Galeno foi o chefe do churrasco no Dragão: FC Porto goleia líder Benfica
Recorde aqui as incidências do encontro
Para o terceiro duelo entre encarnados e azuis e brancos esta temporada, Sérgio Conceição operou apenas uma alteração em relação ao último encontro para a Taça de Portugal, promovendo Otávio à titularidade em detrimento de Fábio Cardoso.
Por outro lado, Roger Schmidt optou por Tengstedt como referência ofensiva, Aursnes ocupou o lugar de lateral direito em vez de Alexander Bah e também Morato regressou ao onze depois da derrota com o Sporting (2-1) na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal.
Galeno expande as asas do Dragão
Já se sabe que os dragões gostam de começar os jogos grandes em alta rotação e a cuspir fogo, conseguir contrariar é que é mais difícil... Logo aos dois minutos, uma fuga de Francisco Conceição a Morato permitiu a Pepê aparecer sozinho para cabecear na pequena área, mas o brasileiro acertou em Trubin. Parecia estar encontrada a receita para furar a muralha benfiquista: o lado direito.
Apesar do sufoco inicial, as águias ficaram muito perto de gelar o Dragão num livre marcado rapidamente com Tengstedt a aparecer sozinho na pequena área e a rematar por cima. No minuto seguinte, os portistas exploraram novamente o flanco direito, Pepê desviou ao primeiro poste e Galeno, em esforço, atirou perto do poste.
O jogo era de sentido único e já cheirava a golo azul. À terceira, foi mesmo de vez: num pontapé de canto, Morato desviou na pequena área e o esférico caiu redondinho nos pés de Galeno, ao segundo poste, que só teve de enviar para a baliza deserta.
Apesar da chuva, o ímpeto ofensivo não foi sol de pouca dura. Logo a seguir, Francisco Conceição deu um nó a dois adversários e rematou para defesa apertada de um Trubin cada vez mais desamparado.
Foi preciso esperar meia hora para ver alguma envolvência do ataque benfiquista, numa boa jogada sobre a direita que terminou com o remate de Rafa em zona frontal para defesa atenta de Diogo Costa. Seguiu-se uma tentativa de Di Maria controlada à distância pelo guardião.
Os dragões voltaram à receita que trouxeram para o jogo: pressionar alto e explorar o flanco direito. Já depois de um erro de Trubin desaproveitado por Pepê, os azuis e brancos acabariam por dobrar a vantagem antes do intervalo e com muito à-vontade. Cruzamento de Francisco Conceição, Evanilson ganhou sem problemas na disputa a Aursnes e Galeno, na pequena área, ainda teve tempo para ajeitar antes do bis.
Ao intervalo, caso para dizer que houve muito FC Porto para tão pouco Benfica.
Águia em voo picado
No regresso dos balneários, Schmidt deixou ficar por lá Kokçu e o amarelado Morato para lançar Florentino Luís e Álvaro Carreras, com as águias a tentarem impor alguma da agressividade e intensidade com que foram brindados no arranque do jogo.
Ainda assim, era a turma de Conceição que mais ameaçava, principalmente em transições rápidas. Mas foi num ataque construído desde trás que os dragões tiveram tempo e espaço para construir o terceiro golo. Di Maria esqueceu-se de defender, Wendell arrancou pela esquerda, deu para a Galeno e fugiu para a área, o extremo devolveu e o lateral finalizou na grande área.
Tudo fácil para o brasileiro recém-convocado para a canarinha. E mais fácil ficou para o FC Porto depois da expulsão por acumulação de amarelos do capitão benfiquista Nico Otamendi, que ainda atirou a braçadeira para o chão antes de sair do campo. A expulsão surgiu logo a seguir às entradas de Cabral e Neres, para os lugares de Di Maria e Tengstedt, com Rafa a ser sacrificado depois da expulsão.
Schmidt assistia da linha de fundo impávido e sem respostas perante a incapacidade da sua equipa estabilizar ou, pelo menos, tentar tapar o caminho da baliza: em lances consecutivos, Nico cabeceou muito perto do poste e Francisco Conceição tirou tinta à trave numa crónica anunciada do quarto golo.
A grande exibição de Nico González não podia ser ignorada e o espanhol fez questão de aparecer no filme do jogo, ao servir de maestro no miolo antes de isolar Pepê na grande área e o brasileiro, com um remate forte ao primeiro poste, bateu Trubin que ficou muito mal na fotografia.
Os últimos minutos trouxeram momentos carregados de simbolismo nesta época da Liga Portugal, isto porque os adeptos do Benfica exultaram-se no apoio à equipa apesar do resultado, Sérgio Conceição pediu o mesmo e foi atendido pelo Dragão, que se levantou segundos depois para aplaudir de pé a saída do filho Francisco. Que bonito é o futebol quando o deixamos ser.
Em cima dos descontos, o Benfica voltou a desligar o interruptor, Jorge Sánchez teve espaço para cruzar e Namaso para aparecer de rompante na pequena área para fazer o resultado final.
Homem do jogo Flashscore: Galeno (FC Porto).