Rúben Amorim: "Pedi para ficar e não é a primeira vez que me pagam a cláusula"
Recorde aqui as incidências do encontro
A conferência de imprensa de Rúben Amorim
Gestão da semana e saída: "Não consigo dizer muito, é uma fase de as pessoas sentirem o que têm de sentir. Queria apenas começar por explicar a situação. No início da época, e o presidente está aí para confirmar, tive uma conversa com o presidente e disse que, acontecesse o que acontecesse, era a minha última época no Sporting. A época começou bem, surgiu a situação do Manchester United. Apareceu, pagou acima da cláusula, o presidente defendeu os seus interesses, nunca discuti com ele acerca da negociação e depois chegou a mim. O único pedido que fiz foi que fosse no final da época, foi-me dito que não era possível e que era agora ou nunca, senão iam buscar outra opção. Tive três dias para tomar uma decisão que muda radicalmente a minha vida. Foi o que fiz. Já tive outras ocasiões. Não é a primeira ou segunda vez que tenho a cláusula paga. Chegou ao quinto ano e tive de fazer uma escolha. A seguir ao Sporting, eu queria este clube, não queria outro, aquele contexto permite-me fazer as coisas à minha maneira, é igual ao Sporting. Tenho de dar um passo em frente. Custou-me mais a mim sair do que a qualquer sportinguista. Não houve confusão nenhuma. Tinhamos de salvaguardar os interesses de cada um. Longe de fazer-me de coitadinho, a única pessoa que está no meio disto sou eu. Eu nunca disse nada. O acordo é entre os clubes e foi o que aconteceu. Não pude dizer nada mais cedo. A decisão é assim. Escusamos de dar a volta à situação. Apareceu um clube que eu sabia que se rejeitasse o clube não o iria ter daqui a uns meses e sabia que ia deixar o Sporting. Ia ser difícil lidar com esse arrenpendimento. Vou arriscar. Há muita gente a dizer que é pelo dinheiro. Eu ganhava três vezes mais do que no último clube que quis pagar a minha cláusula. Foi um orgulho enorme, custa-me muito sair. Adoro o clube, adoro toda a gente. Tive de decidir se fico ou vou. E daqui a seis meses? A minha escolha foi sair neste momento porque me foi dito que era agora ou nunca, tive dar esse passo e foi a minha escolha".
Jogo: "Não gostei muito da nossa exibição. Faltou velocidade, falhámos muitos passes, faltou controlar a profundidade. O Inácio tem um problema na perna, faz-nos muita falta, o Franco esteve bem e o Viktor voltou a fazer a diferença. Ganhámos 5-1 e seguimos em frente no campeonato rumo ao objetivo".
Ficar mais jogos: "Tenho de fazer o que o Sporting decide. Sou treinador do Sporting. Prefiro assim, não deixo os jogadores na mão. Os jogadores não sabiam o que contar e assim dá-nos uma janela para fechar todos os capítulos. Preparar estes jogos que são muito importantes, fico com todo o gosto".
Falar com jogadores do Man. United: "Não falei com ninguém, estou focado no que temos de fazer e dia 11 logo veremos".
Gyökeres: "Não penso nisso, nem é assunto para agora".
Clubes que pagaram a cláusula: "Não vou dizer quais foram".
O que faz acreditar que pode levar o Manchester United ao topo: "Percebo a pergunta, mas dia 11 teremos oportunidade de falar no Manchester United. Estamos focados no Sporting, queria explicar isso aos sportinguistas. Depois pensaremos no passo a seguir".
Decisão: "Mudei várias vezes de opinião. Em relação ao prejudicar, a preocupação é não preocupar a equipa e o resto logo se vê".
Satisfação por ficar: "Estou concentrado nos jogos. Essa decisão ultrapassou-me, não me meti nisso e estou cá para defender o Sporting até Braga".
Staff: "Vou levar o meu staff, mas teremos tempo para falar disso. Obviamente vou levar. Foi sempre uma das condições que trouxe desde o Casa Pia e vamos manter isso".
Receção dos adeptos: "Foi a melhor fase da minha vida. Toda a gente no Sporting sabe a importância que tiveram para mim. Percebo a desilusão, percebo que estejam divididos por eu sair a meio de uma época que pode ser histórica. Ainda não é a despedida, temos City e Braga para ganhar".
Gyökeres: "Custa 100 milhões, é muito difícil. Não vou buscar nenhum jogador do Sporting em janeiro".
Peso da decisão: "O que pesa na decisão do treinador é tudo isto. Sair a meio. Sei o significado que tenho no clube e para os adeptos. Como é que se diz isto aos jogadores? Ao presidente? Mesmo ao Viana estando de saída no fim do ano. Mudar a vida dos meus filhos. É um conjunto de coisas. Podia dizer que procuro um futuro melhor para os meus filhos, mas nem consigo gastar o dinheiro que ganho no Sporting, quanto mais. No Sporting toda a gente dizia que não ia conseguir, agora também e eu quis enfrentar isso. Eu resolvi sair neste momento".
