Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Dragão sem fogo ia caindo nas mandíbulas do lobo: FC Porto empata com Arouca (1-1)

Bruno Henriques
Atualizado
Estádio do Dragão vai ser o palco da partida
Estádio do Dragão vai ser o palco da partidaOpta by Stats Perform
Pela segunda vez, o Arouca consegue pontuar frente ao FC Porto. Cristo González deu um pontapé numa partida marcada por uma completa falta de inspiração. Taremi fez o primeiro remate enquadrado do FC Porto aos 76 minutos, mas numa exibição cinzenta os dragões também se podem queixar de falta de pontaria (ou a mais, no caso do cabeceamento à trave de Toni Martínez) e de um grande Arruabarrena que defendeu penálti aos 90+14 minutos. Foi Evanilson o salvador aos 90+19 minutos.

Reveja as principais incidências da partida

Ainda sem Sérgio Conceição no banco, a cumprir os últimos dias do castigo imposto após a expulsão na Supertaça, o FC Porto entrou em campo com duas mudanças, ambas na defesa. Fábio Cardoso rendeu Pepe, lesionado, enquanto Wendell voltou a mercer mais uma oportunidade, com Zaidu a ficar num banco onde já aparecia Iván Jaime.

No Arouca, a grande novidade vai para a inclusão de Javi Montero. O central espanhol contratado ao Besiktas entrou para o trio mais recuado, onde foi ladeado por Galovic e Rafael Fernandes.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

Procura-se criativo

Este foi o terceiro jogo do FC Porto sem Otávio. O baixinho, como é conhecido no reino do Dragão, era uma figura de inegável qualidade e, acima de tudo, o dono de todo o ataque do FC Porto, capaz de desenhar o caminho do golo.

Sem ele, a equipa de Sérgio Conceição ainda tenta encontrar um novo maestro e isso é mais notório tendo em conta que os dragões disputam a maior parte dos jogos da Liga frente a emblemas com bloco baixo. O Arouca não foi exceção, Daniel Ramos montou uma equipa taticamente inteligente, a defender no seu meio-campo, fechada no meio, e com três setas criativas na frente (Jason, Mújica e Cristo González).

No FC Porto, Pepê tentou vestir-se de Otávio. Deixou o corredor direito para João Mário, tentou aparecer nas costas de David Simão e daí desenvolver o jogo azul e branco. Só que Taremi teve a mesma ideia, Galeno também, enquanto Nico González e Eustaquio jogavam de perfil. Uma equipa afunilada, que facilitava a tarefa adversária.

A posição média do FC Porto no primeiro tempo
A posição média do FC Porto no primeiro tempoOpta by Stats Perform, FC Porto

A barra

Ainda assim, o FC Porto teve as melhores oportunidades do primeiro tempo. Aliás, os dragões até se adiantaram no marcador aos 12 minutos, mas Taremi estava em fora de jogo na altura do cruzamento do João Mário e o avançado iraniano, que esteve com um pé em Milão, não conseguiu acabar com o jejum de golos.Minutos depois, Toni Martínez foi o rosto da mira desafinada dos dragões. Primeiro cabeceou à barra num livre de Galeno e depois não aproveitou a atrapalhação de Rafael Fernandes, rematando ao lado já na pequena área.

Desesperava o dragão que via do outro lado Cristo González aproveitar o espaço nas costas, encarar Fábio Cardoso e obrigar Diogo Costa a uma defesa atenta. Sinal de que o Arouca também tinha ambições no reino do Dragão.

Os números ao intervalo
Os números ao intervaloOpta by Stats Perform

A dupla de sempre

Ao intervalo, Sérgio Conceição sentiu a necessidade de dar novo abanão à equipa. Alan Varela fez a estreia pelos dragões, mas todos os olhos estavam sob Evanilson. Apoquentado por problemas físicos, o avançado brasileiro regressou para formar dupla com Evanilson, um par que tantas alegrias deu aos adeptos azuis e brancos.

