Ruben Amorim: "Deveríamos ter ganho mais, mas ninguém esperaria que tivéssemos ganho tanto"
Último jogo contra o SC Braga: “As duas coisas têm muita importância. O igualar o recorde de sempre (11 vitórias) e ter a possibilidade de o bater é importante. O mais importante é manter e aumentar a distância para os rivais. Braga sempre teve um significado importante para mim. Gostei de lá estar, foi um clube que me deu a oportunidade e, portanto, é algo engraçado. Sinto alguma coisa antes do jogo? Não. Estou stressado antes do jogo, queremos muito ganhar e deixar a equipa com uma vitória. Terei tempo para sentir as coisas, mas estou muito focado no que tenho de fazer numa jornada importante em que há um FC Porto – Benfica e podemos ganhar ponto a um ou aos dois”.
Descanso: “Faz diferença no jogo, mas se não formos empenhados não se vai notar. Ter mais dois dias para preparar o jogo, não há como dizer que não tem influência. Por isso, para equipas grandes estar na Liga dos Campeões é muito melhor do que na Liga Europa em todos os aspectos. Quer em termos financeiros, quer nestes aspectos. O ano passado aconteceu a nós e tivemos de fazer gestão. Jogámos com Nacional e Estrela da Amadora num espaço mais pequeno para nos precaver para esta situação. Se formos competentes e sérios poderá fazer diferença”
Relação com Sporting: “Quando sair do Sporting serei treinador do outro clube. Ficarei a torcer pelos meus jogadores, pelos meus amigos. Verei o campeonato português com outra liberdade, mas claramente focado noutro sítio”.
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Sentimento de culpa por sair: “Já senti mais isso, talvez naquela fase em que decidimos que tínhamos de ficar mais jogos. Estava stressado e nervoso. Agora estou bastante positivo, será apresentado o novo treinador e tenho a certeza que está preparado. Confio nos jogadores, farão o seu trabalho. Eu estarei focado noutra função. O Clube e os adeptos estão preparados para manter o que temos aqui”.
Transição: “Eu poderia explicar, apesar de serem inteligentes e perceberem as coisas, mas se fosse abordar vocês iam perceber quem era. Eu fiz o que acho que devo fazer e dei abertura para tudo para se preparar a sucessão”.
Importância a vitória: "Temos de ver de uma forma muito prática. Existe uma paragem e ganhando este jogo vamos ganhar pontos a um rival, antes de dua semanas em que não há futebol e tudo se vai desenrolar com normalidade. Vimos de um resultado muito positivo, um pouco histórico, e se não tivermos preparados vamos sofrer em Braga em não vamos ganhar o jogo. A semana da Liga dos Campeões só acaba no jogo a seguir. Temos um trabalho a fazer, muito difícil, e se o fizermos toda a gente vai estar muito melhor”.
Sentimento: "Foi estranho sair da Academia, porque sei que não vou voltar. Não arrumei o escritório, vão-me enviar as coisas. Não sou bom em despedidas, acho estranho. São quase cinco anos a ir todos os dias para o mesmo sítio. É estranho sair de lá e saber que não volto. Dei o máximo, ainda não acabou. Posso sair de uma maneira muito boa ou de uma maneira boa, porque ainda não ganhámos. Vou com sentimento de dever cumprido, mas sou novo, tenho muito para fazer, tenho um novo desafio. O importante é manter o lugar, bater o recorde”.
Mensagem aos adeptos: "É difícil despedir-me de alguém que ainda tenho um jogo, talvez em Braga. Agradeço a forma quando fui recebido, o apoio que senti, mesmo quando cá cheguei que não foi fácil, que era do Benfica e custei muito dinheiro. Sempre me foi dado o benefício da dúvida, sentiam que eu conseguia dar a volta e consegui. Eu perguntei se corre bem? E correu. O clube com que nascemos é o clube com nascemos, aconteça o que acontecer. Não estava a pensar gostar tanto do Sporting como desta maneira e isso nunca vai mudar”.
