A imprensa nacional, onde se inclui o Flashscore, tem vindo a acompanhar de perto a situação de Vítor Bruno. O treinador adjunto do FC Porto pretende iniciar a carreira como técnico principal e estava a caminho do Catar, como foi noticiado aqui. No entanto, surgiu depois a hipótese de assumir o cargo que pertence atualmente a Sérgio Conceição, que renovou contrato com os dragões até 2028, ao contrário dos adjuntos.
Certo é que o extremar de posições entre Vítor Bruno e Sérgio Conceição, treinador principal e, por isso, líder da equipa técnica, tem vindo a causar mal-estar entre as duas partes. Nas últimas horas, Diamantino Figueiredo, treinador de guarda-redes do FC Porto, e Siramana Dembelé, um dos adjuntos, defenderam o atual treinador portista.
Em declarações ao jornal O Jogo, Diamantino Figueiredo nega que a equipa técnica de Conceição se tenha sentido traída por não ter renovado, ao contrário do que aconteceu com o treinador principal.
"Não termos assinado não tem nada a ver com o Sérgio, mas com a administração anterior (...) Aliás, o próprio presidente, quando assinou com o Sérgio, foi ao nosso departamento, onde estávamos todos os adjuntos, eu, o Vítor, Dembelé, o Eduardo, o Vedran, e disse que nós íamos assinar na segunda ou terça-feira seguinte", clarificou.
"Claramente, que não tem nada a ver com o Sérgio. Estou há 13 anos com ele e é capaz de tirar do dele para nos dar. Inclusive, quando viemos para o FC Porto, veio ganhar menos da metade do que ganhava em Nantes e fez questão que os adjuntos viessem ganhar o mesmo. É puramente mentira aquilo que se está a tentar passar. Ainda para mais, o Sérgio tendo contrato, como tinha, fazia questão - como e sempre fez - que nós continuássemos", acrescentou.
O mesmo disse Dembélé, em declarações ao Maisfutebol: "O Sérgio Conceição não traiu ninguém, o Sérgio Conceição foi sempre muito direto, muito frontal, sempre tratou muito bem de nós, pensou sempre em nós. Quando estávamos no Nantes e quando era para vir para o FC Porto, ele exigiu que os adjuntos ficassem com o mesmo ordenado e ele baixou o ordenado dele para nos permitir ter isso".
Mais longe foi o treinador de guarda-redes do FC Porto, que se revelou surpreendido com a tomada de posição de Vítor Bruno.
"Está ele (Sérgio Conceição) e estou eu (surpreendido). Ainda por cima sabendo que o chefe dele tinha assinado um contrato, vai fazer um acordo com o clube? Primeiro faz um acordo com o clube e só depois é que transmite ao Sérgio que quer seguir sozinho. Estou indignado e já ando no futebol há 50 anos", atirou.
"(O Vítor Bruno) Só falou com o Sérgio. Não sei se falou com mais algum colega, comigo não falou. Se não falou na altura é porque também não tinha interesse que eu soubesse".
Apesar de reconhecer que Vítor Bruno está no direito de seguir vontade como treinador principal, Diamantino lamenta a forma como tudo foi gerido pelo atual adjunto portista.
"Seguia o caminho dele sozinho, mas as coisas ficavam limpas. Ele disse na cara do Sérgio que ia para o Catar. Depois vem-se a saber, pelo próprio presidente Villas-Boas, que o único que tem é o Vítor Bruno. É a pura verdade sobre o que se passou. Não queiram pôr o Sérgio como o mau da fita", pediu.
"O Sérgio abdicava de tudo, não precisa de dinheiro. Não precisa disto é pela paixão e pelo amor que tem ao clube. Agora volta tudo à estaca zero, quero ver como vão descalçar esta bota. E este acordo, supostamente, já existe há muitas semanas. Estamos todos com ele (Sérgio Conceição), todos menos o Vítor, claro", finalizou o treinador de guarda-redes, que considera "uma grande traição" a atitude de Vítor Bruno.