Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Ruben Amorim: “Já fui campeão pelo clube do meu coração, mas este momento foi muito melhor”

Bruno Henriques
Rúben Amorim despede-se dos adeptos
Rúben Amorim despede-se dos adeptosMiguel Riopa/AFP
Naquelas que foram as últimas palavras como treinador do Sporting, Ruben Amorim destacou a essência da reviravolta leonina e fez um balanço da passagem por Alvalade, iniciada em março de 2020. Deixou também ambição para o futuro.

Despedida perfeita? “Eu acho que foi melhor. Preferia não ter sofrido neste jogo, mas a forma como acabou, acho que é muito mais do que podia esperar. De uma semana que podia ter sido tão difícil e foi.. Vou tão mais descansado porque estes jogadores são inacreditáveis. Não entrámos bem na primeira parte, devagarinho. Dois golos que podíamos ter evitado. A segunda parte é inacreditável e esta sensação tornou tudo mais especial. Chega o fim da aventura e não podia ter pedido melhor momento”.

Metáfora da passagem por Alvalade: “Acho que é o contar uma história em 90 minutos que todos vivemos. Muito sofrimento, lutar até ao fim, até aos golos do Coates nos descontos, hoje foi o Conrad Harder, Fomos a equipa que quis sempre mais. Ressalvar que nos 20 minutos finais notou-se a maior frescura da equipa e isso tem a ver com o  SC Braga jogar na quinta-feira, aproveitámos.

Semana desafiante: “O próximo jogo é que é o desafio final, no futebol estamos sempre de desafio em desafio. Hoje teve mais sabor do que na terça-feira. Qualquer equipa num jogo pode bater a outra, o que conta a história é saber ganhar semana apos semana, jogo após jogo”.

Despedida: “Quando se ganha são os jogadores, eles é que têm de viver esse momento. Eu preciso de me aclamar, sair e deixar o espaço par eles. Custou-me mais ver o Pote a sair, ele esforçou-se por ser o último jogo e sinto que ele está um pouco zangado comigo e isso custou-me. Se continuarem humildes e ajudarem-se uns aos outros terão um grande treinador para os ajudar”.

Balanço: “Os resultados não foram perfeitos, mas foi uma aventura inacreditável. Em termos de ligações, o que nós vivemos. Gostava que toda a gente vivesse. Marcou-me muito. Eu nunca me senti sozinho e isso é especial. O clube, neste momento, é especial".

Reveja aqui as principais incidências da partida

Futuro: “Ha mais incerteza do meu lado do que do futuro do Sporting. Os discursos podem ser diferentes, as instruções diferentes, mas se eles continuarem humildes o treinador que cá esta vai fazer o  mesmo trabalho, porque eles são muito especiais”.

Palavra aos sportinguistas: “É difícil resumir isto. Agradeço as palavras, foi uma aventura incrível. Eu sempre pareci ter as certezas todas e saber o caminho, mas tive dúvidas em algumas fases. Vivi um contexto especial, sei que o que tenho aqui é difícil reproduzir noutro sítio e faz parte da nossa vida. O que posso dizer aos Sportinguistas é obrigado. Fiz o que pude, cometi alguns erros, algumas teimosias, mas sempre a pensar na equipa. A equipa esteve sempre em primeiro lugar. Esta foi a única vez que pensei em mim, porque se pensasse na equipa não podia fazer isto. Tive de o fazer. Obrigado, desculpem esta decisão, mas senti que era a minha hora e o caminho”.

Fator psicológico: “O que aconteceu na segunda parte, há coisas que não se explicam. Entraram em campo o Antunes, o Coates, o Neto. Foi especial, muito melhor que na terça-feira. Todos os que tiveram aqui nestes quatro anos entraram em campo e foi o melhor momento. Eu já fui campeão pelo meu clube do coração, que era um sonho, mas este foi muito melhor. O terceiro e o quarto golo foi muito especial”.

Mensagem o plantel: “Eu não trouxe tudo, deixei lá alguma coisa que será entregue. Eu tenho confiança porque acredito nos treinadores, porque acredito no próximo treinador. E disse aos jogadores. Há coisas diferentes, mas a pessoa que vai estar no meu lugar tem a mesma essência. Isto estava a ser planeado, foi é mais cedo. Depois é preciso muita sorte, e nem toda a gente tem a sorte que eu tenho”. 

Leia aqui a crónica do jogo

Marucs Edwards: “Levou uma pancada, estava feio. Não vai ser nada de mais, não quis arriscar. Tivemos sobrecarga de alguns jogadores, por isso zero risco e tínhamos o plantel composto.”

Futebol português mais pobre: “Eu também sou um produto do futebol português. Acima de tudo o facto de um benfiquista ter este significado para o Sporting e lidar com isso de forma saudável. E só consigo isso porque os adeptos do meu clube conseguiram lidar com isso. Eu cometi erros quando comecei, os jornalistas trataram-me muito com respeito, protegi-me muitas vezes, nas fases más não lia nada e isso é um exemplo para os mais novos. Tive muito orgulho de pertencer ao futebol português. Adoro o meu país, o ter que vender jogadores estava a frustrar-me, porque queríamos dar um passo em frente e em Portugal temos essa limitação. Os orçamentos começam a fazer diferença e é preciso os grandes olharem para isso, porque se não crescem todos vai ficar pior. Quando se ganha é mais fácil. Tentei levar isto bem e diverti-me.”

Conversa com António Salvador: "Troco algumas mensagens com ele, mais quando vinha cá jogar e ele dizia-me que o estava a lixar. Sempre nos demos bem, foi ele que me ajudou. Nesta fase não falei com ele pessoalmente".

Ruud Van Nistelrooy e o sistema de três centrais no Manchester United: “Sei como vou jogar no início, porque temos de começar com uma estrutura que conhecemos e depois vamos adaptar aos jogadores que temos, lesões, as qualidades para atacar e defender. Vou descobrir isso nas próximas semanas, mas não temos muito tempo para treinar. Sobre uma lenda do Manchester United, fez um grande trabalho, vou falar com ele na segunda-feira e vou ser muito claro.”