Legado: “Obviamente que fizemos um trabalho e coisas que não se viam há muito tempo com recordes e títulos. Agora dizer se é o melhor ou pior… Os contextos contam muito. No futebol a bola bate no poste e muda a vida das pessoas. Se o José Peseiro tem ganho o campeonato e a Taça UEFA poderíamos dizer éramos melhores? Não. Simplesmente perdeu uma final (com o CSKA Moscovo) aqui e o Luisão marcou ao Ricardo (no dérbi entre Sporting e Benfica). Eu tenho noção e sempre o disse que a sorte é muito importante e eu tive o que outros não tiveram. O Jorge Jesus teve tudo para ganhar o campeonato e era a melhor equipa, mas o não ganhar muda. Tivemos uma fase do Sporting que ganhámos títulos, somos das melhores equipas técnicas da história porque ganhámos e o futebol são resultados”.
Música: “Só me lembrei daquela por ter saudades de casa. Eu só quero ganhar, não sei que música quero que os adeptos cantem. Três pontos, uma vitória e talvez eles a gritarem que querem o Sporting campeão que é sempre o que cantam no fim quando está a ganhar”.
Comunicação: “Sempre acompanhei muito o fenómeno desportivo, sempre para os sítios de onde vou. Houve coisas pensadas, tenho uma preparação com o Filipe (responsável pela comunicação) que me diz os tópicos. Eu se ler tudo o que me dizem sobre mim vou ficar zangado e à espera de responder a uma pessoa. Nas fases boas leio tudo e fico mais contente, dou moral a todos os adversários. É uma estratégia. A honestidade é porque as coisas estão à vista das pessoas e não convém estar a contar uma história diferente. Os resultados ditam tudo, eu sei que se perder jogos vou embora, se ganhar fico. O que eu digo no meio disto tudo não vai mudar muito. Ajuda na crítica e vocês são mais simpáticos comigo, mas no fim de contas se ganhar fico. Mais vale ser honesto. Quando não sou genuíno nota-se bem. Estou preparado quando venho para aqui, faz parte do trabalho deles e do meu”.
Ecos da vitória com o Manchester City: “Sei o impacto, mas conheço bem o fenómeno do futebol, principalmente em Inglaterra e sei como as coisas mudam. Posso dizer as narrativas dos treinadores do Arteta, do Postecoglu, como correu bem, muito bem e disseram que eles não prestavam. O que vai dizer é o primeiro jogo quando chegar lá e se ganhamos ou perdemos”.
Mercado: “Em janeiro não vou bsucar ninguém do Sporting. No verão, o principal ponto é aguentar-me até lá. Os jogadores do Sporting são grandes jogadores, vamos ver".
Balanço: “Correu bem. Perdemos títulos, pensar na Supertaça, a Taça de Portugal, a derrota com o SC Braga na meia-final. Houve títulos que devíamos ter ganho, mas acabou por correr bem. Tivemos um impacto positivo. Deveríamos ter ganho mais, mas ninguém esperaria que tivéssemos ganho tanto”.
Conferências em inglês: “Vou ter de pensar nas palavras, vou ter mais dificuldade. Mas toda a gente diz que vivendo lá aprendo rápido. Terei de ser inteligente, ir devagarinho, a imprensa é diferente. É o clube que se fala mais lá, tenho noção disso. Não tenho problemas se vão dizer bem ou mal, o que interessa é ganhar jogos. Estou preparado, mas não é o maior problema que eu tenho".
Gonçalo Inácio: “Vai, mas não vai entrar de início. Está melhor e não podemos facilitar. Se existir alguma questão precisamos do Inácio lá e vamos na máxima força”.
Nome: "O meu nome não tem acento. No registo é Ruben"
Pedro Gonçalves: “Tem de se focar no Sporting. As contratações são feitas pela necessidade da equipa, do que o clube precisa. Tudo conta, eu não sei o que vou fazer. O Pedro Gonçalves pode jogar em qualquer equipa do mundo, com qualquer treinador, porque é um grande jogador. É engraçado, muito inteligente e viram o que ele fez com o Manchester City. Ele tem de se focar no Sporting, é muito importante ser campeão este ano”.