Kokçu assume desilusão com o Benfica: “Nunca me fizeram sentir importante”
Uma das figuras do Feyenoord campeão, Orkun Kokçu tinha atraído bastantes interessados na Europa do futebol, mas acabou por rumar ao Benfica. Contudo, chegados a março, o médio turco tem oscilado em posições no campo (de jogar no duplo pivô no meio-campo, na faixa ou no apoio ao avançado) e com um rendimento que tem gerado algumas críticas.
Em conversa com Telegraaf, o jogador de 23 anos acabou por fazer um desabafo sobre a situação que vive na Luz.
“Não era o que eu esperava. No verão passado foi um mercado muito movimentado e eu fiz uma escolha consciente pelo Benfica, com a ideia de que seria o melhor passo para a minha carreira e que ia continuar a crescer em todas as áreas do meu jogo. Aconteceu apenas em parte”, explicou, apontando depois críticas à forma como foi apresentado: “Apresentação no estádio? Foi tudo bastante rápido, eu tive de seguir para a seleção logo após a assinatura do contrato. Não pensei muito nisso durante o verão, porque sou alguém modesto, mas claro que vi outros jogadores a serem destacados em Portugal e noutros grandes clubes, o que cria logo um estatuto. Desde o início que nunca me fizeram sentir importante, nem pelo treinador. Eu não sou o tipo de pessoa que faz exigências e dá um murro na mesa, mas acho que talvez tenha sido demasiado modesto pelo papel que me foi dado”.
Com várias posições em campo, Kokçu deixou uma crítica direta a Roger Schmidt e à forma como tem gerido a sua situação em termos táticos.
“Roger Schmidt disse-me que ia ter uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, em que definia o jogo ofensivo da equipa, que seria um jogador importante para o clube e o clube confirmou. Eu já tinha jogado contra ele nos Países Baixos, fiz boas exibições, achei que ele ia saber utilizar as minhas qualidades. Eu sou alguém que funciona se me derem liberdade, o Roger Schmidt prende-me demasiado a tarefas defensivas e isso não é bom se queres rentabilizar as minhas qualidades. Eu consigo encontrar soluções em campo, penso mais à frente, sou conhecido pelos passes progressivos e as estatísticas comprovam isso, mesmo esta época. Acho que posso dar ainda mais ao Benfica e é por isso que estou frustrado”, atirou.
Por último, a questão das muitas substituições.
“Deixa-me com raiva e desiludido. São momentos em que eu sei que posso significar muito para a equipa”, concluiu.
Com a formação dividida por Groningen e Feyenoord, Orkun Kokçu chegou ao Benfica esta temporada. Em 34 jogos soma 10 assistências (um máximo de carreira) e três golos pelas águias.