ao Casa Pia e agora no Rio Ave. O segredo é esse, a confiança que me passaram, porque assim consigo desenvolver o meu melhor futebol e marcar.
- Como tem sido a adaptação ao Rio Ave?
- Os meus companheiros receberam-me muito bem, estou muito feliz. Acho que é uma das coisas fundamentais, que me está a ajudar a desempenhar o meu futebol aqui.
- Conhece bem o Brasileirão e a Liga Portugal, que diferenças sente?
- Tanto no campeonato brasileiro como no português existe muita qualidade. E acho que a diferença é a intensidade que se coloca na partida, é talvez o mais gritante, mas nos dois existe muita qualidade nos jogadores.
- Luís Freire disse que feliz é o treinador que pode contar com Hassan e o Clayton. Como recebeu as palavras do técnico do Rio Ave?
- É um prazer ouvir isso do meu treinador. Entendo como um exemplo de como os dois nos conseguimos complementar, marcar e ajudar a equipa. Acho que foi mais sobre isso, ao jogarmos juntos conseguimos ajudar o Rio Ave.
- Combinam a tática durante os treinos?
- Claro, falamos no dia a dia, tentamos entender e dependendo de quem entrar estamos prontos para ajudar.
- Tem alguma meta de golos?
- Eu vejo jogo a jogo. Cada partida é uma oportunidade para marcar e ajudar a equipa e acho que dessa maneira conseguimos chegar ao final com uma boa quantidade.
- Quando veio para Portugal procurou saber mais da cultura portuguesa?
- Sim, sim. Na minha primeira passagem, quando eu vim para o Casa Pia, tive um pouco de susto ali no começo, pelas diferenças. Temos muita qualidade no Brasil, mas a intensidade é muito diferente. Tentei adaptar-me, fui feliz lá e estou a ser feliz aqui.
- O que sente mais falta no Brasil?
- Dos colegas que tenho lá, de estar sempre junto da família. Eles mesmo de longe conseguem passar força e eu consigo desempenhar bem dentro de campo.
- O que gosta mais de Portugal?
- Do clima, da forma de jogar. Portugal tem sido uma experiência maravilhosa, é um país que me está a fazer evoluir como pessoa e como atleta.
- Qual é a importância da cultura brasileira para si, dentro e fora de campo?
- É gigante. Dentro de campo influencia a minha forma de jogar, a qualidade que consigo colocar e acho que é isso. Influencia 100% no meu caráter e na forma de jogar.
- Jogador que mais o marcou?
- Desde novo, a ver vídeos e na televisão: o Ronaldo Fenómeno. É o meu ídolo e o jogador que mais me influenciou. Muitas coisas que tento fazer é o que ele fazia.
- É um jogador intenso na frente, que luta muito. É um segredo para o sucesso?
- É uma das minhas características, que apendi desde novo. Não dou uma bola como perdida. Tento ir até ao final para conseguir a posse e marcar. É o que me ajuda para marcar muitos golos, ajudar com assistências, roubar bolas.
- Que sonho ainda tem por realizar?
- Tenho muitos ainda, muitas etapas para ultrapassar. Como jogador almejamos estar em melhores clubes, chegar à seleção. Quero alcançar a seleção brasileira, é o principal objetivo e o sonho, mas entendo a minha posição e a etapa que estou. Um dia, se conseguir muitos êxitos, disputar um Mundial.
- Como apareceu o futebol na sua vida?
- Foi desde o berço. O meu pai jogava como amador em Belo Horizonte. Deu-me uma bola como a primeira prenda. É isso que eu tento passar para o meu filho também, que ele se apaixone pelo futebol. Como qualquer rapaz no Brasil, sonhamos jogar futebol desde que nascemos, mas tive exemplos na minha casa.
- Conselhos para um jovem jogador?
- Acho que é nunca desistir. A carreira para se tornar um jogador de futebol é difícil, então é isso. Não desistir, confiar no potencial, no sonho, correr atrás e insistir no objetivo. Se for vontade de Deus vai acontecer.
- Como lida com as críticas?
- É preciso ter resiliência. Vamos ter um jogo que não corre bem, outro excelente. É preciso ter a cabeça no lugar para ultrapassar esse momento. Em alguns jogos não vou conseguir marcar, mas é tentar ajudar da melhor maneira possível, então é tentar uma assistência ou roubar o máximo de bolas possíveis.
- Sente-se feliz em Vila do Conde?
- Sim, estou. Fui muito bem recebido por todos os meus colegas. É o que eu esperava e as coisas estão a acontecer porque os meus colegas estão a ajudar.
- Procurou saber mais sobre Vila do Conde antes de vir?
- Em todos os clubes por onde passei, antes de assinar, procurei ver como era. Conhecia o Rio Ave de jogar contra, da dificuldade que sentíamos. Pesquisei a cidade, o clima, como ia ser para a minha família. Então foi uma das maneiras que ajudou, cheguei preparado para o que poderia acontecer. Vinha com expectativas e cumpriram-se. Conseguimos alcançar objetivos e temos outros pela frente. Estou feliz por marcar golos e ajudar a equipa.