Treinar rivais: "Não me parece que volte tão cedo a Portugal, portanto não falo do futuro".
O que faltou: "O que ficou por fazer no Sporting foi ganhar os títulos que devíamos ter ganho. Uma Supertaça perdida de uma forma que nos marca, a Taça de Portugal que não vencemos. Tenho a convicção que vamos ser bicampeões. Criámos uma família, lançámos muitos jogadores, mas ainda há dois jogos para vencer".
30 dias: "Não vou comentar coisas do nosso contrato, é entre mim e o Sporting".
Estrutura: "Não foi o treinador que deu isso, foi toda a gente aqui. A forma como se melhorou o plantel, as modalidades a vencer tudo... Tudo aqui melhorou. Eu não fui embora quando fomos campeões, quando ficámos em quarto, quando fomos campeões pela segunda vez, apesar do avisão. Eu vou embora quando entendo que, daqui a sete meses, eu estaria fora do Sporting e teria esta oportunidade no clube que quero e no contexto que quero. O clube vai seguir em frente e vai continuar a ganhar".
Final do ano: "São ciclos. Os treinadores têm de procurar coisas novas. Tinha decidido que no último passado era o último ano, já tinha dito ao presidente, mas este ano foi numa reunião formal. Sentia que tinha de haver uma mudança. Nós já estávamos a preparar o futuro. As coisas precipitaram-se desta maneira".
Anúncio antes do jogo: "Não são os treinadores que anunciam coisas. Queria ter a possibilidade de explicar a minha versão. Os clubes são empresas e têm de fazer as coisas num ritmo que nos ultrapassa. Em relação aos anúncios, têm de ser os clubes. Tivemos azar de haver jogo, há coisas que não se controlam".
João Pereira: "O último treinador anunciou-me e correu bem, mas não o vou fazer. O clube é que tem de anunciar o próximo treinador".
Reação dos jogadores: "Não houve revolta. Ficaram tristes, muito ansiosos, sente-se o ambiente diferente. Todos os jogadores que estão aqui e foram contratados, falei com eles antes de o serem. Criámos uma relação com os jogadores e foi difícil, mas não houve revolta nenhuma. Eles sabem que sou o treinador, até Braga mando eu e eles querem jogar. Que houve desilusão, não há como esconder".
Timing do jogo com o Manchester City: "Gostaria de responder, mas vou focar-me só no Sporting, teremos tempo para falar do Manchester United".
Fim da novela: "O sorriso está lá sempre, mas é um momento difícil para todos. Vou sair daqui muito mais aliviado. Desde que saiu o comunicado, surpreendeu-me um bocadinho a ovação dos adeptos, mas estou mais aliviado por tudo estar esclarecido. O meu sorriso está sempre presente, mas não é uma situação fácil neste momento".
Comunicação do Sporting: "Fui eu que pedi para ele não interromper as perguntas porque fomos sempre assim. Queria deixar isso claro".
A flash de Rúben Amorim
Saída: "Vamos esperar pela conferência, aqui é para comentar o jogo. Não foi uma semana normal, tivemos de fazer a preparação de dois jogos, sofremos dois golos, não devíamos ter sofrido, mas ganhámos os dois jogos e voltámos a ser melhores do que o adversário. Saímos bem quando nos pressionaram mais alto, criámos ocasiões, o Viktor a converter oportunidades e foi uma oportunidade merecida".
Aplausos: "Desde que surgiu essa situação, senti-me diferente. Percebo a revolta de alguns adeptos, percebo a desilusão, mas a vida é mesmo assim. Fiquei comovido com a ovação, neste momento não quero dizer muito mais".
Comunicado: "Quando apareceu foi em dia de jogo, mas os clubes agora são empresas cotadas e têm de apresentar todas estas situações que interferem com o clube. Foram dois comunicados em dois jogos, o que torna tudo mais difícil, mas é assim e há coisas que não controlamos. O que queria era ajudar a equipa a vencer e foi isso que aconteceu".
Continuidade: "Estou em modo tarefa. O que tiver de ser. Estou muito grato a toda a gente aqui, aos adeptos, aconteça o que acontecer. Fiz o que fiz sempre. Só fui agradecer aos adeptos quando perdíamos. Como não perdemos, ganhámos e temos mais jogos a seguir, fiz isso. Obviamente, no próximo jogo, quer se ganhe ou perca 15-0, cá estarei para ver o que os adeptos querem dar. Vou despedir-me deles porque foi o melhor período da minha vida, mas tenho de tomar as minhas decisões. Percebo a revolta, mas o tempo cura tudo".
Próximo jogo: "Tivemos muitas dificuldades nas ruturas curtas e temos de ser muito melhores do que fomos hoje (sábado)".
Em atualização...
Rúben Amorim oficializado como novo treinador do United a partir de 11 de novembro