Recorde aqui as incidências do encontro
Uma semana depois do duelo para a Taça de Portugal (3-2 a favor do Arouca), as duas equipas voltaram a encontrar-se agora para o campeonato, na pior fase da época do Boavista (quatro derrotas seguidas em todas as competições). Petit tentou agitar as hostes, apostando numa frente de ataque com Bozenik e Martim Tavares.
A estreia vitoriosa de Daniel Sousa no comando técnico prometia uma nova luz para os Lobos de Arouca, que bem precisam de somar pontos para largar a lanterna-vermelha do campeonato. O antigo treinador do Gil Vicente parece ter encontrado um onze tipo, apostando nos mesmos jogadores do encontro anterior.
Punir o(s) erro(s)
Aos dois minutos, um mau passe de Chidozie em zona de construção colocou a bola nos pés de Cristo González, que não se fez rogado e rematou à entrada da área, beneficiando do estado do relvado para ultrapassar João Gonçalves, já que a bola bateu à frente do guardião e mudou a trajetória.
Os axadrezados demonstravam graves dificuldades para entrar no encontro, somando erros consecutivos e com muito desleixo na retaguarda. Jason Remeseiro ameaçou por duas vezes o segundo golo, a primeira num lance em superioridade numérica no qual devia ter servido Mujica e, na segunda, foi travado por uma grande estirada de João Gonçalves.
O segundo golo acabaria por surgir logo a seguir, numa boa combinação à esquerda do ataque, com Sylla a devolver a Cristo Gonzáles que, com um remate em arco, atirou para o poste mais longínquo.
Com as panteras balanceadas no ataque, a surpresa deu lugar ao descalabro ainda antes dos 40 minutos no Estádio do Bessa, quando o passe de Cristo alterou a trajetória e lançou Mujica na profundidade, o avançado ganhou no corpo a corpo a Fernando Ferreira, fintou o guarda-redes e empurrou para a baliza deserta.
Ao intervalo, o resultado premiava a eficácia, mas era um claro indicador das fragilidades defensivas e da falta de criatividade ofensiva do Boavista. A única oportunidade na primeira parte, foi num erro de Arruabarrena, que ofereceu a bola a Martim Tavares, mas o remate fraco do jovem avançado foi travado pelo uruguaio.
Só no futebol português...
Apesar da desvantagem, Petit mexeu só numa peça no regresso dos balneários, com a entrada de Ibrahima Camara para o lugar do próprio Martim Tavares. O reatamento ficou ainda marcado pela expulsão aparentemente injustificada de Bogdan Milovanov.
Com o jogo parado, o ucraniano foi ao solo, indicando a Tiago Martins que não estava bem e pedindo uma substituição. O árbitro mandou-o levantar-se, apesar de Trezza estar a ser preparado para entrar. O Arouca recuperou a posse de bola e meteu-a fora do campo para permitir a alteração, mas Tiago Martins mandou o jogo seguir. O defesa ainda travou um cruzamento boavisteiro, voltou ao chão a pedir alteração... e levou o segundo cartão amarelo.
Não só o Arouca, como todo o futebol português merecem uma justificação por parte do árbitro sobre o que aconteceu.
De regresso ao que importa, mesmo com a superioridade numérica, os axadrezados continuaram a exibir muitas dificuldades para ameaçar De Arruabarrena, que só teve de suar para travar o cruzamento remate de Tiago Morais.
(Des)ligados à corrente
O cenário ficou ainda pior quando, aos 72 minutos, toda a equipa da casa adormeceu num lançamento de linha lateral, prontamente aproveitado por Tiago Esgaio que desmarcou Bukia, o extremo congolês teve via-verde no flanco esquerdo, cruzou ao segundo poste onde apareceu Jason a encostar para o seu primeiro golo no campeonato.
O melhor lance do Boavista durante os 90 minutos surgiu já perto do fim, quando Bozenik conseguiu contornar o guarda-redes arouquense, mas Rafael Fernandes apareceu na linha de golo para afastar o perigo. Ainda antes do apito final, Tiago Morais viu o segundo cartão amarelo ao tentar arrancar uma grande penalidade.
Homem do jogo Flashscore: Cristo González (Arouca).
