Líder não desarma: Sporting bate Estrela (1-2) e passa a Páscoa na liderança
Recorde as incidências da partida
O campeonato caminha a passos largos para o final e qualquer passo em falso nesta fase pode ser fatal para as aspirações de quem luta por um objetivo tão grande (e importante) como o do título. O relógio passava pouco das 20:00 quando o Sporting caiu para o segundo lugar, em virtude da vitória do Benfica na receção ao Chaves (1-0), e era preciso a turma de Rúben Amorim dar uma resposta à altura para passar a Páscoa no topo da liderança.
Com o duplo compromisso contra o vizinho da Segunda Circular (Taça de Portugal e Liga) no horizonte, o treinador dos leões geriu o onze com pinças, muito também por conta de ter seis jogadores à bica, entenda-se em risco de exclusão para o dérbi, e deixou jogadores como Edwards e Hjulmand no banco, além da nota para a ausência do capitão Coates, devido a uma gastroenterite.
A surpresa de Bucca
Se a luta pelo título interessa ao Sporting, a luta pela manutenção apresenta-se no caminho do Estrela da Amadora. De regresso ao principal escalão do futebol nacional, os tricolores têm dado boa conta de si e respiram, para já, de alívio, um pouco afastados dos lugares que ninguém quer ocupar na última jornada.
Para o duelo contra os leões, Sérgio Vieira apresentou uma grande novidade no onze, com Leonel Bucca a surgir pela primeira vez a titular, e a aposta no avançado argentino revelou-se certeira, uma vez que foi da cabeça dele que surgiu o primeiro golo da noite, aos 16', poucos minutos depois de Gyökeres obrigar Brígido à primeira defesa da noite.
Um golo de certa forma inesperado para o Estrela, sim, mas muito demérito para a forma displicente como o guarda-redes Franco Israel saiu dos postes. O uruguaio tinha acabado de protagonizar uma excelente defesa a um remate de Léo Cordeiro, mas acabou por borrar a pintura toda no lance imediatamente a seguir. A bola ainda foi ao poste numa primeira instância, mas Bucca não perdoou na recarga.
Era preciso uma resposta à leão para inverter o rumo dos acontecimentos e a verdade é que os leões não tardaram em encontrar o caminho para o golo... e para a reviravolta.
A luz de Trincão
A sabedoria popular diz-nos que é nas maiores dificuldades que se veem os grandes homens. E com o Sporting em desvantagem apareceu um grande Francisco Trincão. O extremo tem vindo a crescer de rendimento nos últimos meses e apresenta-se, hoje, como um grande 'reforço' de Amorim para a reta final da temporada.
Aos 24 minutos, o camisola 17 recebeu um passe extraordinário de Geny Catamo, com quem formou uma boa dupla pelo corredor direito, e cruzou na medida certa para a cabeçada certeira de Paulinho. 1-1 e o leão de novo no jogo.
O conjunto da casa não baixou a cabeça e mostrou ser capaz de colocar o adversário em sentido. Isso aconteceu aos 35 minutos, quando Franco Israel redimiu-se do erro no golo dos tricolores e impediu que Kialonda Gaspar festejasse o segundo, com uma palmada na bola após cabeceamento do central angolano, na sequência de um canto batido por Kikas.
Numa fase de parada e resposta, quatro minutos volvidos, o Sporting voltou a aproximar-se da baliza de Bruno Brígido. Geny Catamo combinou com Trincão e valeu o corte de Kialonda Gaspar para um respirar de alívio por parte do treinador Sérgio Vieira. Mas não por muito tempo.
Culpado? Francisco Trincão. O ex-Barcelona trabalhou bem pelo corredor, puxou para dentro e rematou para defesa incompleta de Bruno Brígido, com a bola a sobrar para a emenda de Nuno Santos, que não teve dificuldades em anotar o 1-2.
A arte de gerir a vantagem
Ao contrário do que acontecera na primeira parte, o Estrela da Amadora teve sérias dificuldades para incomodar o Sporting no segundo tempo. Os leões foram mestres em várias artes: domínio, contenção e acutilância.
A formação de Alvalade dominou em termos de posse e, por consequência, do ponto de vista territorial, não dando margem para grande ousadia dos homens de Sérgio Vieira, que foram completamente absorvidos pelo jogo do adversário. E foi ainda muito acutilante na forma como leu o jogo e soube esperar pelo momento certo para atacar o Estrela.
Nuno Santos esteve várias vezes em evidência pelo corredor esquerdo, Viktor Gyökeres andou desaparecido, mas também teve as suas oportunidades, com particular destaque para uma bola ao poste (59') e um livre direto para defesa de Bruno Brígido (83'), e, claro, a luz de Trincão continuou a iluminar o caminho para os três pontos.
Melhor em campo Flashscore: Francisco Trincão (Sporting)