Sete jogos, um golo sofrido: A confiança de Israel que dissipou as dúvidas de Rúben Amorim
A carreira de um guarda-redes é ingrata e Franco Israel, apesar dos 24 anos, já percebe bem o que tudo isso significa. Contratado ainda jovem pela Juventus, chegou ao Sporting por empréstimo e a primeira época foi tudo menos fácil. Apesar de ter realizado apenas oito jogos, sempre na sombra de Adán, e de ter feito a estreia num contexto adverso - Marselha, após expulsão do espanhol -, convenceu o Sporting a investir pouco mais de um milhão de euros na sua contratação.
Ainda sem provar capacidade para assumir a baliza leonina, teve mais oportunidades na época passada e começou aí a dar provas de que podia ser importante para Rúben Amorim, embora fosse evidente a necessidade de reforçar a posição no final de 2023/24, tendo em conta a saída de Adán.
Quando parecia que iria assumir definitivamente o estatuto de titular, uma lesão no final da época afastou-o da final da Taça de Portugal e limitou a preparação para a temporada 2024/25. Entretanto, chegou Vladan Kovacevic.
De regresso ao banco de suplentes
O bósnio foi contratado com o objetivo de ser titular e isso ficou claro ao longo da pré-época. Com Israel ainda a regressar aos poucos, Kovacevic convenceu Rúben Amorim, apesar de algumas hesitações nos particulares e de culpas no primeiro jogo a doer, a Supertaça. Entretanto, o guarda-redes uruguaio voltou a um estatuto que conhecia bem desde que chegou a Alvalade, o de suplente.
Após falhar os primeiros cinco encontros da temporada, Israel via Kovacevic a estabilizar (não sofreu nos dois últimos jogos realizados para a Liga Portugal) e teria motivos para ficar preocupado, mas o trabalho do uruguaio na sombra do ex-Rakow viria a dar frutos.
Tal como aconteceu com Israel, e já tinha sucedido com Adán, foi uma lesão a afastar Kovacevic da baliza. O uruguaio sabia que teria, naquele momento, a derradeira oportunidade para agarrar o lugar.
Confiança renovada
Lesão debelada e porta aberta para a titularidade, Franco Israel tratou de garantir que não iria voltar a dar espaço para dúvidas a Rúben Amorim, provando-o com boas exibições e, acima de tudo, com clean sheets.
Desde que fez a estreia na atual edição da Liga Portugal, o guarda-redes leonino ainda não sofreu qualquer golo e já foi capaz de intervenções decisivas, tendo até recebido um prémio honorário de melhor jogador em campo, entregue pelas mãos do amigo Francisco Trincão.
Se o gesto do internacional português acontece, sobretudo, pela amizade que os une, o certo é que Franco Israel tem vindo a justificar não só a titularidade, com distinções desse género.
Na Liga dos Campeões, foi decisivo ao travar a reação do Lille e fundamental para o empate com o PSV, naquele que é, ainda, o único jogo em que sofreu, nos sete que já disputou esta época, somando ainda defesas importantes frente ao Sturm Graz.
O registo impressiona, mesmo que o mérito defensivo não deva ser dado apenas ao guarda-redes, e agora nem o próprio Rúben Amorim tem dúvidas sobre qual é o seu guarda-redes titular.
"Vai jogar o Franco Israel (frente ao Sturm Graz). A diferença não está no jogo de pés, mas sim numa situação chamada sorte e contexto. O Kovacevic lesionou-se e o Franco agarrou o lugar, um cenário verificado de igual modo no ano passado, mas com o Adán", disse o treinador sportinguista, na antevisão à partida.
Tendo em conta as exibições e os números de Israel desde que regressou à titularidade, Kovacevic vai ter mesmo de esperar por uma lesão do colega de posição para deixar de ter o estatuto que o uruguaio acabou por entregar ao reforço de verão dos leões, o de guarda-redes das Taças.