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Vítor Bruno: "Temos de repensar muita coisa, hoje acabámos por não ser FC Porto"

Mário Rui Ventura
Vítor Bruno, treinador do FC Porto
Vítor Bruno, treinador do FC PortoValter Gouveia/SPP / Shutterstock Editorial / Profimedia
Vítor Bruno, treinador do FC Porto, assumiu total responsabilidade pela goleada sofrida este domingo, no Estádio da Luz, diante do Benfica, por 4-1, na 11.ª jornada do campeonato, tendo considerado o resultado justo.

Recorde as incidências da partida

Análise à partida: "Primeiro, uma vitória justa do Benfica. Primeira parte dividida, equilibrada. Benfica marca primeiro, tem um lance para fazer o 2-0. Reagimos bem, fazemos o empate. No início parece-me que entrámos não muito mal, temos o lance do Galeno com um remate perigoso. Pareceu-me uma 1.ª parte equilibrada. Na 2.ª, tentámos corrigir um ou outro posicionamento com bola, na saída com o Diogo. A partir do momento em que sofremos o segundo, o Benfica esteve sempre mais fresco, rápido sobre a bola, intenso. O 2-1 e o 3-1 condicionam o resto do jogo, o autogolo com alguma infelicidade... Depois fomos pelo lado mais emocional, a equipa desorganizou-se. Temos de repensar muita coisa. Hoje acabámos por não ser FC Porto."

Quatro golos sofridos, os mesmos que tinha até agora: "Foi culpa minha. A culpa não é de mais ninguém, eu sou o máximo responsável. As decisões foram minhas, eu é que as tomei. Pepê esteve com grande dificuldade, foi por isso que não iniciou o jogo, e redefinimos a estratégia que estava montada quando perspetivámos os dois últimos jogos. Mas isso não serve de desculpa. A equipa esteve muito amorfa. Desprotegemos em demasia, Benfica entrou facilmente sempre com o Di María e não fomos competentes do ponto de vista da organização e intensidade".

Consequências desta derrota: "É sempre duro, vamos andar em agonia um dia, dois dias, tentar atacar já o próximo treino e aquilo que não fizemos bem aqui hoje. Estamos na 11.ª jornada e falta muito campeonato. Não estava tudo perfeito até agora e hoje também não está tudo mal. Temos de deixar uma marca diferente".

O que falhou na construção do FC Porto? "Faltaram posicionamentos. Tentámos corrigir ao intervalo, para que o Florentino não conseguisse cobrir todo o relvado. Mas quando sofremos um golo logo na segunda fase inicial da 2.ª parte... O jogo foi levado para o lado emocional. O que senti na 1.ª parte foi que a equipa esteve dificuldades em estar fresca, rápida sobre a bola, ágil, trabalhar a bola com frescura. Senti a equipa com dificuldade em desfazer-se da bola rápido, tomar boas decisões, e neste tipo de jogo, quando resolvemos um problema, aparece-nos outro. Este foi o dia em que senti a equipa realmente cansada em campo. Isso não explica tudo, mas explica alguma coisa".

Derrotas com rivais dão para manter a mesma confiança? "Isso não consigo responder porque não me consigo colocar do lado de lá, mas tenho muita confiança no que posso fazer. Isso é claro e inequívoco. Sei que vai haver a tentação de dizer que sou um treinador inexperiente, que é o primeiro ano. Sei que hoje vou sofrer, mas a partir de amanhã vou atacar este jogo, analisá-lo a fundo e há muito a fazer com estes jogadores. Já conquistámos coisas perante um rival que hoje toda a gente idolatra. E não foi obra do acaso. É trabalhar, olhar olhos nos olhos, dizer verdades e em conjunto podemos ultrapassar um momento que não é o melhor. Duas derrotas consecutivas no FC Porto é raro. Eu acredito muito no que posso fazer. A partir daí, estou perfeitamente tranquilo".

Otávio e Zé Pedro saíram das opções de um momento para o outro: "Não foi de um momento para o outro, temos tentado dar estabilidade. Há cinco jogos toda a gente dizia que esta era a linha perfeita, agora já é a pior. Temos de ser equilibrados. Tento manter-me sereno, analisar, essa é a minha função e sou o máximo responsável pelo que aconteceu hoje aqui, não os jogadores. Não me parece que tenha sido só a linha defensiva, acho que ficou aquém em determinados momentos. A equipa desorganizou-se sabendo que o Benfica tinha saídas constantes com o Di María. Tínhamos mecanismos para fechar aquele espaço, mas a certa altura a equipa tentou muito com o coração e pouco com a cabeça".

Este jogo pode deixar marcas? "A marca que deixa é nas próximas 24 horas. Vai deixar-nos em agonia, mas não representa em nada a marca forte que tem de ser deixada em campo numa equipa como o FC Porto. É preciso atacar, trabalhar, continuar a construir o que queremos construir, sabendo que há um longo caminho a percorrer e há muitas competições em disputa. Não estava nada fechado antes do jogo, agora também não está. Mas há coisas que temos de inverter rapidamente".

Equipa ainda está longe do que pretende? "O Benfica ganha bem e isso não se coloca. Falamos de duas partes diferentes. Entrámos bem no jogo, temos um ou dois lances do Galeno, e o Benfica faz o 1-0. Depois atira uma bola ao poste. 1.ª parte com números muito próximos, sem grande supremacia de um em relação ao outro. Na 2.ª parte, quando sofremos mais um golo, a equipa desorganiza-se, fica pouco intensa, pouco agressiva. Pareceu-me um Benfica mais fresco, mais rápido. Relativamente à segunda questão, é um FC Porto que está a crescer. Não estava perfeito antes deste jogo, não está péssimo depois deste resultado. São passos que temos que dar. Temos de deixar uma marca diferente, temos de ser mais FC Porto. Mais audazes, ambiciosos, intensos. Mas não querendo fazer disso um escudo protetor, é preciso repensar algumas coisas neste ciclo, na Liga. Fazemos três ciclos a jogar ao terceiro dia, o único clube em Portugal onde isso aconteceu. Privados de uma sessão de trabalho. Senti que a equipa a determinado momento foi incapaz de dar mais porque estava estourada. O Pepê teve problemas com febre, diarreia e vómitos. Fizemos tudo para o recuperar mas não conseguimos. Benfica ganhou, ganhou bem. É preciso trabalhar muito. Falta muito campeonato, nada está resolvido".

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