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Pinto da Costa: "Perguntei quanto tempo me davam, disseram dois ou três anos, já passei essa meta"

Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto
Pinto da Costa, antigo presidente do FC PortoTVI
Jorge Nuno Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, deu esta segunda-feira uma entrevista à TVI, numa semana que ficará marcada pelo lançamento do seu livro, "Azul até ao fim", que será apresentado no próximo domingo.

Título e capa do livro: "Até ao fim, serei azul. Quem olhar para isto vê que estou cá fora, lá dentro não está ninguém. Isto quer dizer que serei do FC Porto até ao fim, até ao meu último dia. E quero lembrar a toda a gente que todos temos um fim. O caixão não é para ir lá para dentro, mas sim para mostrar que a morte não é boa, mas é inevitável. Só temos uma coisa certa: vamos morrer."

A capa do livro de Pinto da Costa
A capa do livro de Pinto da CostaContraponto

8 de setembro de 2021: "No dia 8 de setembro de 2021, estava a fazer exames médicos, e o médico não me dizia nada. Achei que, com tantos exames, já devia ter alguma coisa grave. Disse: 'Vamos acabar com isto, o que é que tenho?'. O médico respondeu que o tumor era maligno. Fiquei em choque, sem saber o que pensar ou fazer. Refleti e, à noite, decidi escrever para mim. Depois surgiu a oportunidade, souberam da minha situação e acharam interessante. Escrevi tudo à mão. À noite, registava o que sentia, como encarava isso e como queria seguir a vida com a máxima normalidade, sem perturbar ninguém."

Doença em segredo: "Foi importante porque a minha filha estava grávida do segundo filho. Ele nasceu, e agora já tem o terceiro, veja lá o tempo que consegui resistir. Achei que isso iria transtornar também a minha irmã, então decidi, junto com os médicos, que ninguém podia saber, e acredito que, durante muito tempo, ninguém soube."

Decisão de escrever "O que decidi foi não fazer um diário. Veja lá, se tivesse começado a escrever a partir de 21 de setembro, a editora não teria mãos a medir. Decidi escrever apenas sobre os factos que aconteceram e a forma como os encarava. Aceitando as coisas com naturalidade, não posso estar revoltado. Tomara eu que os meus filhos e netos vivessem até aos 80 e tal anos. Achava que as coisas iam mudar. Dragões de Ouro, pensar que seriam os últimos, dá uma emoção diferente de pensar que ainda poderia haver mais cinco ou vinte. Dedico um capítulo à morte dos meus irmãos, do Artur Jorge, foram coisas que me chocaram imenso. São momentos que me marcaram, e mencioná-los é uma forma de preservar a sua memória num livro escrito por mim."

Presenças no funeral: "Gostava de ter ao meu lado o António Henriques, o padrinho da Joana, Pedro Pinho, Adriano Quintanilha, Fernando Póvoas, Luís Gonçalves, António Oliveira, Hugo Santos, a Sandra e Fernando Madureira, Caetano e o Marcos Polónia.”

Porquê Fernando Madureira? "Porque foram pessoas que me foram sempre fiéis e são pessoas que estão a sofrer o que estão a sofrer por serem minhas amigas e não por terem cometido crimes”.

Acusações do Ministério Público ao Benfica: “Eu acho que estas acusações são de coisas que não vão dar nada... Mesmo contra o Luís Filipe Vieira? Sim, aquelas que não vão dar nada, foi para tapar os olhos com a peneira, porque, entretanto, foram arquivadas coisas, como, por exemplo, telefonemas de um empresário a tentar subornar jogadores para perderem um jogo contra o Benfica, em que há chamadas... Isso foi arquivado. Portanto, eu penso que foi uma maneira inteligente de arquivar coisas graves e ninguém falar disso."

Ministério Público: "Pediram-me para fazer de A a Z, e o meu "M" é dedicado ao Ministério Público. Mas não quero entrar em conflito com essas pessoas. O "E" é de Eanes, é um exemplo, e é dedicado ao General Eanes."

Estado de saúde: "Não sei. Neste momento... digo no segundo capítulo que estava no Olival e fui visitado por dois médicos que não conhecia, que me explicaram com clareza o que eu tinha. Perguntei quanto tempo me davam? Disseram dois ou três anos. Já passaram três anos, já passei essa meta.

Mais um livro? "No dia 27, será a apresentação e já estará à venda. No dia 28, estará disponível nas livrarias. É um evento de portas abertas, de entrada livre. Espero muita gente; o espaço tem capacidade para 1 200 lugares sentados. O que mais quero é ver amigos, mesmo que sejam só 20, se forem amigos, fico contente. Depois, espero começar a escrever um livro sobre as emoções que vivi no dia 27."