Liga: As declarações dos treinadores após o Gil Vicente-SC Braga (0-0)
Bruno Pinheiro (treinador do Gil Vicente):
Análise à partida: “Defrontámos uma belíssima equipa que fez tudo para ganhar, mas sinceramente acho que a partir dos 20 minutos conseguimos equilibrar as coisas e, até ao final, foi um Gil Vicente a crescer e que acabou por superiorizar-se. Faltou-nos apenas um golo para nos dar os três pontos, a haver um vencedor teria que ser o Gil Vicente."
Reação do Gil Vicente: "O SC Braga conseguiu apertar-nos, houve algum demérito nosso, não estávamos a conseguir defender e tapar os caminhos para a progressão do Braga e não estávamos a conseguir ter bola e isso estava a dar confiança ao adversário. Hoje diverti-me a ver o Gil Vicente crescer durante o jogo, os jogadores conseguiram começar a ver onde estavam as soluções. Não me lembro de uma situação de golo por parte do Braga.
Maxime Dominguez no banco por estratégia ou pode estar de saída? "Tem um bocado das duas situações. Foi estratégico, mas havia rumores que podia sair e não estava a contar com ele a 100 por cento, mas depois foi-me transmitido que não ia sair, ou que podia estar à disposição, e foi utilizado."
Paragem benéfica: "Não temos tido muito tempo de trabalho e vai permitir termos mais treinos para consolidar conceitos e considero que vai ser benéfico. Mas, vamos perder cinco jogadores, o que vai desequilibrar essa aprendizagem e desfasar os jogadores, porque não vão estar todos a iniciar esses processos e conceitos de jogo. Daqui a 15 dias, tenho a sensação que vou ter mais jogadores dentro do processo e outros mais para trás. É uma vantagem desvantajosa”.
Recorde as incidências da partida
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga):
Entrada forte e depois houve uma quebra? "Sim, era previsível, depois de um jogo na quinta-feira para uma competição europeia, a equipa vinha moralizada pela passagem e a estratégia passava por fazermos uma entrada forte e fazer um golo pelo menos e só faltou mesmo isso, porque tivemos 20 ou 30 minutos de um nível muito alto, não deixámos o Gil Vicente dar três passes seguidos. Depois, caímos um pouco na parte final da primeira parte. Na segunda, depois de termos arriscado e corrido muito para fazermos um golo, isso paga-se, mesmo que não tivéssemos jogado na quinta-feira, não é possível jogar 90 minutos a pressionar sempre."
Ocasiões de golo: "O Gil Vicente teve as melhores oportunidades de golo, sem dúvida, mas a nossa equipa foi estoica. Arriscámos com dois avançados e uma das consequências era poder partir-se e foi aí que o Gil Vicente criou perigo em transição. Retificámos e voltámos a controlar o jogo, mesmo sem grandes ocasiões de golo. A equipa mostrou enorme espírito de sacrifício. Termina um ciclo longo, muito difícil e com muitas contrariedades."
Ausências da equipa: "Não vou pelas ausências, mas o Paulo Oliveira foi a jogo com dois treinos, o Bambu fez uma semana de trabalho, o Niakaté não está nas melhores condições, o Zalazar também, mas é o que é."
Frustração por não saltar para a segunda posição e cair para a sexta? "Claro que sim, queremos estar nos lugares da frente. Tivemos um jogo muito difícil e exigente na quinta-feira, de um grande desgaste físico e mental, fizemos uma viagem mais demorada do que é normal e poucas horas depois estávamos aqui a competir a um grande nível, tiro o chapéu aos jogadores."
Yuri Ribeiro: "O Yuri Ribeiro é mais um que treinou uma semana e meio, não estava a treinar com nenhuma equipa, precisaria de três semanas. Isto não é normal, mas as circunstâncias são estas, teve que avançar e teve esse lance que foi determinante para termos um ponto. Vai ter tempo para se integrar, vamos recuperar lesionados e vamos regressar mais fortes depois da paragem."
Benéfica a paragem? "Eu estou todo roto e sou treinador, imagine-se os jogadores que estão a jogar 90 minutos seguidos há semanas. Estou desgastadíssimo, vinha de férias e entrei a mil. Ainda bem que vem esta paragem, dá para respirar”.