Conceição: "Começo a perder a alegria e a paixão, mas vão ter que contar connosco até ao final"
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Duas derrotas seguidas no campeonato: "O que falhou? Isto era uma conversa longa... Olhámos para o que não conseguimos fazer, último remate, último terço, situações que trabalhamos constantemente, mas o jogo é mais do que isso. Chegou-se a um momento, dou um exemplo, no início os jogadores sentem-se muito prejudicados. Isso cria nervosismo, hoje foi reflexo disto, o ambiente dentro e fora é muito difícil. Há um empurrão ao Galeno (na área) que não é marcado e depois um exatamente igual que é marcado e dá no golo do Vitória SC. Não percebo porque é dentro de área não se marca e fora marca-se. Estas situações começam a enervar os jogadores - não devia, mas acontece. Não digo que é só culpa disso, podemos e devemos fazer mais e melhor. Somos uma equipa que provoca muito o adversário, hoje sofremos 23 faltas, fizemos 6, temos um vermelho e dois amarelos. O Pepe foi expulso e saímos todos prejudicados. Temos de olhar internamente para a tranquilidade que queremos ter para sermos uma equipa à nossa imagem e não de reações, nervosismo e situações que não nos levam a algo positivo".
Sofrer dois golos deixa mais intranquilidade: "Sim, mas isto é o reflexo de tudo o que se tem passado. Não é fácil num grupo de jovem jogadores. Na antevisão deste jogo olhei para o dérbi e vi uma equipa a perder, havia possibilidade de nos aproximarmos e lutar pelo segundo lugar, mas fica difícil com tudo o que se passou hoje. É tudo o que tenho a dizer".
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Na conferência de imprensa, o treinador dos dragões criticou a dualidade de critérios da arbitragem, quando questionado se conseguiu perceber a expulsão de Pepe. Depois de um longo desabafo, abandonou o auditório no Estádio do Dragão.
"Consegui perceber que há, aos cinco minutos, um penálti claro sobre o Galeno, mais um. Não sei o que é preciso os meus jogadores fazerem para se assinalar um penálti. E os que são assinalados, são revertidos, como aconteceu contra o Rio Ave, no Estoril, e aqueles que são claros, em Arouca, no Bessa... está difícil. Sei que os jogadores sentem muito isso. Por aquilo que foi o passado recente, o que se falou nestas duas semanas, das reações dos jogadores... olha-se muito para as reações e amanhã vão falar mais da situação do Pepe do que do penálti claro sobre o Galeno e da falta que dá origem ao primeiro golo do Vitória. Fora da área assinala-se falta, dentro da área não se assinala. Fica difícil. Os jogadores perdem essa frescura a nível emocional, mas não devem, porque saímos prejudicados".
"O Vitória SC veio fazer o jogo que eu pensava que eles vinham fazer, com um bloco um pouco mais baixo. O primeiro golo surge de uma situação que foi menos grave do que a que se passou na área com o Galeno. Não sei qual seria o resultado, mas o jogo seria outro de certeza. Tenho que o dizer, é o que sinto. Há uma equipa que faz 23 faltas, tem 5 ou 6 amarelos, alguns até por discussão. Nós temos seis faltas, um vermelho e dois amarelos. A sensação que tenho é que se começa a perder a alegria e a paixão pelo futebol. Há muita coisa negativa. A começar pelo que não fizemos e devíamos ter feito. Mas depois tem sido uma constante, sempre que nos queremos aproximar da frente... Vi uma equipa a perder no dérbi e nós podíamos aproximar do segundo lugar. Mas desta forma está muito difícil. Mas vão ter de levar connosco até ao final, a lutar como podemos lutar. Dentro destas ausências, que parece que vai ser usual nós termos. Há coragem para expulsar o Pepe, há coragem e provavelmente foi bem expulso. Não há coragem para expulsar um jogador do Benfica, o Di María ou para expulsar o Hjulmand. Para uns há coragem, para outros não há. É isto o futebol português."