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Mais perto da vista, mais perto do coração
Sendo este um jogo de apresentação, tínhamos mesmo de começar por aqui. A direção liderada por André Villas-Boas tinha prometido mudanças já a partir desta época e, para já, essa é uma promessa que está a ser cumprida. As alterações não se limitaram à equipa técnica, liderada a partir desta época por Vítor Bruno, que foi muito bem recebido como novo treinador principal. A ideia deste novo FC Porto também passa por voltar a aproximar o clube dos adeptos e isso ficou uma vez mais evidente esta tarde.
À chegada ao estádio, os jogadores surpreenderam os adeptos ao saírem do autocarro para cumprimentarem aqueles que chegaram mais cedo para ver os seus ídolos. No entanto, quem entrou mais cedo não ficou a perder, isto porque os jogadores acabaram por entrar no estádio precisamente pelas bancadas. A ideia parece simples, e é, mas o mais importante é que funciona. Tanto na chegada como na apresentação, não há dúvidas que a equipa e os adeptos ficaram mais próximos, até porque as duas partes têm de trabalhar em conjunto para uma época que se adivinha complexa.
Quanto à apresentação, e com o mote no título que demos a esta parte do artigo, destaque para o nome de Francisco Conceição, que continua a utilizar a camisola 10 e foi, de longe, o jogador mais aplaudido pelos adeptos portistas, e para Diogo Costa, guarda-redes que os adeptos querem bem perto da vista, apesar do assédio de outros clubes.
Ideia número um: criar rotinas
A pré-época serve para ganhar ritmo, mas também para criar rotinas, especialmente quando há uma nova equipa técnica e, forçosamente, novas ideias. Por isso, e também por causa da Supertaça, Vítor Bruno apostou num onze idêntico ao que utilizou frente aos austríacos do Sturm Graz, com apenas uma exceção - Otávio no lugar de David Carmo.
Claro que a ausência dos internacionais da ficha de jogo ajuda a explicar as escolhas do treinador portista. Diogo Costa, Wendell, Francisco Conceição, Eustaquio e Pepê são todos nomes que podem, claramente, ser titulares na Supertaça, mas para já há a ideia de dar espaço aos jogadores que têm mostrado mais rendimento nesta fase da pré-época.
Nesse sentido, é curioso ver o flanco esquerdo composto por Martim Fernandes, habitual lateral-direito, mas bem adaptado ao corredor oposto, e por Ivan Jaime, antigo proscrito de Sérgio Conceição.
Ideia número dois: mais perto da área, mais perto do golo
A matemática parece fácil, mas todos sabem que não é assim que se joga futebol, caso contrário a receita para o sucesso era há muito conhecida. Não é líquido que este FC Porto vá marcar mais golos do que o da época passada, que durante grande parte da época deixou a desejar nesse sentido, mas a ideia de Vítor Bruno é clara: colocar mais jogadores na área adversária.
Nico González tem sido o expoente máximo da estratégia portista e provou-o uma vez mais esta tarde, não só pelos dois golos, oportunistas e a fazer uso da sua capacidade no jogo aéreo, mas também pela inteligência na ocupação de espaços que já tinha revelado na época passada. A diferença, agora, passa pelo setor de terreno que ocupa (muito mais médio ofensivo do que médio-centro).
Além das movimentações do espanhol, a aposta de Vítor Bruno em Grujic (veremos se é para manter com a chegada de Eustaquio) e a recuperação de Ivan Jaime vieram trazer novas armas ofensivas ao FC Porto. O sérvio faz uso da capacidade de recuperação e pode acrescentar mais remate aos azuis e brancos, além da já conhecida apetência no jogo aéreo ofensivo, enquanto os movimentos de rutura de Ivan Jaime (basta ver o 2-0) resultam na tal conta matemática: quanto mais perto da área, mais perto do golo.
Contratações? São mesmo reforços!
Durante o mercado de verão, diz-se que as contratações têm de vir para acrescentar. E quando não há contratações, o que se faz para melhorar um plantel? Procuram-se reforços.
Foi isso que Vítor Bruno fez esta pré-época. Alguns nomes que não contavam nas temporadas anteriores ganharam pontos com o novo treinador portista e chegam à semana que antecede a Supertaça como verdadeiros reforços prontos a jogar frente ao Sporting, algo que não seria propriamente expectável se estivessemos a pensar em jogadores como Ivan Jaime, Gonçalo Borges e até o próprio Namaso, sem esquecer os jovens Rodrigo Mora e Vasco Sousa.
Certo é que se estes casos já tinham vindo a ganhar pontos durante a pré-época, não houve nervosismo no Estádio do Dragão, bem pelo contrário, o dragão está bem e recomenda-se.
Em atualização