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Júlio Mendes também vai recorrer da sentença na "Operação Éter"

Júlio Mendes, antigo presidente do Vitória SC
Júlio Mendes, antigo presidente do Vitória SCVitória SC
Júlio Mendes, antigo presidente do Vitória SC, condenado esta sexta-feira a 1 ano e 3 meses de prisão, com pena suspensa, no âmbito da "Operação Éter", anunciou esta sexta-feira, em comunicado, que vai recorrer da sentença, reafirmando sua inocência.

"Tendo sido hoje conhecida a sentença proferida no âmbito da denominada Operação Éter, e tendo da mesma resultado a minha condenação, venho reafirmar a minha inocência bem como a inexistência de quaisquer factos que fundamentem ou justifiquem a decisão hoje conhecida e com a qual não me posso conformar", disse Júlio Mendes, numa nota enviada à comunicação social.

"Pelos motivos expostos, irei apresentar recurso da decisão hoje conhecida e ficarei a aguardar, tranquilamente, pela realização da justiça", acrescentou o antigo presidente do Vitória SC.

O antigo presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, foi esta sexta.-feira condenado a sete anos de prisão por 29 crimes, no âmbito da "Operação Éter", relacionada com contratos ilícitos celebrados por aquela entidade.

Na leitura do acórdão, o Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou o principal arguido deste processo por 20 crimes de participação económica em negócio, por seis de falsificação de documento, por recebimento indevido de vantagem e por dois crimes de peculato.

O tribunal aplicou ainda à grande maioria dos restantes 20 arguidos singulares, incluindo a empresária Manuela Sousa, o presidente do SC de Braga António Salvador e o ex-presidente do Vitória SC Júlio Mendes - ambos condenados por falsificação de documentos - penas até cinco anos de prisão, todas suspensas na sua execução por igual período.

O presidente da TPNP de 2009 a 2019 é o principal arguido no processo, que se centra nos crimes alegadamente cometidos por Melchior Moreira através desta entidade, nomeadamente em ofertas públicas de emprego, nas relações com o futebol, em ajudas de custo/fundo maneio, em férias no Algarve e nos negócios com a empresária da área da comunicação Manuela Couto (agora Manuela Sousa - ex-mulher do antigo presidente da Câmara de Santo Tirso Joaquim Couto).

Em causa estão procedimentos de contratação de pessoal e aquisição de bens, a alegada utilização de meios deste organismo público para fins pessoais e o apoio prestado a clubes de futebol, a troco de contrapartidas e favores pessoais a Melchior Moreira, que, segundo o Ministério Público (MP) tinha a “ambição de concorrer à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional”.

O advogado de Melchior Moreira - que não saiu pela porta da frente do tribunal para evitar os jornalistas - disse que provavelmente vai recorrer.

Vamos ver, vamos analisar. Apenas soubemos os crimes e as penas. Todos os outros arguidos ficaram com pena suspensa, menos o meu cliente, que estaria eventualmente à espera de uma pena suspensa”, afirmou Francisco Manuel Espinhaço, à saída do tribunal.

Nas alegações finais, o MP pediu penas efetivas de prisão para três dos 21 arguidos singulares: Melchior Moreira, a empresária Manuela Sousa e Isabel Castro, à data dos factos uma das diretoras da TPNP, admitindo penas suspensas para os restantes arguidos.

O tribunal condenou Manuela Sousa por 16 crimes de participação económica em negócio e por dois crimes de falsificação de documentos a uma pena de três anos e nove meses, enquanto Isabel Castro foi condenada por 16 crimes de participação económica em negócio, dois crimes de falsificação de documentos e peculato a quatro anos de prisão, ambas penas suspensas.

Nuno Brandão, advogado de Manuela Sousa, adiantou que vai também interpor recurso.

O MP defendeu também nas alegações a condenação do presidente do SC de Braga (SCB), António Salvador, e do ex-presidente do Vitória Sport Club (VSC), ambos por falsificação de documento, crime cometido nos contratos de publicidade nas camisolas dos clubes, celebrados com a TPNP, mas defendeu a absolvição de Júlio Mendes de corrupção, uma vez que não houve “um toma lá, dá cá”, entre o então presidente do VSC e Melchior Moreira.

O coletivo de juízes condenou António Salvador e Júlio Mendes à pena suspensa de um ano e três meses por um crime de falsificação de documentos, aplicando ainda uma multa ao SCB e ao VSC de 18.000 euros, cada.

Artur Marques, advogado de António Salvador e do SC Braga, referiu que também vai recorrer, por considerar que “não se fez prova” da prática do crime.

O processo denominado de Operação Éter tem 29 arguidos (21 singulares e oito entidades coletivas) e envolve cerca de centena e meia de crimes económicos, nomeadamente corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder, falsificação de documento e recebimento indevido de vantagem.

Foram absolvidos três arguidos singulares e duas sociedades.