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Futebol português contribuiu com 667 milhões de euros para o PIB na época 2022/2023

Mário Rui Ventura
Miguel Farinha, Country Managing Partner da EY Portugal
Miguel Farinha, Country Managing Partner da EY PortugalLiga Portugal
Na última época desportiva, o futebol profissional português reforçou a sua importância na Economia portuguesa, aumentando o seu volume de negócios e a sua contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) e mantendo uma posição relevante como atividade geradora de postos de trabalho, revela a sétima edição do Anuário do Futebol Profissional Português, produzido pela EY, em parceria com a Liga Portugal.

De acordo com o relatório, que retrata o impacto económico, cultural e social da indústria do futebol profissional em Portugal, a Liga Portugal e as 34 Sociedades Desportivas abrangidas por esta análise registaram, na época 2022-23, um volume de negócios superior a 987 milhões de euros, mais 74 milhões do que em 2021/2022.

Esta afirmação do crescimento do Futebol Profissional em Portugal permitiu também alcançar uma contribuição recorde de 667 milhões de euros para o PIB, um aumento de 8% (mais €50 milhões) em relação à época anterior e que equivale a 0,26% da atual riqueza nacional.

Depois de ultrapassar as contingências provocadas pela pandemia de Covid-19, a indústria do futebol português reergueu-se, expandiu-se e, hoje mais do que nunca, assume-se de forma cada vez mais sustentada como uma das indústrias de maior relevância a nível nacional e com um papel preponderante na promoção do País no estrangeiro. A Liga Portugal defende por isso mesmo que chegou o momento de vermos finalmente reconhecido o papel deste setor no tecido económico e social português, garantindo ao futebol profissional as mesmas condições que são dadas a outras indústrias nacionais e àqueles com quem temos de competir a nível internacional”, afirma Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.

Miguel Farinha, Country Managing Partner da EY Portugal, Angola e Moçambique, reitera o compromisso da EY de tornar o Anuário num instrumento de análise fundamental, não só de performances passadas, mas também enquanto perspetiva de futuro do futebol profissional, identificando forças de mudança, desafios e o plano estratégico para o ciclo 2023-27, e destaca a tendência crescente do futebol profissional português em diversos domínios.

O impacto direto do futebol profissional português na Economia nacional, desde o contínuo aumento da sua contribuição para o PIB e receitas fiscais do Estado à dinamização de uma atividade geradora de emprego, tem como pilar os progressos significativos gerados pela Liga Portugal nos últimos anos, que responderam eficientemente aos desafios do setor”, afirmou.

O mais recente Anuário mostra ainda que a Liga Portugal e as Sociedades Desportivas da Liga Portugal e da Liga 2 foram diretamente responsáveis por 3504 postos de trabalho. As 18 Sociedades Desportivas da Liga Portugal representam cerca de 76% do emprego no futebol profissional em Portugal, empregando um total de 2682 pessoas, das quais 930 são jogadores, 257 treinadores e 1473 funcionários afetos às áreas de suporte, gestão e administração.

No seu conjunto, os salários da Liga Portugal e das Sociedades Desportivas da Liga Portugal e da Liga 2 ascenderam a 364 milhões de euros, ocupando os jogadores o topo da tabela remuneratória, com um total agregado de ambas as competições de 269 milhões de euros.

A tendência de evolução crescente do futebol profissional verificou-se também nas contribuições para os cofres do Estado em 2022/2023. De acordo com o relatório da EY e da Liga Portugal, a indústria gerou 228 milhões de euros em impostos, mais 6% do que na temporada anterior (€214 milhões).

A Liga Portugal é responsável por 91% do impacto fiscal apurado, o que corresponde a uma contribuição de cerca de 208 milhões de euros. O pagamento de IRS e as contribuições para a Segurança Social fixaram-se nos 178 milhões, constituindo 78% do total dos contributos fiscais.

De destacar ainda que, pelo oitavo ano consecutivo, a Liga Portugal apresentou resultados operacionais positivos, registando-se receitas recorde de cerca de 24 milhões de euros, com as competições profissionais a representarem 69% deste resultado. A Liga fechou a época com lucros na ordem dos €825 mil, tendo libertado mais de 8,5 milhões de euros para distribuir pelas Sociedades Desportivas.

A época 2022/2023 ficou marcada pelo total regresso à normalidade da utilização das capacidades máximas dos estádios em Portugal, sem quaisquer limitações impostas pela pandemia de Covid-19. Ao longo da última temporada, cerca de três milhões e meio de pessoas marcaram presença nos estádios da Liga Portugal, registando-se uma ocupação média de 51%, a que se somam as 338 mil pessoas que assistiram nas bancadas aos jogos das equipas da Liga 2, com uma ocupação média de 27%.

O sétimo Anuário do Futebol Profissional Português revela ainda que o balanço do mercado de transferências totalizou a entrada de 432 jogadores e a saída de 427, com um saldo positivo de 319 milhões de euros. Registou-se uma diminuição de transferências entre atletas das Sociedades Desportivas da Liga Portugal e aumentou o número de entradas de atletas provenientes de campeonatos estrangeiros (56%) e da Liga 2 (12%).

Em 2022/2023, foram transferidos 277 jogadores da Liga Portugal para ligas estrangeiras (65% do total), o que comprova uma cada vez maior internacionalização do futebol português, totalizando €505 milhões.

O verão foi o período mais ativo, oficializando-se 77% de todas as saídas da época 2022-23, em que, à semelhança das entradas, os defesas centrais foram a posição mais transferida.