Os toques de Evanilson
Os toques de EvanilsonOpta by Stats Perform

E o impacto do brasileiro foi notório. O FC Porto conseguiu descobrir mais espaços no meio do bloco adversário e só não se colocou em vantagem devido à pontaria desafinada de Taremi. Em claro mau momento de forma, o avançado falhou um golo cantado após cruzamento de Wendell.

Em seguida, Evanilson vestiu-se de organizador e lançou o lateral-esquerdo nas costas da defesa. Arruabarrena agigantou-se e negou o tento a Wendell para desespero das bancadas, cada vez mais impacientes. Afinal de contos, tinham passado 60 minutos e o FC Porto ainda não tinha remates enquadrados com a baliza.

E a ver o tempo a passar, o FC Porto deixou de procurar uma construção apoiada e começou a procurar um caminho mais direto. Gonçalo Borges substituiu João Mário, Pepê passou para lateral-direito e os dragões começaram a apostar mais na superioridade pelas faixas de forma a procurar situações de cruzamento.

É, de resto, assim que o FC Porto consegue pela primeira vez enquadrar uma bola na direção da baliza. Passavam 76 minutos quando Taremi cabeceou para as mãos de Arruabarrena. Defesa simples para o guardião uruguaio.

Inspiração divina

No meio de tanto marasmo de um lado, a inspiração surgiu para os lados de Arouca e com contornos de divino. Formado no Real Madrid, Cristo González tem sido uma das figuras do Arouca e voltou a mostrar toda a qualidade que tem.

Aos 84 minutos inventou um lance sozinho, teve a sorte de um ressalto e no momento de finalizar disparou para o fundo das redes de Diogo Costa, que não teve hipóteses. Silêncio no Dragão, enquanto os adeptos ainda tentavam absorver o balde de água fria.

Um momento para os apanhados

Os últimos minutos no jogo do Dragão ficaram marcado por um momento caricato, talvez mesmo a roçar o cómico. Após um cruzamento na esquerda, Taremi caiu na área após contacto com Milovanov. Miguel Nogueira hesitou, mas apontou para a marca de penálti.

Esperou o contacto do VAR que chegou via… telemóvel. Atónitos, os bancos olhavam para o árbitro agarrado a um telefone a conversar com a Cidade do Futebol e sem ver as imagens. Tomada a decisão, chamou os treinadores de ambas as equipas e explicou que a decisão estava revertida.

Incompreensão do lado do FC Porto – que acresce com o caricato da situação – alívio por parte do Arouca.

Arruabarrena salvador

Minutos depois, já aos 90+14 minutos, voltou a acender a luz da esperança para o FC Porto. Taremi caiu na área, carregado sob Galovic. Deste vez não houve dúvidas, era penálti.

Galeno assumiu a marcação. Um ponto diante do Arouca seria sempre negativo, mas mais vale um pássaro na mão que dois a voar, e seria uma consolação.

Contudo, este não era o dia do FC Porto. Apenas no segundo remate enquadrado à baliza, Galeno disparou com força, mas Arruabarrena mostrou que é um especialista na hora de defender penáltis e desviou a bola.

A explosão de alegria

Num final de jogo anárquico, quer do ponto de vista mental, quer do ponto de vista do jogo, o FC Porto parecia estar prestes a cair nas mandíbulas dos lobos da Serra da Freita, mas esi que o Dragão conseguiu chegar ao empate. Aos 90+19 minutos, Gonçalo Borges desequilibrou pela esquerda, cruzou para a área e Evanilson celebrou o regresso com um golo. Euforia misturada com um suspiro de alívio no Dragão.

O FC Porto perdeu os primeiros pontos no campeonato, mas evitou o vexame da derrota. Numa partida cinzenta não é de desmerecer. Já o Arouca esteve perto de sorrir e sai invicto do estádio do Dragão.

Homem do jogo: Cristo González (Arouca).

Os números da partida
Os números da partidaOpta by Stats Perform