Em apenas seis rondas, os dragões resgataram nada menos do que oito pontos nos descontos da segunda metade, com a marcação de cinco tentos, dos 10 que ostentam, enquanto os campeões nacionais perderam o seu único encontro já "depois da hora".
Contas desfeitas, sem os golos após os 90 minutos, o FC Porto somaria apenas oito pontos, algures a meio da tabela, enquanto o onze de Roger Schmidt seria líder isolado – até porque o Sporting também já garantiu um triunfo aos 90+8 -, precisamente com os atuais 16 dos dois rivais.
Os derradeiros minutos dos encontros têm, assim, feito toda a diferença na tabela classificativa, por culpa de uns tempos de descontos "imensos", tendência que parece em inversão, depois de se terem chegado a ultrapassar os 20 minutos num jogo no Dragão.
Mesmo com os cinco tentos que conseguiu para lá do tempo regulamentar, quase à média de um por encontro, o FC Porto ainda não conseguiu qualquer vitória sem ser pela diferença mínima, o que não sucedia nas primeiras seis rondas de um campeonato há 35 anos, desde 1988/89 - três triunfos por um e três empates.
A saga portista dos descontos começou à segunda jornada, com o espanhol Marcano a selar o 2-1 caseiro face ao Farense aos 90+10 minutos, depois de uma primeira ronda em que o FC Porto esteve a perder em Moreira de Cónegos, mas acabou por triunfar por 2-1.
Se no segundo jogo entrou a empatar 1-1 para o tempo extra, no terceiro atingiu os 90 minutos a perder por 1-0, em Vila do Conde, com o Rio Ave, mas ainda conseguiu salvar os três pontos, com Galeno a empatar, aos 90+1, de penálti, e Marcano a ser novamente o herói, aos 90+4.
À quarta jornada, o FC Porto voltou a chegar ao fim do tempo regulamentar a perder, desta vez na receção ao Arouca, salvando um ponto com um golo apontado já em plena "segunda parte do prolongamento", aos 90+19 minutos, apontado por Evanilson.
Depois de novo triunfo sofrido na quinta ronda, na Amadora, mas com um golo madrugador de Taremi, aos 29 minutos, o FC Porto voltou a ganhar nos descontos à sexta, desta vez graças a Stephen Eustáquio, que marcou o 2-1 ao Gil Vicente, no Dragão, aos 90+1.
A formação portista passou, assim, a totalizar oito pontos arrebatados nos descontos, num contraste com o Benfica, que, logo na primeira jornada, perdeu um ponto na compensação. Os encarnados ainda chegaram aos 89 minutos na frente, como em todos os jogos do campeonato, mas, no Bessa, o Boavista fez o 2-2 aos 90, por Bruno Lourenço, de penálti, e o 3-2 aos 90+13, no bis de Bozenik, instante depois de um tiro de David Neres fazer a bola estremecer a barra dos axadrezados.
Nas duas rondas seguintes, os jogos do Benfica voltaram a ter golos nos descontos, mas que nada mudaram: Rafa fez o 2-0 ao Estrela da Amadora aos 90+3 minutos e, em Barcelos, o Benfica chegou ao 3-1 aos 90+4, por Musa, e Maxime Dominguez repôs a distância em apenas um golo, aos 90+8.
O Benfica recebe na sexta-feira, a partir das 20:15, o FC Porto, no Estádio da Luz em Lisboa, onde, há pouco mais de um ano, em 07 de maio de 2022, os dragões festejaram o título 2022/23 com um triunfo conseguido por Zaidu... aos 90+4 minutos.