Filipe Çelikkaya: "Rúben Amorim vai ter sucesso onde quer que esteja"
Filipe Çelikkaya e Rúben Amorim conheceram-se ainda nos tempos de jogador, no Belenenses, mas seguiram caminhos diferentes.
"Assim que percebi que não conseguiria atingir o nívl que queria como jogador, estava determinado a continuar no futebol", contou Filipe Çelikkaya.
"O meu objetivo de vida tornou-se ser treinador. Preparei-me, estudei e fiz as minhas qualificações quanto ainda era muito novo", recordou.
Filipe Çelikkaya trabalhou na formação do Benfica, bem de perto com Rúben Dias, quando o central tinha apenas 14 anos. "Já tinha qualidade", lembrou.
O treinador aventurou-se depois no estrangeiro e estava no Shakhtar quando surgiu o convite de Rúben Amorim.
"Pensamos da mesma maneira, comportamo-nos da mesma forma, entendemo-nos um ao outro muito bem. Ele convidou-me para fazer parte de algo que pensámos ser muito bom. E não estávamos enganados", afirmou.
"Acho que o Rúben vai ter sucesso onde quer que esteja porque tem o conhecimento e também é uma grande pessoa. Essas duas coisas são passos firmes para se ser um bom treinador. Ele cria um grande ambiente. É fantástico. Esse é um dos seus segredos", acrescentou Filipe Çelikkaya.
Apesar de ter sido convidado por Rúben Amorim, o técnico assumiu a equipa secundária, algo fundamental para o sucesso da formação principal.
"Em quatro anos, 25 jogadores da equipa B jogaram pela equipa A", apontou Filipe Çelikkaya, que abordou também o facto da equipa B nunca ter utilizado o 3x4x3 implementado por Rúben Amorim na equipa principal.
"A maior parte dos jovens jogadores do Sporting jogavam em 4x3x3 há muitos anos, pelo que não queríamos alterar isso. O sistema não é importante. Isso chega quando eles atingem a equipa principal. Queremos ensinar-lhes os princípios. A profundidade atrás da linha defensiva, como conseguir lances de um para um, como chegar à área de forma agressiva para marcar, a pressão após a perda de bola. E esses conceitos permanecem sempre", explicou.
"Em média, um jogador do Sporting B treina com a equipa principal 40 vezes por ano. É fantástico para eles. Por isso o trabalho não é apenas meu, é algo conjunto", acrescenta o técnico, que quatro anos volvidos resolveu abandonar o projeto no final desta temporada.
"Vai ser um desafio mas eu quero isso. A oportunidade pode estar em qualquer lado do mundo mas quero treinar uma equipa principal", revelou Filipe Çelikkaya, lembrando os passos dados por Pep Guardiola, Erik ten Hag e Xabi Alonso, que começaram por treinar as equipas B de Barcelona, Bayern Munique e Real Sociedad. "A história mostra que é possível", defendeu.