Cabelos louros que causam cabelos brancos: Sporting vence AVS e ganha uma nova dupla
Recorde as principais incidências da partida
O futebol é o desporto do povo. Une pessoas e culturas, independentemente da língua ou do estrato social. Por isso, antes de irmos ao jogo, temos mesmo de começar esta crónica no momento que mais marcou o Estádio de Alvalade. Se Harder e Gyökeres foram atores principais da vitória leonina, o grande nome da noite começava com um carinhoso "Dona" e continuava com Maria Elvira.
Aos 82 anos, Maria Elvira viveu, esta semana, uma tragédia, depois de ter ficado sem casa nos incêncios que afetaram Albergaria-a-Velha. No meio do desastre, salvou-se "o seu Sporting". As palavras correram as redes sociais e o passo seguinte foi dado pelo Sporting, que convidou esta sportinguista para assistir à partida frente ao AVS. Convida de honra para esta partida, Maria Elvira fez a delícia dos adeptos, conversou com os jogadores e ainda arrancou dois beijos ao treinador do Sporting.
Apesar da energia da D. Maria Elvira, o peso do tempo fez com que os cabelos ganhassem tons cada vez mais claros. Brancos, até. É a força da natureza. E por falar nisso...
Entremos então no jogo propriamente dito. Sem Pedro Gonçalves, ausente por lesão, Rúben Amorim tinha uma surpresa reservada para o jogo de domingo. Ao longo das horas que antecederam o jogo, os sportinguistas já sabiam qual seria a prenda que estaria em Alvalade: tinha 19 anos, cabelo louro com Gyökeres e vinha "com fome", nas palavras do treinador leonino.
No AVS, as diferenças não podiam ser mais evidentes. Sem Nenê, a grande referência ofensiva da equipa de Vítor Campelos, e Rodrigo Ribeiro, emprestado precisamente pelo Sporting, faltava aquilo que o Sporting parecia ter em excesso - qualidade ofensiva.
Os primeiros minutos foram algo atribulados, com Fernando Fonseca e Trincão a obrigarem a pequenas interrupções, mas aos poucos a máquina verde e branca começou a carburar, mesmo que do outro lado estivesse um homem que, tal como Maria Elvira, tenta combater o efeito do tempo. Ochoa negou o golo de Trincão com uma bela intervenção (12'), mas foi uma questão de tempo até aparecer alguém com menos de metade deste histórico mexicano.
Depois de quase marcar na estreia frente ao Lille, Conrad Harder fez tudo para convencer os novos adeptos e que melhor carta de apresentação do que um golo na estreia a titular? A combinação entre Gyökeres e Hjulmand é trabalho de casa e a finalizão do dinamarquês (15') foi uma prova daquilo que Harder pode dar ao Sporting.
Para celebrar o momento e conquistar ainda mais o coração dos adeptos leoninos, haveria melhor do que celebrar à Cristiano Ronaldo?
Desbloqueado o marcador, tudo ficou ainda mais fácil para o Sporting, que depois da intensidade europeia aproveitou para controlar o ritmo de um jogo que nunca foi posto em causa. O AVS tentou organizar-se defensivamente, Ochoa foi evitando o segundo como pode (defesa espetacular a negar mais uma vez o golo de Trincão), mas não deu para mais.
Se Alvalade assobiou depois de ver negado um penálti pelo VAR, por alegada mão de Fernando Fonseca, celebrou mais tarde, quando o inevitável Gyökeres recebeu o passe de Harder (estreia memorável) para picar por cima do guarda-redes mexicano (45'+4).
Ao intervalo, Vítor Campelos mexeu duas peças para tentar agitar com o jogo, até porque o 2-0 pode sempre ser um resultado traiçoeiro, mas esta fase do Sporting é muito difícil para uma equipa com argumentos inferiores aos dos leões.
Sem brilhar, o Sporting tratou de controlar o resultado e o ritmo da partida antes de chegar ao terceiro, já sem Harder, mas com Gyökeres a fazer o papel do costume ao bisar (70') após passe de Francisco Trincão para estabelecer o resultado final.
Homem do jogo Flashscore: Viktor Gyökeres (Sporting)